terça-feira, agosto 03, 2010

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Alafaiates [Recurvirostra avosetta] e pernilongo [Himantopus himantopus]
Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António

JUMENTO DO DIA

Almirante Vieira Matias, ex-chefe do Estado maior da Armada

O nosso almirantado anda feliz, agora já não tem apenas Mercedes conduzidos por grumetes sinaleiros, já podem ir às reuniões ostentando insígnias da arma submarina, armada que se preze deve ter este poderoso meios de dissuasão, pelo menos foi esse o argumento usado para a compra dos submarinos. Era esse o argumento usado pelo almirante Vieira Matias, um senhor que ficou conhecido por dizer que a armada estava no cais por falta de gasóleo, era Guterres primeiro-ministro.

Mas agora o almirante usa um novo argumento, os submarinos são indispensáveis para proteger os nosso património submarino, que com o alargamento tem a extensão da Índia, portanto, se algum maroto andar lá em baixo a roubar ouro ou petróleo já o podemos apanhar, se vier equipado com algum porta-aviões leva com um balázio.

Eu até pensava que para patrulhar tanto mar dava jeito ter uns aviões ou navios rápidos, mas não, o almirante é que sabe, isso é tarefa para submarinos.

VINTE E SETE GOTAS DE PEÇONHA

«Perguntaram um dia, numa entrevista, a um conhecido jornalista e comentador de televisão, se tinha consumido drogas em jovem. O entrevistado viu de imediato a armadilha.

Se recusasse responder, parte da audiência ficaria a pensar que sim, que se drogara em jovem; se dissesse que não, muitos concluiriam que estava a dar uma resposta conveniente e não sincera; se revelasse que sim, logo apareceria gente a repontar contra "termos de gramar aquele drogado na televisão".

Que fazer? O entrevistado optou pela defesa possível: atacar a pergunta. "Não respondo a perguntas fascistas." A bola passou para o campo dos entrevistadores, fiados na convicção generalizada - mas muito errada - de que é lícito fazer qualquer pergunta. Não é. As perguntas devem permitir ao interrogado dar uma resposta esclarecedora. Ora uma pergunta dirigida à intimidade de alguém nunca permite uma resposta esclarecedora, pelo que não pode ser feita, já que vai deixar o perguntado com um estigma e uma nuvem de desconfiança sobre si.

Eu não diria que a pergunta foi "fascista" - embora reconheça que foi intrusiva e obscurantista, características bem fascistas. Prefiro designá-la como pergunta com peçonha. O simples facto de ser formulada instila veneno, desfoca personalidades, coloca um ferrete indelével na imagem.

Os jornalistas e os juristas sabem que no perguntar vai meia resposta. Faça-se agora a equação: se na pergunta vai meia resposta e se não houver sequer resposta, o que é que fica? Apenas a insinuação. É a outra forma de instilar peçonha.

Imaginem que os jornalistas, que trabalham com rígidas horas de fecho de edição, terminassem as reportagens informando o público não terem tido tempo de formular certas perguntas ao visado na história, pelo que se limitavam a apresentá-las para conhecimento público. "Por ora", já agora… Que bela escola de jornalismo de intriga, insinuação e difamação não nasceria!

Tal escola nasceu já no nosso mundo judiciário. (Nosso, vírgula, que se fosse nosso eu rifava a minha quota, apre!) A vítima inaugural foi José Sócrates: havia 27 perguntas que lhe queriam fazer, mas como não tiveram tempo, aí seguem elas por via mediática.

A melhor saída que vejo para José Sócrates é o ataque: comunicação em directo no horário nobre, para responder às 27 "perguntas". Puxar a coisa para o seu campo, jogar em casa. E varrer a testada. É seu direito: para aprendizes de mediáticos, mediático e meio.

É o antídoto certo para as 27 gotas de peçonha que lhe enviaram.» [JN]

Parecer:

Por Óscar Mascarenhas.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

SARKOZY E CHÁVEZ VÃO PARA A GUERRA

«Um é campeão conservador na Europa, outro é chefe anti-imperialista nas Américas. Na semana que findou foram vedetas dos noticiários e foram irmãos de armas, Nicolas Sarkozy e Hugo Chávez. O francês fez um discurso em tom marcial, identificando imigração e delinquência e ameaçando retirar a nacionalidade a "franceses de origem estrangeira" envolvidos em crimes. O que trouxe para terreiro uma categoria de nacionalidade desconhecida - até agora não havia senão franceses, franceses (incluindo o filho de imigrante húngaro que chega a Presidente). Já Chávez absteve-se dos seus longos monólogos televisionados (no programa semanal Aló Presidente), mas encontrou uma fórmula melhor para chamar atenção. Depois de dias desaparecido, telefonou para a televisão pública VTV dizendo que lhe dá "tristeza e dor passar quatro, cinco e seis horas revendo planos de guerra." Entretanto, espalhou com grande alarido unidades militares na fronteira com a Colômbia. Sarkozy diz palavras que podem incendiar o seu país. Chávez atiça a sua Venezuela contra os vizinhos. Não são doidos, nem um nem outro querem o que parece apregoarem. Acontece é que abriu a campanha presidencial de 2012, em França, e há legislativas em Setembro, na Venezuela. E essa bela invenção que são as eleições às vezes traz com ela um senão: passa a mão pelo pêlo ao pior que nós temos. » [DN]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

MATEMÁTICO FRANCÊS DESAPARECIDO HÁ TRÊS ENCONTRADO NUM MANICÓMIO

«Depois de três anos a vagar pela Europa - aparentemente sem saber quem era e de onde vinha ou remetendo-se ao silêncio se alguém o perguntava - o matemático francês Michel Doumesche, de 61 anos, foi identificado pela polícia italiana num hospital psiquiátrico em Pescara , Itália, onde se encontrava internado.

A comparação das impressões digitais e a colaboração da Interpol, da polícia de Roma e da embaixada de França em Itália, permitiram à Secretaria de Segurança de Pescara assegurar que, afinal, o francês desaparecido em 2007 e o homem de cabelo e barba brancos e olhos claros, internado no hospital psiquiátrico local, eram a mesma pessoa.

"Pareceu-nos, desde logo, uma pessoa muito culta. Observámos que falava perfeitamente quatro idiomas e escrevia fórmulas matemáticas", disse à BBC o vice-secretário da Segurança de Pescara, Giuseppe Ravenda.» [Expresso]

JORNAL 'i' FAZ O ELOGIO DO CHUMBO?

«É a um chumbo - e também a uma expulsão do liceu - que Portugal deve um dos seus mais extraordinários romances. Vitorino Nemésio foi expulso do Liceu de Angra, onde reprovou no antigo 5º ano. Aos 16 anos, Nemésio é enviado para a ilha do Faial, para se preparar para os exames do "Curso Geral dos Liceus" (equivalente ao actual 9º ano) e é nessa estada na Horta que começa a desenhar os elementos do "Mau Tempo no Canal". No dia 16 de Julho de 1918, com 16 anos, Nemésio termina o curso geral dos liceus, com a mortificadora média de "10 valores". O mau aluno virá a ser professor universitário e um dos melhores escritores portugueses.

Talvez o pior argumento antimudanças seja o chumbo "exemplar" de Cavaco Silva: o actual Presidente da República chumbou no 3º ano do liceu - actual 7º ano de escolaridade - e o pai obrigou-o a trabalhar na terra e ajudar no negócio da família. Na sua autobiografia, o Presidente da República considera esse chumbo - e a "lição" do pai - um marco na sua vida, que o tornaria depois um estudante aplicadíssimo. » [i]

Parecer:

Apetece-me perguntar ao director do 'i' se não encontraram situações de insucesso entre os chumbados.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se.»

DONOS DO FINIBANCO COMPRARAM ACÇÕES BARATAS

«A Global Dis - Distribuição Global de Materiais, totalmente dominada pela sociedade Vicaima Madeiras que integra administradores comuns ao Finibanco tais como Humberto da Costa Leite e Arlindo da Costa Leite adquiriu esta segunda-feira 347.799 acções desta sociedade, informou o Finibanco em comunicado enviado à CMVM. O banco adianta que o preço médio foi de 1,896 euros.

O Montepio ofereceu 1,95 euros por acção do Finibanco, ou seja, 0,054 euros acima do preço a que a família Costa Leite comprou os títulos. » [Portugal Diário]

Parecer:

Andam a ganhar dinheiro fácil.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Suspenda-se a opa do Montepiu, os donos do Finibanco que se desenrasquem, se têm dinheiro para comprar acções baratas também têm para injectar capital.»

REJEITADO PEDIDO DE ESPECTÁCULO APRESENTADO PELO PSD

«O PSD falhou esta segunda-feira o agendamento de uma discussão parlamentar de urgência sobre os dados da execução orçamental de Janeiro a Junho, que sinalizam um défice de 7.763 milhões de euros no subsector Estado. A reunião da Comissão Permanente desejada pelo partido de Pedro Passos Coelho, que há uma semana instava o Governo a “explicar” o “mau desempenho das contas públicas”, ficou inviabilizado em Conferência de Líderes.» [DN]

Parecer:

Este PSD anda muito nervoso desde que deixou de subir nas sondagens.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Miguel Macedo que mantenha a calma que isso passa.»

MONTEPIO COMPRA FINIBANCO

«O presidente do Montepio, Tomás Correia, admitiu esta segunda-feira que a mutualista vai adquirir o Finibanco sem necessitar de recorrer a financiamento ou a aumentos de capital.

O custo [341 milhões de euros] vai ser exclusivamente suportado pelo Montepio, não será necessário recorrer a crédito ou à emissão de obrigações", afirmou aos jornalistas, adiantando que a instituição "tem dinheiro, isto é recursos em cash para fazer a operação".

Tomás Correia adiantou ainda que espera que o processo a Oferta Pública de Aquisição (OPA) esteja terminada num espaço de "dois meses" e que a integração do Finibanco na estrutura da associação mutualista aconteça num período de "seis meses". » [CM]

Parecer:

Mais um finório que levou um banco à beira da falência.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se um comentário a Cavaco Silva.»

JÁ PODEMOS DORMIR DESCANSADOS

«O Tridente, o primeiro dos dois submarinos adquiridos pelo Estado português à companhia alemã Ferrostal, passou esta manhã, cerca das 10:00, junto à Ponte 25 de Abril, com destino à Base naval do Alfeite.

O submarino entrou no rio Tejo acompanhado por dois rebocadores e por dezenas de outras embarcações, além de um helicóptero Lynx da Marinha Portuguesa que sobrevoa a embarcação desde a entrada do rio Tejo.» [DN]

Parecer:

Já nos podemos defender dos gambozinos que venham por mar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se tanto dinheiro deitado ao lixo para vaidade do almirantado.»

O JORNALISMO PORTUGUÊS FICOU MAIS POBRE

«O jornalista Mário Bettencourt Resendes, antigo director do Diário de Notícias, morreu hoje, aos 58 anos, na sequência de cancro, disse fonte próxima da família.

O jornalista faleceu no Hospital Cuf Descobertas, pelas 02:15, e o corpo vai estar em câmara ardente na Igreja de S. João de Deus, em Lisboa, a partir das 18:00.» [DN]

Parecer:

Com tanto jornalista canalha que anda por aí...

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Enviem-se os pêsames à família.»

EMPREGO PARA VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

«O Parlamento está a avaliar um projecto de lei que estabelece quotas de emprego público para vítimas de violência doméstica, que pode vir a ser votado já em Setembro. A iniciativa pretende abranger vítimas de violência doméstica "que se desloquem para fora da sua área residencial, como forma de evitar a sujeição a essa violência e que não exerçam qualquer actividade laboral", numa proposta da autoria de Os Verdes.

O projecto já passou pela comissão da especialidade e aguarda agora a votação final global em plenário. Ao contrário do CDS, que considera a medida um "exagero", PS, Bloco e PCP estão disponíveis a discutir o assunto no início da próxima sessão legislativa.» [DN]

Parecer:

É uma medida positiva.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»

RUSSIAN WILDFIRES [Boston.com]

DENIZ SENYESIL