Ainda não estamos a meio da legislatura e o líder da oposição faz a gestão da sua agenda política em função das sondagens, assume uma postura de político responsável e sobe nas sondagens, acha que pode chegar ao poder e que o ideal seria o PS fazer o trabalho difícil enquanto propõe uma revisão constitucional à medida dos interesses que o apoiam e desce nas sondagens, no fim fica na dúvida sem saber se deve apostar em eleições antes que os eleitores o conheçam melhor ou se deve apostar na gestão da sua imagem e apostar mais um pouco.
De um governo minoritário esperar-se-ia audácia, ministros a arregaçar as mangas multiplicando projectos que envolvessem os portugueses e uma aposta em todos os portugueses e não apenas nos grandes empresários e nos grandes negócios. Em vez disso, temos um governo que opta pela defensiva, em vez de apostar no dinamismo condiciona a sua agenda ao jogo da oposição e do presidente.
Perante um governo fragilizado seria de esperar que as oposições apresentassem projectos inovadores e políticas alternativas, em vez disso o BE alia-se ao PSD em golpes sujos, Paulo Portas opta por uma agenda política em função da conjuntura e propõe disparates.