FOTO JUMENTO
Liquens (imagem macro x1 e x5)
PS: Este é o resultado da primeira experiência com a objectiva Canon MP-E 65mm e o flash Canon Macro Twin Lite MT24 EX, a objectiva macro mais poderosa do mercado e o flash especialmente concebido para tomadas de imagem na fotografia macro. Trata-se de uma objectiva tão poderosa quanto complexa pois quase exige condições de laboratório para ser usada.
IMAGENS DO DIA
[Mohammed Ameen/Reuters]
«A Shiite boy pushed a toy car along his father’s back during Friday prayers at the Khadimiya shrine in Baghdad.» [The Wall Street Journal]
[Emilio Morenatti/Associated Press]
«A Pakistani antiriot police officer protected himself behind a shield as he walked toward demonstrators during clashes in Islamabad Friday. People were protesting a court ruling barring former Prime Minister Nawaz Sharif from elected office.» [The Wall Street Journal]
[Newscom]
«Officials showed off an artifact Friday that dates back to the Crimean War, around 1854. Experts said Russian and French bullets collided in a rare union. They said it was even more rare for the relic to be found.» [The Wall Street Journal]
JUMENTO DO DIA
Manuel Alegre, o ausente
Começa a ser habitual Manuel Alegre chamar a si o protagonismo dos congressos do PS através das ausências, depois de se entreter a criticar o seu partido deixa tudo em suspenso não dizendo se vai ãos congresso, no ano passado lá apareceu a meio, este ano esperou por sábado à tarde para comunicar que não ia.
Pelos vistos Manuel Alegre gosta mais de exibir as suas ideias em conclaves com a extrema-esquerda, onde todos os elogiam na esperança de dividir o PS, mas na hora de defender as suas ideias dentro do seu próprio partido não aparece.
A ANEDOTA DO DIA
António Cluny, presidente do sindicato dos magistrados do Ministério Público apelou à contenção no Caso Freeport. Às vezes o sindicalista até tem sentido de humor.
AVES DE LISBOA
Maçarico das Rochas [Actitis hypoleucos]
AUTOCARROS ATEUS E CRISTÃOS
«O slogan "Deus provavelmente não existe. Deixe, pois, de se preocupar e goze a vida", que tinha começado por percorrer Londres, chegou à Espanha, nomeadamente a Barcelona e a Madrid, devendo alcançar outras cidades espanholas.
Como já aqui escrevi, trata-se, antes de mais, de um acto de liberdade de expressão. No quadro do respeito pela lei, todos têm direito a manifestar as suas opiniões e crenças. Este direito é, evidentemente, extensivo aos ateus.
Depois, é interessante que no "cartaz" se leia: "provavelmente". Não se diz que não há Deus, diz-se que "provavelmente" não há. Isto significa que os autores dos cartazes perceberam que não podem demonstrar a não existência de Deus. A afirmação da existência de Deus ou da sua não existência não é objecto de ciência, pois não pode haver verificação empírica. O ateu não pode dizer que "sabe" que não há Deus; ele apenas pode dizer que "crê" que não há Deus. Como o crente também não "sabe" que Deus existe; ele "crê" que Deus existe. » [Diário de Notícias]
Parecer:
Por Anselmo Borges.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
SOMOS TÃO MODERNOS!
«Durante uma boa hora, pelo menos, viveram-se momentos de grande frisson e entusiasmo nas redacções do país: uma notícia de contornos pouco claros (deliberadamente, como se perceberia depois), dava conta de que uma paródia com o Magalhães no Carnaval de Torres Vedras tinha sido proibida. Logo uma legião de mártires pelo jornalismo, desde veteranos sem causas a jovens sem qualquer formação profissional, viu ali uma oportunidade de ouro para sair a espadeirar contra mais uma demonstração do arbítrio e prepotência do Governo. O Governo atrevia-se a proibir piadas de Carnaval ao seu Magalhães — que luxo para o ‘jornalismo de combate’, que fantástico pretexto para defender a liberdade de opinião ameaçada!
E logo com o Magalhães, que, não sei porquê, desde que apareceu é o mal-amado dos bem-pensantes — apesar de ser dos raríssimos casos de um produto tecnológico de valor acrescentado em Portugal, de constituir uma potencial fonte de receitas externas para o país e apesar, sobretudo, de significar a possibilidade de centenas de milhares de jovens alunos saltarem directamente e quase sem custos para a era informática. Vinha mesmo a calhar a censura do Governo às piadas sobre o Magalhães!
Afinal, descobriu-se rapidamente, e desfeito o nevoeiro inicial artificialmente criado para atrair as atenções da imprensa, não era nada disso o que tinha sucedido. Uma vulgar cidadã de Torres Vedras, no uso de um vulgar direito de cidadania, queixara-se ao Ministério Público da comarca que as imagens projectadas no ecrã do Magalhães que iria desfilar no corso da terra tinham, em sua opinião, conteúdo pornográfico. E a delegada do Ministério Público, bem ou mal (desconheço as imagens), deu-lhe razão e mandou retirá-las. Logo depois, e ainda a tempo de aparecer nos telejornais da noite, o presidente da Câmara de Torres Vedras desdobrava-se em entrevistas para as televisões, denunciando a censura, o direito violado ao humor, o atentado à liberdade de imprensa e ao prazer dos cidadãos. O homem conquistara os seus quinze minutos de fama e o Carnaval de Torres uma excelente e grátis promoção em horário nobre. “Chico esperto!”, pensei para comigo.
No dia seguinte, à beira da crucificação pública, a delegada do MP revia a sua decisão e o Carnaval de Torres ficava novamente livre do espectro da ‘censura’. Mas o mal — ou melhor, o bem — já estava feito e nos dias subsequentes a imprensa haveria de debitar páginas de inflamada e cívica prosa denunciando as sempre latentes ameaças à liberdade. E o ‘povo’ de Torres — cuja média de idades me pareceu rondar os 65 anos — não parou de desfilar e debitar o seu veredicto aos microfones das rádios e televisões: “para mim, aquilo não é pornografia”. Fiquei aliviado com tanta modernidade e tanta militância pela liberdade.
E só não fiquei verdadeiramente entusiasmado porque, no meio das imagens televisivas exibidas, descobri que no Carnaval de Torres — essa genuína manifestação de humor, modernidade e liberdade — iria desfilar também um falo gigante apontado ao céu em estado de alerta sexual e um boneco enorme do Cristiano Ronaldo com um testículo de fora. E, salvo melhor e mais moderna opinião do que a minha, isto não tem nada que ver com humor ou liberdade, mas apenas com boçalidade e mau gosto — e sobre isso não li uma só linha em toda a imprensa.
Convém dizer, aliás, que o Carnaval à portuguesa, inspirado nos corsos brasileiros, está para o Carnaval brasileiro como a água-pé está para a caipirinha. É, seguramente, dos momentos em que mais apetece fugir daqui, de tal maneira a exibição do humor luso se torna ridícula, patética e deprimente. O Carnaval brasileiro, no Rio e não só, é um espectáculo cénico e visual exuberante, preparado durante um ano inteiro, reunindo as melhores escolas de samba, os melhores músicos, os melhores letristas e compositores, unidos num tema que tem sempre que ver com a história do Brasil ou com a História Universal (este ano, por exemplo, uma das escolas do Rio assinalava os 200 anos do nascimento de Darwin). Goste-se ou não, o Carnaval brasileiro é hoje reconhecido como uma manifestação cultural de massas única no mundo. O nosso, espalhado por várias terras de ‘tradições carnavalescas’, não tem nada que ver com isso: é um corso trapalhão e pindérico, ‘abrilhantado’ por tristes vedetas, histéricas de alegria contratual, e onde os temas são invariavelmente os mesmos: a piada política demagógica e a ordinarice rasca. Parece que isto traz muitos turistas às terras e anima o comércio local: ainda bem. Desejo-lhes longa vida, mas não me obriguem a confundir isto com humor ou liberdade criativa.
Ainda o ‘escândalo de Torres’ borbulhava na imprensa e já rebentava o escândalo da ‘censura’ numa feira do livro em Braga. A PSP, chamada por alguns vulgares cidadãos pais de família, no uso de um vulgar direito de cidadania, entendeu apreender alguns exemplares de um livro exposto chamado “Pornocracia” — de que ninguém tinha ouvido falar, mas que tinha a particularidade de reproduzir na capa o célebre quadro “A Origem do Mundo”, de Gustave Courbet, um grande plano realista de um sexo feminino. Ai, Jesus, o que os polícias foram fazer! Confundiram uma obra de arte com pornografia, atentaram contra a liberdade do editor, do livreiro e dos organizadores da feira, que outra coisa não visavam do que divulgar a arte e a literatura! O estimável jornal “Público”, por exemplo, sempre na vanguarda do politicamente correcto, fez disto um caso gravíssimo e, para mostrar a sua solidariedade com mais esta ameaça à liberdade, deu aos leitores meia página com o Courbet. E, no dia seguinte, claro, a PSP pedia desculpas por ter confundido um “nu artístico” com pornografia.
Eu, por acaso, até gosto do quadro e exactamente porque ele é chocante e perturbante. Não é, de forma alguma, um simples nu artístico e foi pintado de encomenda para o não ser: não tem nada que ver, por exemplo, com “La Maja Desnuda” do Goya ou as senhoras anafadas do Rubens. Está na zona indefinível de fronteira entre o erotismo e a pornografia, como as fotografias de Mapplethorpe, dependendo da sensibilidade e da abordagem de cada um. É uma pintura para ser vista no enquadramento que lhe cabe (o museu onde está ou uma exposição onde as pessoas sabem ao que vão), não para ser reproduzida, por exemplo, num cartaz de rua ou num anúncio de televisão. Ora, uma feira é um local público e, tanto quanto sei, quem se queixou foram pais, incomodados com a sua exposição a crianças. E eu acho que eles têm, pelo menos, razões que merecem ser ponderadas, por bom senso e bom-gosto. A desculpa da arte ou do erotismo não serve para tudo. As coisas têm o seu contexto e a sua liberdade própria. A liberdade de atirar o nu explícito de Courbet à cara de quem passa e o não procurou, de um pai indefeso que passeia uma criança pela mão numa inocente feira de livros, é uma falsa liberdade. Não fosse este novo saloismo de termos o terror de não ser ‘modernos’, e perceberíamos que a liberdade não consiste em fazer tudo o que se quer, quando isso agride os outros. Mesmo que aquilo que agride os outros seja, para nós, perfeitamente aceitável. Só os ignorantes é que acham que a liberdade é fácil de gerir. » [Expresso assinantes]
Parecer:
Por Miguel Sousa Tavares.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
A BLOGUIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
«As relações entre os blogues e a comunicação social mostram aspectos novos do sistema comunicacional em geral, de que eles são uma parte sui generis. Essas relações têm vindo a evoluir de forma interessante e que convém observar. Numa primeira fase, a reacção da comunicação social face aos blogues era de hostilidade e desconfiança. Os blogues traziam novos temas que os jornais, rádios e televisões não tratavam ou ignoravam e criticavam o seu conteúdo, abrindo um debate sobre a qualidade do jornalismo português que uma mentalidade corporativa sempre impedira que se fizesse nos próprios órgãos de comunicação social. Os jornalistas, salvo honrosas excepções, abominavam um meio que consideravam "não editado", não conforme com as regras do processo jornalístico, com as boas práticas profissionais e com a deontologia. Na verdade, esta reacção de recusa continha muita hipocrisia, visto que o próprio trabalho jornalístico também era, no geral, pouco conforme com as normas profissionais e regras deontológicas, pouco ou nada "editado" e de muito má qualidade. Os blogues foram encarados desde início como se de competição se tratasse e os jornalistas tentavam manter um sistema de closed shop.
Depois, as coisas foram mudando e iniciou-se um período ambíguo, em que os jornalistas iam buscar notícias e sugestões de notícias aos blogues, sem citar a sua fonte, deixando passar uns dias para pegar num assunto, para não haver uma correlação directa entre uma nota de blogue e uma notícia num jornal. De seguida, pouco a pouco, os jornais começaram a citar os blogues e a permitir que informações que aí se encontravam acabassem por ser notícias nos jornais, citando a sua origem e desenvolvendo o seu conteúdo. Foi o caso das contradições do currículo e do curso de José Sócrates, que de há muito tempo gerava controvérsia nos blogues, com informação e documentação sólida, e que só bastante mais tarde chegou aos jornais, ou melhor, ao PÚBLICO.
Entrou-se depois numa nova fase em que a agenda dos blogues se tornou cada vez mais dependente da comunicação social e vice-versa, com a conjugação de várias mudanças na blogosfera portuguesa, que têm a ver com um crescente movimento de pessoas entre a comunicação social tradicional e os blogues, num duplo sentido, e com uma maior politização grupal da blogosfera. Este processo é de facto interligado, com o crescente recrutamento de autores de blogues para o comentário em jornais, rádios e televisões, a entrada em massa de jornalistas para os blogues e a criação de blogues de jornalistas e a transformação da blogosfera numa continuidade da acção política que lhe era exterior, embora com caracterísiticas diferentes do mainstream político. Os blogues eram regra geral mais radicais, à esquerda e à direita, mais próximos dos sectores ideológicos mais agressivos do PP (ligados a Paulo Portas) e ao Bloco de Esquerda. Em termos de linguagem, temas, escrita, os blogues tornavam-se muito confrontacionais, usando uma linguagem violenta, apoiando causas nas margens do sistema partidário, mas de um modo geral dentro dele.
A migração de jornalistas para os blogues acabou por ser mais importante do que a migração dos blogues para a comunicação social "exterior". Muito poucas vozes no comentário se afirmaram vindas de dentro para fora, enquanto muitos jornalistas, em particular aqueles que fazem uma espécie de jornalismo "interpretativo", que pouco mais é do que política com outro nome, encontraram nos blogues a possibilidade de terem plataformas próprias competindo no terreno politizado da blogosfera. O resultado foi um empobrecimento e uma perda de autonomia temática da blogosfera, dominada pela grupusculização e pelos grupos de amigos que se fazem e desfazem, quase sempre mais unidos pelos seus inimigos do que por concordâncias comuns. Ponderadas as diferenças de tempo e de modo, a blogosfera tornou-se muito semelhante ao ambiente grupuscular da política da extrema-esquerda dos anos setenta.
Para a comunicação social também houve um empobrecimento, na medida em que a sua agenda se tornou cada vez mais dependente dos blogues, que alimentam e reforçam a tendência para um pack journalism, para um "jornalismo de rebanho" que favorece consensos e situacionismos. Lendo os blogues, pode-se hoje antecipar como os jornais vão tratar este ou aquele tema, porque se tornou evidente a dependência da "notícia" da opinião dos jornalistas. Envolvido nas guerras de blogues, em que o narcisismo impera num meio muito claustrofóbico, moldado cada vez mais por um radicalismo posicional e grupal, o jornalismo ganha os vícios dos blogues.
O resultado está à vista na bloguização da comunicação social, perdoe-se o neologismo. Temas marginais e das franjas, "fracturantes" no seu pleno sentido, são centrais nos blogues e passaram daí para fora. O casamento dos homossexuais, uma causa minoritária em todos os sentidos, a começar pelo da sua relevância social, passou para tema corrente, quando na realidade não o é para quase ninguém fora dos blogues e da extrema-esquerda. Não é sequer possível compará-lo com a questão do aborto, que parece antecedê-lo, essa sim, com significado social. O mesmo se pode passar com a eutanásia, sem minimizar os enormes dilemas éticos que comporta, mas igualmente marginal.
Blogues e comunicação social dão relevância muito semelhante a temas deste tipo, em detrimento de questões sociais muito mais sérias e que quase não existem nos blogues, como seja os despedimentos, as condições laborais, a condição operária, o mundo rural, etc. Por razões que têm a ver com a origem social dos seus autores, mas também da mecânica comunicacional e política do meio, há temas típicos dos blogues, e cada vez menos diferenças entre esses temas e os da comunicação social em geral. O resultado é que a perda de proporções, de relevância, de valor social, típica dos discursos radicais e politizados, impregna a comunicação social quase sem se dar por isso.
Vários exemplos mostram como a perda de proporção e relevância, típica da agenda dos blogues (em si nada de mal) se transferiu para a comunicação social (em si mau, porque os critérios de fora não podem ser só os de dentro da blogosfera). O modo como assumiu relevância a proibição de umas imagens num computador Magalhães num Carnaval, ou o confisco de uns livros com a "origem do mundo" de Courbet na capa, a que jornais dedicaram páginas inteiras, PÚBLICO incluído, mostram esse efeito de bloguização. Na verdade, ambas as atitudes eram condenáveis e mereciam notícia, mas é completamente desproporcionada a relevância que lhes foi dada. Mais: é falso que tivessem o significado social que se lhes atribui, de mostrar um ambiente censório na sociedade portuguesa. Há de facto um ambiente censório, mas não é aqui, não é nos actos isolados dum magistrado e duns polícias, que revelaram não ser a norma. Em ambos os casos, o escândalo motivou um imediato recuo e nenhuma força social e política se colocou do lado da censura. São epifenómenos minoritários, não revelam qualquer doença social, porque de um modo geral toda a gente os condenou. Naturalmente, sem dúvidas, sem hesitações.
O que ambos os episódios revelaram de mais interessante esteve a montante e a jusante e é do domínio do debate público e não na notícia picante. Foi, por exemplo, ver como durante dias Courbet era designado por locutores e comentadores na rádio e televisão por Cubete, Curbete, Cuber, Curber, ou como o tema era comentado por gente escandalizada com a "censura" mas que se percebia à distância que não fazia a mínima ideia de quem era o autor do quadro. By the way, convém também não esquecer que a obra era mesmo na sua origem pornográfica, encomendada para fazer parte de um "gabinete erótico", e que não é líquido que o seu estatuto de obra de arte não impeça a sua exposição com reserva. Mesmo os jornais que mais espaço dedicaram ao acto "estúpido" e "ignorante" da polícia, não ousaram colocá-la na capa, como certamente não o fariam com uma fotografia de Mapplethorpe, e isso não era censura nenhuma. Passar por estas coisas com todo o simplismo de as ver apenas como uma luta entre a liberdade sem limites e a censura estúpida, é típico dos blogues, mas não devia ser típico dos jornais. Estes são editados, não são?
Disse atrás que as censuras mais preocupantes não são estas, são outras, mais invisíveis e mais perigosas porque consentidas. Não as vemos porque se escondem atrás da irrelevância espectacular, das distracções, uma especialidade dos blogues. É também por isso que a bloguização da comunicação social é má para o debate público.» [Público assinantes]
Parecer:
Por Pacheco Pereira.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
AFINAL O CASO FREEPORT NÃO ESTEVE PARADO NA PJ
«Ainda antes de o procurador-geral ter dito que no processo Freeport foram feitas mais diligências "nos últimos 15 dias" do que em três anos de investigação, já o director nacional da Polícia Judiciária, Almeida Rodrigues, tinha à sua frente um documento que demonstrava o contrário. "A direcção nacional mandou averiguar e concluiu que não há hiatos que demonstrem que o processo esteve parado", disse ao DN um responsável pela Judiciária.
"Foi feito um cronograma com a realização de todas as diligências", descreveu ainda a mesma fonte, recusando-se a comentar as declarações de Pinto Monteiro que, recorde-se, já por duas ocasiões afirmou que o processo esteve parado nos últimos anos na comarca do Montijo e na PJ de Setúbal. » [Diário de Notícias]
Parecer:
Se não esteve parado o MP deve explicar a razão porque avocou o processo já que o argumento de estar parado não serve. A explicação exige-se pois com a passagem do processo para o MP foi o que se viu, um espectáculo na imprensa que deixa a justiça de rastos ao ponto de ser o próprio Procurador quem, incapaz de assegurar o respeito pelo segredo de justiça, propõe a devassa como solução.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicitem-se explicações ao Procurador-Geral.»
O PSD EXCITOU-SE COM O CONGRESSO DO PS
«Na noite de quinta-feira, o PSD andou num frenesim de iniciativas. O antigo director da campanha presidencial de Cavaco Silva, Alexandre Relvas garantiu ao DN que Manuela Ferreira Leite multiplicará nos próximos meses as sessões de esclarecimento, com o Fórum "Portugal de Verdade", que ontem arrancou em Braga, numa aproximação às bases. Na Amadora, Relvas apelou à união do partido para combater quatro anos de políticas erradas do Governo PS. A pobreza e o desemprego devem ser, afirmou, as bandeiras do PSD num País fortemente empobrecido e endividado. E disse "basta" às vozes que se erguem internamente contra a líder laranja.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Quando o maior partido da oposição estabelece a sua agenda em função da do partido do governo é porque a liderança está em desespero, receia que o impacto mediático faça o PSD dar mais um tombo nas sondagens.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Manuela Ferreira Leite qual o patamar das sondagens a partir do qual considera a hipótese de se demitir.»
SOBRA DINHEIRO NO CENTRO HOSPITALAR DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO
«A recente compra de quatro viaturas de gama alta por parte do Conselho de Administração (CA) do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro caiu mal no meio hospitalar. O presidente do CA, Carlos Vaz, justifica que as viaturas se destinaram aos membros que ainda não tinham carro e que se trata de uma regalia legal. No entanto, uma fonte que preferiu não ser identificada argumentou que "quando a palavra de ordem é reduzir encargos e custos, é lógico que a compra gerou descontentamento".» [Diário de Notícias]
Parecer:
Nem numa grande direcção-geral como, por exemplo, a DGCI o director-geral e os subdirectores-gerais andam tão bem "calçados", para além de os dirigentes não usarem as viaturas para uso pessoal ao contrário do que sucede nos centros hospitalares.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se comentário à ministra da Saúde.»
OLIVEIRA E COSTA FICA MAIS TRÊS MESES "LÁ DENTRO"
«O juiz de instrução do processo BPN renovou a medida de prisão preventiva aplicada ao ex-presidente do banco, José de Oliveira Costa, que deverá ficar preso por um período mínimo de mais três meses. A defesa do banqueiro requereu, no máximo, prisão domiciliária com pulseira electrónica, mas o juiz Carlos Alexandre considera que os pressupostos para a medida de coacção mais grave se mantêm.
De acordo com uma fonte judicial, o juiz justifica no despacho que a investigação ainda não terminou e que a libertação do fundador do BPN impediria o acesso dos investigadores a provas que poderiam ser destruídas. O fundador do BPN, de acordo com Carlos Alexandre, tem ascendente sobre pessoas que ainda não foram ouvidas e que poderiam ser influenciadas por ele.
Oliveira Costa está detido na cadeia da Polícia Judiciária desde Novembro do ano passado e já viu a prisão confirmada pelo Tribunal da Relação e agora por Carlos Alexandre. O antigo secretário de Estado das Finanças do Governo de Cavaco Silva está indiciado por sete crimes: fraude fiscal, burla, falsificação, abuso de confiança, infidelidade, branqueamento de capitais e aquisição ilícita de acções.» [Expresso assinantes]
Parecer:
Este preso é precioso, está detido em nome de uma boa meia dúzia que está em liberdade.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se a decisão ainda que esconda a incapacidade ou falta de coragem de meter outros no mesmo sítio.»
MINISTROS ESPANHÓIS APERTAM O CINTO
«Los ministerios se van a apretar el cinturón, tal y como les ha encomendado el presidente del Gobierno, José Luis Rodríguez Zapatero, y van a reducir sus gastos en viajes, dietas, teléfono, luz, papel, publicidad o material informático.
Con estas medidas, podrán reducir sus gastos corrientes en 1.500 millones de euros, cantidad que, según aprobó el Consejo de Ministros, se destinará a la protección de los más afectados por la crisis, especialmente los parados. » [20 Minutos]
CHANGE [Flickr]
BECKS MODELLING CLAY