Antes de mais cabe-me fazer um reparo ao nosso canídeo pois o bicho há muito que teve de fazer pela vida para que a raça ganhasse notoriedade, aprendeu a servir gerações de pescadores até se ter tornado num ícone das nossas canoas, principalmente na costa Algarvia. Já o Durão Barroso não tem as qualidades do canídeo luso, tanto quanto se sabe em vez de servir o país tem tirado muito proveito pessoal da sua condição de português.
Entre o cão-de-água e o Durão Barroso não tenho a mais pequena dúvida em justificar o meu orgulho nacionalista com o primeiro, até porque vai viver na Casa Branca enquanto o Durão Barroso nem chegou a ter o direito a um fim-de-semana em Camp David, ao contrário do que sucedeu com Aznar que não só beneficiou da hospitalidade dos Bush como ainda levou uma medalhinha do Congresso dos EUA. Ao menos o cão-de-água portuga não precisa de mandar a GNR para o Iraque ou tentar vender a GALP à Carlyle ao preço da uva mijona parar entrar pela porta grande, até tem direito a cama, comida e roupa lavadinha na Casa Branca e ainda a uma página na internet, e se lhe der para morder alguém nem corre o risco de ser repatriado para o Algarve.
Esta coisa de sermos a favor da escolha de Durão Barroso para presidente da Comissão Eruopeia só porque é português e independentemente da sua competência ou de qualquer avaliação do seu desempenho do cargo não faz muito sentido. Se eu não o escolheria para primeiro-ministro, nem mesmo para presidente da minha junta de freguesia porque razão o hei-de impingir aos europeus? Até porque acho que o cão-de-água vai deixar mais saudades na Casa Branca do que o Barroso em Bruxelas.
É evidente que não estou a sugerir que mandemos um podendo ou um perdigueiro português (não sei o porquê desta mania de algumas raças terem que ter o “português”) para a União Europeia, o que até se poderia entender por os cães-de-água serem escassos. Mas a verdade é que a questão está em defender um português à frente da Europa então direi que por cá há melhores raças do que as do Durão Barroso, até porque o nosso conterrâneo está para a política como os rafeiros estão para os caníedeos.
Bem, já sei que me vão lembrar que também temos um “rafeiro do Alentejo”, mas nesse caso direi que qualquer relação entre o Durão Barroso e o nosso mastim alenejano é mais por parte do rafeiro do que do Alentejo.