segunda-feira, março 16, 2009

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Lagoa de Santo André aberta para o mar
(imagem enviada por um amigo de Santiago do Cacém)

IMAGEM DA SEMANA

[Arko Datta/Reuters]

«A boy swung on cloth tied to the underside of a truck in Mumbai Thursday.» [The Wall Street Journal]

JUMENTO DO DIA

Carvalho da Silva

Carvalho da Silva, o militante comunista que o PCP mantém à frente da CGTP até arranjar um ortodoxo para o lugar, ficou frustrado porque o Governo não se assustou e acusa Sócrates de provocação por não atender às suas exigências.

Alguém devia dizer a Carvalho da Silva que os seus manifestantes não davam para eleger o presidente da CM de Sintra e que numa democracia a legitimidade vem das eleições e não das manifestações. Que tenha calma e espere pelas próximas eleições, eu sei que isso é penoso para alguém que defende um regime que dispensa essa formalidade mas enquanto vivermos numa democracia são estas as regras do jogo, ele organiza manifestações beneficiando da democracia e é o povo que escolhe os governos, a sua legitimidade vem dos manifestantes e a do Governo vem dos eleitores. Nem é muito difícil de entender.

AVES DE LISBOA

Carriça [Troglodytes troglodytes]

PS: tenho dúvidas quanto à identificação desta ave

POR ESTES PINGOS DA CRISE

«José Eduardo dos Santos veio a Lisboa em visita de Estado, porque (e quando) lhe e nos interessou. "Portugal tem relações diplomáticas e económicas com Angola e deve receber e conversar com os seus representantes" é o enunciado de princípio que o facto mereceu a Francisco Louçã e que eu aceito. Só que daí decorrem consequências, a não menor das quais é a normalidade protocolar: ressalvada a independência estatutária dos tribunais, o visitante celebra os três órgãos soberanos em que a (nossa) democracia assenta (Presidente, Assembleia e Governo). O bom senso não é macro nem é micro, não é fino nem é grosso. Ora, invocar um "festim neo-colonial", revelador dos "tiques da economia e da política portuguesas" e criticar o "deslumbramento", a "vertigem do negócio" e o "cinismo" de (ou seria "dos"?) empresários portugueses, para justificar a ausência de deputados no parlamento, não é razoável. Não se sacrifica um princípio político a contingências e rigorismos processais. Nem se sujeitam os nossos interesses à suspeição de maus benefícios alheios. O "festim" nem decorrera quando a decisão foi tomada. Se a oposição fosse de princípio, tudo se resolvia - ainda que, concedo, com prejuízo do espectáculo - com um comunicado ou um discurso a advogar o corte das tais relações. Sem necessidade do exibicionismo mediático, nem de esperar pela consumação da visita. Já tínhamos tido idêntico (e lamentável) episódio com o Rei de Espanha. É imaturo, é o "sol na eira e chuva no nabal" dos radicalismos puritanos, que fogem às responsabilidades do poder para - ao que julgam - consolidarem o seu crescimento eleitoral. Mas é sobretudo a incapacidade de entender que isso de só ter expressão de Estado na Assembleia da República tem custos, mas imputáveis ao eleitorado soberano. O Bloco tem de resolver primeiro o problema da sua implantação a todos os níveis do Estado - e não apenas no Parlamento - e só depois arrogar-se o exercício das subtilezas diplomáticas. Caso contrário, continuará a reagir de escopeta em riste contra pulgas no humor, carraças no remorso histórico e contratempos da agenda política. E a embaraçar-nos a todos. E a julgar que uma autocrítica tardia - como a feita com o caso do Rei de Espanha - virá resolver os problemas que agora pretendeu criar. E a deitar a perder o esforço, tão recente quanto insano, para demonstrar a todos nós que até tem ministro das finanças.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Nuno Brederode Santos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

CARVALHO DA SILVA FICOU IRRITADO

«O secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, considerou este domingo preocupante que José Sócrates e outros responsáveis políticos assumam uma atitude provocatória para com os protestos dos trabalhadores.

'É preocupante que o primeiro-ministro e outros membros do Governo se sintam incomodados com as manifestações e assumam uma atitude provocatória, dizendo que tanto faz que os manifestantes sejam mil ou um milhão, pois isso não alterará nada', criticou o líder sindical.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Devia estar à espera de ver Jerónimo de Sousa ser designado primeiro-ministro na sequência da manifestação.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a competente gargalhada.»

COITADINHOS DOS PROFESSORES

«Os professores do 1.º ciclo começam a revelar impaciência com as solicitações diárias a que têm de responder devido aos registos, actualizações e rectificações do computador Magalhães. As queixas têm sido muitas, e cresceram após o anúncio de que serão enviadas às escolas pen drives para corrigir os erros de Português detectados num programa.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Já começam a enjoar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ao mau cagador até as calças empatam.»

BAIGNOIRE

GREENPEACE