FOTO JUMENTO
Varrendo a porta da igreja, Baixa de Lisboa
IMAGEM DA SEMANA
[Finbarr O’Reilly/Reuters]
«A war-orphaned child sat in a cardboard box at the Kizito Orphanage in Bunia, Congo, Tuesday. Hundreds of thousands of people have been uprooted by ethnic and regional conflicts.» [The Wall Street Journal]
[Yuriko Nakao/Reuters]
«Men in loincloths wrestled each other in a muddy rice paddy in Yotsukaido, Japan, Wednesday. The ritual is held to wish for a good harvest and healthy babies.» [The Wall Street Journal]
[Dmitry Kostyukov/Agence France-Presse]
«A duck swam through the oily Moskva River Friday in Moscow. On Thursday, the Russian navy took responsibility for a 500-ton oil spill miles away off Ireland’s southern coast.» [The Wall Street Journal]
JUMENTO DO DIA
Aguiar Branco
É usual alguns representantes partidários convidados nos congressos dos partidos adversários evitarem grandes declarações, invocando razões de educação. Isso não impede que que os respresentantes dos partidos expressem as suas opiniões, como fez, por exemplo, o representante do BE.
Não foi isso o que sucedeu com Aguiar Branco que estava em representação do PSD, fez uma entervenção rasca, mais digna do chefe de uma claque do futebol do que um dos responsáveis de um partido que supostamente é candidato a governar. Aguiar Branco, dando mostras de grande falta de educação e de um discurso político rasca, ridículo e sem argumentos chegou a questionar a representatividade de Sócrates no congresso chegando mesmo a dizer "pela capa de maioria socrática no Partido Socialista se esconde a realidade". Mais mal educado era impossível
Enquanto gente de baixo nível se encontrar à frente do PSD este partido terá grandes dificuldades em ganhar eleições.
AVES DE LISBOA
Pelicanos do Jardim Zoológico de Lisboa
ESPINHO E A ROSA
«É certo que a semana já se rarefazia à minha volta. Quando o mundo se sintetiza no cão-d'água que ascendeu à Casa Branca e no meu país é notícia que uma carrinha da EMEL apanhou com o chumbo de uma espingarda de pressão de ar, só uma sólida formação filosófica, moral e cívica é que nos pode pôr a salvo das mais excruciantes interrogações acerca do sentido da vida. » [Diário de Notícias]
Parecer:
Por Nuno Brederode Santos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
O JOGO DO GO
«A Caixa é "o braço armado do Estado" ou a divisão de comandos dos grupos económicos mais predadores do país?
Parece que o mais antigo jogo da humanidade é o Go, de origem asiática. Os entendidos incluem-no na categoria dos jogos estratégicos. Não é tão curioso quanto o xadrez, mas é muito interessante. E viciante. Joga-se em cima de um grande tabuleiro, com 324 quadrados, formados por 19 linhas horizontais e outras tantas verticais. Cada jogador tem à sua disposição umas dezenas de pastilhas ou pedras. Vão-se colocando as pedras nas intersecções das linhas perpendiculares. O objectivo, para cada concorrente, consiste em ocupar o terreno, o que se obtém colocando as suas pastilhas ao lado umas das outras, de forma a criar um espaço contínuo; e, em consequência, a capturar pedras inimigas feitas reféns, o que se alcança cercando-as. A técnica essencial é a de cercar o inimigo. Cada vez que se consegue cercar e neutralizar as pastilhas do adversário, este vai perdendo terreno, isto é, perde pedras. Parece simples, mas não é. Um dos pormenores mais interessantes é a permanente inversão possível da relação de forças. Quem cerca pode encontrar-se cercado de um momento para o outro. Os espaços vazios ficam rapidamente cheios. Os territórios conquistados perdem-se com facilidade. Quem manda passa a súbdito. Quem domina converte-se, repentinamente, em refém.
As regras do Go parecem aplicar-se, não só como metáfora, ao grande jogo dos poderes político e financeiro português. Com uma ressalva: o jogo é grande, mas o poder financeiro é parco e o poder político frágil. Desde que a crise se instalou, o Estado avançou. Não como ameaça, como nos anos gloriosos das revoluções, mas como assistente, garagista e serviço de urgências. Tomou conta de uns bancos e criou almofadas para umas empresas. A escolha é difícil, tantas são as que se encontram em situação precária, para já não dizer mortas, mas algum critério se arranjará. Umas vezes, o Estado evitou e adiou falências ou amparou falidos. Outras vezes, deu garantias aos bancos. Em poucas palavras, o Estado instalou-se. Pretende estimular o crédito. Sem êxito aparente, pois não há dinheiro, há risco a mais e os spreads são altíssimos. Algumas esquerdas estão felizes: acham que isto é uma espécie de socialismo. Outras esquerdas criticam, mas não escondem a satisfação de ver o Estado na economia: pode ser que venha para ficar. As direitas políticas não sabem muito bem o que dizer, limitam-se a discutir pormenores. Quanto aos empresários, apesar de sentimentos oscilantes, o alívio parece ser a regra. O Estado ajuda a empresa privada e a banca tem alguns recursos. Em resumo, o Estado ajuda os capitalistas, algo com que sempre sonharam muitos dos nossos empresários.
O entusiasmo e o alívio, relativo, que muitos revelam, não chegam para esbater uma outra inquietação: e a seguir? Quem e quando se vai pagar isto? Desde quando deitar dinheiro para cima dos problemas os resolve? Este ano, o endividamento vai ultrapassar os 160 mil milhões, mais de 100 por cento do produto. E o serviço dessa dívida continua a galopar, até porque o dinheiro internacional está cada vez mais caro. É mesmo possível que Portugal, em breve, não arranje mais financiamentos.
Por outro lado, o modo como esses dinheiros estão a ser usados levanta questões. Para que servem? Quem servem? Como serão pagos e reembolsados? Por quem? Estas perguntas não têm resposta. O Parlamento não soube organizar, entre os partidos, uma plataforma capaz de cuidar destes aspectos. O Governo, auto-suficiente, nada quer ou pode esclarecer. O mais provável é que não consiga, mesmo que quisesse: não sabe! Ponto final. O ideal era ir resolvendo casos, à medida, sem que ninguém faça perguntas inconvenientes.
Finalmente, a Caixa Geral de Depósitos surgiu, no meio desta desordem, como a bóia e o oxigénio de toda a gente. Realizou operações estranhas, certamente todas legais, mas que, do ponto de vista político, financeiro, empresarial e social, causaram a maior das perplexidades. Já muito antes da crise do Outono, a Caixa patrocinou curiosos movimentos de envolvimento e interferência noutros bancos e grandes empresas de serviço e de mercadorias estratégicas. Momentos houve em que não se percebia muito bem se a Caixa era, como diz o lugar-comum, "o braço armado do Estado" ou a divisão de comandos dos grupos económicos mais predadores do país. Tudo foi feito sem escrutínio seguro e isento. A ponto de ser legítima a pergunta inevitável: quem regula a Caixa? O Banco de Portugal? O Governo? O accionista? O que a Caixa tem feito é muito diferente do que teria feito o BPP? As suas técnicas de acção financeira, incompreensíveis para o cidadão informado, são legítimas? Configuram a certeza da boa gestão da empresa e do património público?
O que a Caixa fez e tem feito só tem duas explicações. Alternativas. Ou é tão sofisticado e talentoso que quase ninguém percebe, incluindo economistas, banqueiros, empresários e comentadores, pelo que merece admiração. Ou simplesmente provoca calafrios. A verdade é que parece ser esta última a hipótese mais provável. As centenas de milhões de euros emprestados para fins especulativos e de manipulação da estrutura de poder em certos grupos e empresas estão hoje em causa ou, quem sabe, foram perdidas. Com a crise da banca e do crédito, com a crise financeira e da bolsa, com a recessão financeira e económica, as fragilidades dos especuladores e das operações discutíveis vieram ao de cima. E surgiram também em pleno dia as fraudes, as irregularidades, os abusos, os vícios e os favores cometidos em várias empresas e por vários operadores, agora todos a coberto da Caixa e do Estado. Os percursos cruzados de dirigentes entre o Estado, a Caixa, a banca privada e algumas grandes empresas denotam, por um lado, a promiscuidade, mas, por outro, a enorme fragilidade de toda esta estrutura alimentada e escorada pelos contribuintes. A Caixa parece-se cada vez mais com um "pagador de promessas". A entidade reguladora nada diz. O accionista da Caixa (o Estado) mantém-se silencioso. O Governo nega responsabilidades. Toda a gente pergunta pela natureza, funções e finalidades do banco de Estado, o maior do sistema financeiro. Ninguém responde. O Governo diz que não se envolve nestas colossais operações que envolveram os cimentos, as telecomunicações, a construção, as obras públicas, o imobiliário e a banca. A ponto de nos perguntarmos, legitimamente, para que serve um banco de Estado.
A jogada do Go chegou ao fim. Depois de ter cercado, a Caixa ficou refém. Quer dizer, o Estado ficou refém. » [Público assinantes]
Parecer:
Por António Barreto.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
UM PARTIDO PORTUGUÊS
«A dra. Manuela Ferreira Leite declarou "inaceitável" e "verdadeiramente escandaloso" o facto de Sócrates faltar à "cimeira" da "Europa" de ontem, domingo 28, por causa da "festa do PS", que ele "põe à frente do país". Para a dra. Ferreira Leite a dita "cimeira" é tão importante que não há "nenhum primeiro-ministro que não tenha obrigação de estar presente", "mesmo com 40º graus de febre". Não se percebe o que a levou a levantar esta tempestade num copo de água. Primeiro, a reunião de Bruxelas não vai decidir nada de urgente, nem a influência de Portugal nela (com ou sem 40º graus de febre) é, de longe ou de perto, decisiva. Segundo, Sócrates não falta por causa de uma "festa" do PS, falta por causa do congresso do PS, ou, mais precisamente, por causa do lançamento solene da campanha eleitoral para as legislativas. Terceiro, tanto o CDS, como o PC e o Bloco não se indignaram muito com a coisa. E, para acabar, o cidadão comum ficou indiferente.
A dra. Manuel Ferreira Leite costuma intervir mal, a despropósito e fora de tom. E já se tornou claro que à volta dela não há ninguém com senso que a dirija e aconselhe. Não por acaso, chegou ao fundo da impopularidade e arrastou o PSD com ela. Alexandre Relvas, que recebeu (só Deus sabe porquê) a alcunha deprimente de "Mourinho de Cavaco", não lhe recomenda melhor do que a "unidade". E Pedro Passos Coelho num debate sobre o duvidoso futuro do PSD, depois de se queixar do autoritarismo interno, preveniu, como num filme de terror, que o partido já andava a perder votos para o Bloco. Mas também, por acaso ou percalço, resolveu revelar a seguir o segredo da casa, quando claramente disse aos militantes: "Deixem de pensar na eleição, pensem no futuro além (da) eleição", porque o resultado talvez não seja "tão mau" como "isso". Mau para ele, evidentemente.
Estranho? De maneira nenhuma. Tirando a dra. Manuel Ferreira Leite e uns milhares de ingénuos de província, o PSD não quer ganhar a eleição de Outubro. Meia dúzia de notáveis, a começar por Passos Coelho, querem suceder a Manuela. Dezenas de caciques querem as câmaras. Marcelo quer (presumivelmente) a presidência. E muita gente (mais do que se julga) quer a desforra. E, para chegar a esses nobres fins, quem se importa de abrir a porta ao PS de Sócrates? Quanto ao país, ele que se arranje como puder. E se puder.» [Público assinantes]
Parecer:
Por Vasco Pulido Valente.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
QUEM TERÁ VOTADO CONTRA A MOÇÃO DE SÓCRATES?
«A moção de estratégia global de José Sócrates "A Força da Mudança" foi este domingo aprovada por com 1904 votos a favor, 13 abstenções e apenas um contra.
Coordenada pelo presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, a moção define com meta nas eleições legislativas a maioria absoluta, prevendo o 'casamento civil' entre homossexuais e um novo referendo à regionalização.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Terá sido por engano.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Procure-se o militante tresmalhado.»
DE GESTOR A LADRÃO DA CASA DA MOEDA
«Entre selos, estampilhas, provas de selos e postais, estima-se que o antigo director adjunto de divisão da moeda da Imprensa Nacional Casa da Moeda António M. T. possa ter furtado da instituição cerca de 500 mil euros.
Servindo-se da confiança estabelecida com os funcionários do arquivo da INCM, durante o seu mandato, António M. T. frequentou o espaço livremente, entre Outubro de 2005 e Fevereiro de 2006, alegando estar a desenvolver uma tese de mestrado, requisitando para isso tais materiais valiosos. » [Jornal de Notícias]
Parecer:
Pelos vistos foi fácil roubar a INCM, ao ponto de os selos roubados aparecerem em catálogos da Casa da Moeda.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Condene-se o meliante.»
DONO DA PLAYBOY QUER SER ENTERRADIO AO LADO DE MARILYN MONROE
«El creador y magnate de la revista Playboy, Hugh Hefner, de 82 años, ha decidido que quiere reposar tras su muerte junto a quien fue para él un símbolo sexual en su juventud, Marilyn Monroe, tras haber comprado la tumba vecina a la de la célebre diva, según difunde la prensa en Alemania.
"De casualidad me enteré de que el lugar que está junto al suyo estaba libre e inmediatamente me lo aseguré. ¿Quién no querría pasar la eternidad al lado de Marilyn? ", sostuvo Hefner en una entrevista que publica Bild am Sonntag. » [20 Minutos]
RETRATOS DO CONGO [Link]
ARCO-IRIS [Flickr]
ÁGUIA-PESQUEIRA [Flickr]
NOAH