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Cartaxo-comum [Saxicola torquatus], Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António
JUMENTO DO DIA
Pedro Passos Coelho, candidato a líder da associação de estudantes da escola Portugal
Quando a oposição recusou o projecto de revisão constitucional apresentado pelo inexperiente Passos Coelho este ensaiou várias respostas desde o nervosismo com as sondagens ao medo da mudança. Agora sou surpreendido com a notícia de que face a tantas críticas, desde a extrema-direita à extrema-esquerda, o PSD decidiu regressar à estaca zero.
Temos portanto um líder do PSD que se comporta como candidato a uma associação de estudantes e confunde a constituição de um país com o regulamento de uma qualquer associação estudantil de uma escola do ensino básico. Propôs uma revolução, forçou calendários, desvalorizou intelectualmente os adversários e perante o nervosismo resultante das sondagens meteu o rabinho entre as pernas e agora via fazer umas correcções apressadas para manter o calendário prometido.
Isto é o que acontece quando se dá a cara a projectos alheios, não se tem competência técnica para os defender e justificar e, como se isso não bastasse, se mistura incompetência com irresponsabilidade. Temos, portanto, um candidato a primeiro-ministro que em meia dúzia de dias faz aprovar um projecto de revisão constitucional para depois voltar à estaca zero, isto depois de ter dito numa entrevista a uma jornal que ainda não tinha cometido nenhum erro.
Enfim, gaba-te cesto que amanhã vais à vindima.
«A comissão nomeada por Pedro Passos Coelho para elaborar a proposta de revisão constitucional foi apanhada de surpresa por um anteprojecto de perfil muito diferente do que tinham colocado sobre a mesa. O clima de mal-estar levou o líder social-democrata a reunir--se, na semana passada, com os membros do grupo liderado por Paulo Teixeira Pinto. Perante a "ameaça" de uma demissão formal, com devida pompa pública, por parte de algumas das personalidades que integram a comissão, Passos comprometeu-se com um regresso a uma espécie de 'estaca zero' do dito documento.
Ou seja, a comissão tem em mãos o texto que foi aprovado no Conselho Nacional de 21 de Julho para sugerir novas alterações ou a supressão de normas das quais discorde até ao final de Agosto. Estão já marcadas duas reuniões, uma para 23 e outra para 31 deste mês. Mas as relações do grupo azedaram de tal forma com Teixeira Pinto que na comissão há quem duvide que ele tenha condições para se manter na sua liderança. » [DN]
EU TINHA VERGONHA
Se fosse líder de um sindicato e tivesse usado o peso político e o mediatismo desse sindicato para tramar um dos seus sócios ou um dos membros da classe que esse sindicato representa ou diz representar. Foi isso que o sindicato dos magistrados do MP fez a Lopes da Mota.
Mas neste país o que sobra é gente sem vergonha na cara,
E O BURRO É O PROCURADOR-GERAL?
É possível uns quantos procuradores inventarem um processo para depois lançarem suspeitas sobre um primeiro-ministro democraticamente eleito pelos portugueses? É.
É possível usar um processo para fazer escutas telefónicas a amigos de um primeiro-ministro e dessa forma violarem a lei e escutarem o próprio primeiro-ministro, usando depois as escutas nos jornais para promover um julgamento público? É.
É possível transformar uma conversa banal de almoço numa suposta tentativa de pressão do primeiro-ministro sobre uma investigação e dessa foram lançarem mais uma vaga de suspeições sobre o primeiro-ministro? É.
É possível existir um sindicato de magistrados que ao longo da sua história nunca fez uma intervenção pública centrada em problemas laborais para, em contrapartida, fazer mais política do que os partidos com representação parlamentar? É.
Se tudo isto é possível das duas uma, ou acabamos com os políticos porque ou são marionetas dos procuradores ou atiramos estes procurados ao Tejo e saneamos a justiça.
O PSD VAI TOMAR UMA ASPIRINA
Depois de se ter espetado com a desastrada tentativa de destruição dos fundamentos do estado social o PSD descobriu uma forma de se livrar das dores de cabeça, vai lançar o debate sobre as instituições de solidariedade social. Tenta matar dois coelhos com uma cajadada, escapar da má imagem e mobilizar o apoio eleitoral de uma imensa máquina acenando com os restos do SNS depois da sua desnatação.
Esta equipa do PSD chega a ser infantil o que não admira pois mais não se pode esperar dos pequenos políticos que rodeiam Passos Coelho. É o caso de Marco António a quem coube o lançamento desta estratégia:
«O PSD, ciente de que a solidariedade social é um valor fundamental na sociedade e que ao Estado não pode caber a satisfação de todas as necessidades nesse campo, olha para o "terceiro sector" com atenção e vai tomar a iniciativa de propor uma "Lei de Bases da Economia Social", já no reinício dos trabalhos parlamentares.
O Estado não pode continuar a olhar para as instituições que se dedicam à solidariedade social, ou as que providenciam assistência médica ou ao longo dos anos construíram habitação em forma de cooperativa de uma forma desconfiada ou ignorar o seu papel. Não basta elogiar ou criar, como recentemente anunciou o Governo, um Conselho Nacional para a Economia Social, com funções meramente consultivas e com uma vaga promessa "de criação de um conjunto de medidas de estímulo ao desenvolvimento da economia social no nosso país". Além de ser uma óbvia e apressada resposta às preocupações anunciadas pelo presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, é claramente uma medida que, mais uma vez, revela a falta de sentido estratégico do Governo e a sua desorientação.» [DE]
JUSTIÇA SEM REI NEM ROQUE
«O grito de revolta do procurador-geral da República, lançado ontem no DN, contra quem, dentro do Ministério Público (MP) e na sua opinião, faz de contrapoder, teve um enorme eco mediático. Prova mais forte de que o ambiente na justiça portuguesa está de cortar à faca era impossível. Porém, nem por isso esse grito terá tido o efeito pretendido por Pinto Monteiro. Se o procurador- -geral desafiou o poder político para se entender e reforçar-lhe as competências, ficou a saber que, entre os partidos com assento na Assembleia, muito dificilmente terá apoio nessa pretensão. Ontem, aliás, só mesmo o PS veio a público defendê-lo, admitindo mudanças na legislação. Já da oposição, tudo o que ouviu foram críticas - chegando o PSD a pedir a sua demissão.
Ponto prévio: não é crível que a simples saída de Fernando Pinto Monteiro do cargo que ocupa resolvesse os problemas mais graves da justiça portuguesa. Aliás, são justas as críticas de que o PGR não soube gerir os processos, tão-pouco aplicar os poderes que tem, de acordo com os estatutos em vigor do Ministério Público (MP). Mas não está no actual procurador a raiz de todos os males - estivesse e, antes dele, ou antes de Souto Moura, tudo estaria bem. E não estava. » [DN]
Parecer:
Editorial do Público.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
ELE, ASSIM, NÃO VAI LONGE
«A crer nas últimas sondagens, Pedro Passos Coelho está a perder a base social de apoio. Os números são elucidativos. Empatou, praticamente, com Sócrates nas intenções de voto. A queda parece dever-se ao facto de falar em excesso. Por duas vezes, em Espanha, reprovou, com veemência, as decisões do Governo português em aplicar a golden share no negócio da PT-Telefónica-Vivo. Objectivamente, esteve ao lado dos espanhóis, materializando, com essa tineta fatal do neoliberalismo e das leis do mercado, os estados de incerteza e de angústia em que vivemos.
Passos seguia o balanço das ameaçadoras declarações sobre as alterações à Constituição, que haviam deixado toda a gente em polvorosa. Inclusive parte significativa dos apaniguados. Entendo que o presidente do PSD deseje marcar a diferença e ambicione ser o criador das horas de transição histórica. Mas o remédio deixou de estar na moda. A senhora Thatcher, seu modelo, é, hoje, tida como uma mediocridade política, que deixou a Inglaterra de rastos. E Tony Blair, inspirado naquela ênfase ideológica, transfez-se numa extravagância grotesca. Os novos dirigentes ingleses não sabem como resolver a embrulhada.
As afirmações de Passos Coelho em Espanha foram a rima desajeitada de quem ignora mover-se nos meandros da diplomacia política. Pareciam extraídas dos frascos de formol onde, nos museus da teratologia política, repousam as velhas aberrações doutrinárias. O português médio desagradou-se. Detesta que nos coloquemos de cócoras ante aquele a que, hipocritamente, chamamos de "hermanos". E o espanhol medianamente letrado não escondeu a sua perplexidade com a inesperada colaboração político-económica do alto dirigente "social--democrata".
Resultado: Pedro Passos Coelho, que subira nas intenções de voto e deixara José Sócrates muito para trás, como uma espécie de ser à parte, regressou ao sonambulismo do velho PSD. Não só preocupara: assustara de pânico um eleitorado já ferido pelas novas regras dos apoios sociais, e desconfiadíssimo de tudo o que pareça alteração nas rotinas. Pese, embora, as palavras de tranquilidade, proferidas por distintos tenores do partido, o susto colectivo reflectiu-se nas sondagens, e despertou as dúvidas e as apreensões dos muitos que vêem na direita o rol de todos os perigos. Talvez Passos Coelho tenha depredado o concentrado de simpatia obtido pelo desastre político de Sócrates e pela notória repulsa que causou o consulado de Manuela Ferreira Leite. Ele fala de mais e, com perdão da palavra, pensa de menos. Nota-se-lhe a fragilidade do mimetismo doutrinário e, como síntese, a submissão às lógicas do momento, por absurdas que sejam. Assim, não vai longe nem deixa rasto.» [DN]
Parecer:
Por Baptista-Bastos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
LAMA ATIRADA COMO PROVA DE VIDA
«As palavra são do chefe daqueles que fizeram este bonito serviço: "Na longa vida de magistrado, o PGR nunca conheceu um despacho igual" (Pinto Monteiro, o PGR, ontem ao DN). Nesse despacho, o do Freeport, os procuradores, disse o PGR, "ouviram quem quiseram". Tiveram tempo? Não pediram mais, garante o PGR... Esta história já eu a tinha percebido, mas nunca com o argumento de autoridade que ontem o PGR me deu. Exagero na palavra autoridade, porque o chefe é-o, mas pouco: "[O PGR] tem os poderes da Rainha de Inglaterra", diz o próprio. Isto é, os procuradores não lhe ligam peva. Não ouvindo José Sócrates (podendo tê-lo feito e tendo tido o tempo que quiseram), podem concluir um processo e entregá-lo com insinuações públicas àquele que o processo ignora. Ignora oficialmente mas, já que estamos aqui entre comadres, era giro lembrar que havia 27 coisitas para pôr ao tal Sócrates... Como diz qualquer inimputável basbaque ao microfone de qualquer repórter irresponsável num cenário de faca e alguidar: "Eu ver, nunca vi, mas consta que ela lhe punha os palitos..." Ontem, ficámos a saber que havia também 10 coisitas para perguntar a Silva Pereira. A minha questão é: e amanhã? Tenho resposta. Será a Pereira ou a Sócrates, a Passos ou a Ângelo, a Jerónimo, a Portas ou a Louçã, todos terão direito a perguntas que não lhes serão feitas. Só atiradas como à lama. » [DN]
Parecer:
Por Ferreira Fernandes.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
QUE GRANDE LATA!
«O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) reagiu esta tarde às declarações de Pinto Monteiro sobre o processo Freeport e desafia-o a esclarecer a razão pela qual critica publicamente o despacho de arquivamento da investigação, lembrando que o seu teor lhe foi transmitido e teve a concordância da directora do DCIAP, Cândida Almeida.
No documento intitulado 'Carta aberta ao procurador-geral da República (PGR)', o SMMP reitera que “a hierarquia do Ministério Público está moribunda”, afirmando mesmo que o “MP tem falta de hierarquia”.» [CM]
Parecer:
Ouvir esta personagem absurda, um político aparentemente sem cor armado em sindicalista de uma classe que não devia ter sindicato, dizer que a liderança do MP está moribunda á vontade de rir, não pela gravidade da situação mas pelo ridículo de ver aqueles que andam a dar facadas na credibilidade da justiça andarem agora a fazer autópsias.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao senhor Palma que concorra à liderança de um sindicato de coveiros.»
"SÓ FALTA QUERER PRENDER O PROCURADOR-GERAL"
«O advogado Garcia Pereira criticou hoje a atuação do Sindicato do Magistrados do Ministério Público que, disse, 'só falta' querer 'prender o procurador geral da República'.
Garcia Pereira afirmou ainda que 'processos como o do Freeport e outros põem a claro a necessidade de pôr ordem de vez nesse autêntico Estado dentro do Estado em que se transformou o Ministério Público'.» [DN]
Parecer:
Se pudessem nem o prendiam, faziam o que tentaram fazer a Sócrates e a todos os que se atravessem no seu caminho, linchavam-no.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprovem-se as afirmações de Garcia Pereira.»
GOOGLE PROIBIDO DE FOTOGRAFAR RUAS
«A Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) proibiu o Google de recolher imagens em Portugal para o serviço Street View por considerar que não está garantido o anonimato de pessoas e veículos.
O Google anunciou esta semana ter voltado a registar fotograficamente as ruas portuguesas para o serviço Street View, mas a CNPD acha que não estão ainda reunidos os requisitos legais necessários para a publicação on-line das imagens.» [DN]
Parecer:
No país da bandalhice total a Comissão da Protecção de Dados proíbe a torto e a direito.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
30 MILIONÁRIOS AMERICANOS DÃO METADE DA FORTUNA PARA FINS HUMANITÁRIOS
«O mayor de Nova Iorque Michael Bloomberg, o herdeiro da rede hoteleira Barron Hilton, o magnata dos media Ted Turner e o realizador George Lucas são alguns dos cerca de 30 milionários que irão dar, pelo menos, metade das suas fortunas para causas humanitárias.
George Lucas pretende ver o seu dinheiro aplicado na educação: “Desde que tenha recursos disponíveis, vou tentar sempre elevar o nível dos estudantes de todas as idades”.
A iniciativa insere-se na campanha “Giving Pledge”, lançada por Bill Gates e pelo investidor Warren Buffett, que tem como objectivo incentivar o compromisso monetário dos americanos mais ricos em relação aos “problemas que mais afectam a sociedade”, como informa o “The Guardian”. » [Jornal de Negócios]
Parecer:
Haverá algum milionário português disposto a dar algum?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Belmiro de Azevedo quanto deu, dá ou tenciona dar para causas humanitárias.»
SAME-SEX MARRIAGE[Boston.com]