domingo, março 08, 2009

Semanada

Ficámos a a saber que os filhos de boa gente usam a linguagem vernácula como argumento político e a ameaça de porrada como resposta a ataques políticos. É o que se pode concluir da justificação dada pelo deputado José Eduardo Martins que justificou a exibição do seu dicionário íntimo porque “quem não se sente não é filho de boa gente”. O ridículo da situação foi o debate em torno dos limites da linguagem nos debates parlamentares, como se para ofender ou responder mais violentamente a uma insinuação fosse necessário transformar São Bento no Largo do Intendente.

Para evitar sessões de pancadaria interna Cavaco Silva decidiu vetar uma lei para a comunicação social votada no parlamento com o argumento provinciano de que o tema iria ser discutido em Bruxelas. Por outras palavras, Cavaco Silva decidiu transformar-se em assessor de Durão Barroso, a partir de agora antes de promulgar qualquer legislação o Presidente da República aqui do sítio telefona a Durão Barroso para se certificar de que Bruxelas não vai tomar qualquer iniciativa no mesmo domínio. Ou então confere as normas propostas com as adoptadas nos países mais poderosos pois assim tem a certeza de que se Bruxelas legislar na matéria é a nossa legislação estará de acordo com a que vai ser adoptada na EU.

Gostei da mudança de visual de Manuela Ferreira Leite provocada por uns simples óculos, a líder do PSD deixou o ar de Barbie de idade avançada para parecer uma Bratz de meia-idade. O problema agora é que temos uma líder do PSD a quem não se consegue ver os olhos, que agora anda de óculos escuros para não se deixar ofuscar pela crise económica que nem a deixa escolher o candidato do PSD às europeias.

Passada uma semana ainda não se sabe qual foi o militante do PS que votou contra a moção de José Sócrates, num país onde tudo se sabe, desde as perguntas que os magistrados fazem aos arguidos do processo Freeport ao ganhadores do Euromilhões só sabemos que desta vez não foi Manuel Alegre, o dono do milhão de votos não se deu ao trabalho de ir ao congresso, talvez por recear que ficasse com a fama de ter sido ele.