FOTO JUMENTO
Bote "atracado" no Sapal de Castro Marim
JUMENTO DO DIA
Marco António, vice-presidente do PSD
Quando a justiça foi abandalhada em jornais ligados a interesses do PSD ninguém ouviu Marco António questionar o estado da justiça, quando o "procurador" da Marmeleira tentou usar escutas ilegais fora da justiça Marco António ficou calado, quando o processo Freeport foi usado por duas vezes para ajudar o PSD a chegar ao poder ninguém ouviu Marco António comentar. Quando a mentira se tornou evidente eis que o agora vice-presidente do PSD descobre que a Justiça vive uma crise de confiança e como se isso não bastasse ainda conclui que é o PS que funciona como "força de bloqueio" (parece que o PSD quer encostar-se às sondagens das presidenciais usando cada vez mais o discurso de Cavaco Silva).
É preciso ter uma grande lata primeiro cala-se enquanto os magistrados tentam destruir o PS, quando a manobra não resulta descobre que aquele partido é uma força de bloqueio. Forma original de continuara fazer render o ignóbil caso Freeport.«O vice presidente do PSD, Marco António Costa, considerou hoje que a Justiça 'está a sofrer uma das crises de confiança mais graves' de sempre, acusando o PS de ser uma 'força de bloqueio' ao recusar 'reformas importantes' nesta área.
'Hoje é inequívoco para os portugueses que os canais institucionais da Justiça estão bloqueados, não funcionam, e a Justiça está a sofrer uma das crises de confiança mais graves das últimas décadas', algo que, acrescentou Marco António Costa, 'preocupa os portugueses e o maior partido da oposição'.» [DN]
O ÓDIO AO PROCURADOR-GERAL
Há muito que o PSD percebeu que Pinto Monteiro não era um parceiro nas manobras para destruir Sócrates e tudo tem feito para justificar o pedido da sua cabeça, não basta contar com magistrados e sindicalistas da treta, é preciso que no MP ninguém se meta no caminho e o Procurador-Geral não tem feito os jeitos que lhe são pedidos.
Hoje multiplicaram-se os ataques ao Procurador-Geral, um sinal óbvio da ressaca dos que contavam com mais ajuda vinda do Caso Freeport.
A ÚLTIMA MISSÃO NO JORNAL
«A morte do Mário Bettencourt Resendes não enluta apenas o Diário de Notícias. É, na dimensão pública, sobretudo uma grande perda do jornalismo e da cidadania, porque ao profissional íntegro, substantivo nos factos, e ao comentador relevante, forte nas opiniões e na análise, somava-se ainda o homem inteligente, activamente preocupado com o País.
A morte do Mário não é nenhuma surpresa. Neste meio, todos sabíamos que ele estava a chegar ao fim da luta de uma década e meia contra a doença - e por isso há várias semanas que a sua coluna de Provedor dos Leitores faltava ao DN.
Compartilho hoje com os leitores as razões da curta hesitação que ele teve antes de aceitar esse desafio, proposto por mim em Março de 2007.
O Mário tinha sido tudo nesta casa - jornalista, depois Director, enfim, administrador -, mas não foi nenhum complexo de superioridade que o fez reflectir. Simplesmente, disse-mo com a humildade dos homens superiores, tinha receio de que a doença o não deixasse cumprir com todo o trabalho inerente ao cargo. Fez-me, em dez minutos, o relato cru das dificuldades, do sofrimento pessoal. Disse-me que vivia todos os dias como se fosse o último. Depois voltou a alegria, a coragem, e demorou menos de 48 horas a pensar. Quando me ligou a aceitar - "João, vamos a isto!" -, pediu-me apenas "liberdade absoluta" e umas pequenas alterações ao regulamento que tutela as relações entre o Provedor, a Direcção do jornal e a empresa.
Durante estes três anos e meio falámos várias vezes, mas nunca sobre qualquer um dos seus textos. Ele ouvia os leitores, pedia internamente os esclarecimentos necessários e depois formulava as suas recomendações com total distanciamento e liberdade. Algumas vezes teve de criticar o jornal, mas fê-lo sempre com elegância. Era um homem que apontava caminhos e ajudava a melhorar a organização. Escrevia com mundo, com cultura, com conhecimento de causa e com justiça. Nenhum jornal pode ter um Provedor mais capaz e mais estimulante.
Obrigado, Mário, por esse teu último e grande serviço ao Diário de Notícias. » [DN]
Parecer:
Por João Marcelino.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
OS 'COJONES' DE SARAH PALIN
«O drama do Arizona, estado que tem fronteira com o México, deve ser acompanhado com um dicionário na mão. Sarah Palin acaba de dizer que Jan Brewer, a governadora do Arizona, "tem 'cojones' que Obama não tem para lutar contra a imigração ilegal". A frase foi dita em inglês, a língua de Tucson, Arizona, com a excepção de 'cojones', dito como se fala em Nogales, no estado mexicano de Sonora. De Tucson para Nogales dista uma hora de carro. A frase de Palin confirma que a coisa está grave: se uma política do Alasca já fala como uma vendedora de 'enchiladas', calculem a vaga de 'chicanos' que já vai pelo Arizona... Mas não deixa de ser surpreendente a linguagem de Palin. A sua companheira de partido, a citada governadora do Arizona, construiu a carreira com mais cuidados lexicais. Jan não guardou o seu apelido de baptismo, Drinkwine (bebe vinho, em português), e ficou com o nome do marido, Brewer (cervejeiro), mais suave. E certo, certo, é que não ficará para a História como Jan Tequilla. Note-se, ainda, que 'cojones' é um autêntico 'palin'dromo nos EUA. Palíndromo é uma palavra que é lida da esquerda para a direita como da direita para a esquerda (por exemplo, sopapos). Na América, 'cojones' é dito pela esquerda ou pela direita, logo que o político seja mulher: já Madeleine Albright, a ministra de Clinton, o disse uma vez no Conselho de Segurança. » [DN]
Parecer:
Por Ferreira Fernandes.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
PROCURADORES DO CASO FREEPORT CHAMARAM 'ESTÚPIDO' AO POVO PORTUGUÊS
«O bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, disse que os procuradores do caso Freeport estão a chamar "estúpido" ao povo português, quando alegam falta de tempo para não terem inquirido o primeiro-ministro, José Sócrates.
Em declarações hoje à agência Lusa, Marinho Pinto considerou lamentável que o inquérito tenha sido encerrado com os procuradores Vítor Magalhães e Paes Faria a colocarem no despacho final as 27 perguntas que gostariam de ter feito a José Sócrates, mas que não o fizeram alegando falta de tempo. » [CM]
Parecer:
É por estas e por outras que não gostam do bastonário da Ordem dos Advogados.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprovem-se as afirmações claras e objectivas.»
O SINDICATO (DA TRETA) DOS MAGISTRADOS DO MP É UM PARTIDO POLÍTICO
«Pinto Monteiro acusa Sindicato dos Magistrados do MP de actuar "como pequeno partido político" e garante que enquanto magistrado nunca leu um despacho como o dos procuradores Paes Faria e Vítor Magalhães. O PGR diz que é tempo de o poder político, seja ele qual for, decidir se pretende um MP autónomo ou "o actual simulacro".
O processo Freeport está longe do fim, sentenciou Marcelo Rebelo de Sousa, no seu comentário de domingo na TVI. Isto depois de conhecido o despacho final, em que apenas dois dos sete arguidos foram acusados, por tentativa de extorsão, e em que o primeiro-ministro saiu ilibado de qualquer suspeita de envolvimento no caso. Ao DN, numa entrevista exclusiva por escrito, o procurador-geral da República (PGR), Pinto Monteiro, insiste que os procuradores encarregues do caso, Paes Faria e Vítor Magalhães, tiveram toda a liberdade na condução do processo, e defende um debate urgente sobre a autonomia do Ministério Público e uma hierarquia a funcionar.» [DN]
Parecer:
É pior, há vezes parece-me um sindicato do crime político.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Corra-se com esses falsos sindicalistas.»
AS TRÊS BANDEIRAS DE MÁRIO BETTENCOURT RESENDES
«Pediu para se colocar sobre o seu caixão três bandeiras. Um pedido inesperado até para os amigos mais próximos, mas que mostra como Mário Bettencourt Resendes estava consciente do limbo em que se encontrava nas últimas semanas. Foi uma luta contra o cancro em que quase se pode dizer que não houve nem um vencedor nem um vencido. Mário ganhou mais uma década e meia de vida desde que descobriu a doença, e nos últimos cem dias continuou a bater o pé até que ontem lhe faltou a força em definitivo para mais um pontapé no destino.
A magreza dos últimos tempos desgostava-o, mas mesmo assim mandou fazer oito fatos no início do ano para se adaptar à alteração fisionómica. Há poucos meses, disse que achava que mais uma vez tinha dado a volta à situação. E era verdade! Voltou a fazer muito do que lhe era normal. Escrever as análises do provedor do Diário de Notícias; comentar para a SIC Notícias a situação política nacional e dar aulas aos seus alunos. Há poucas semanas, suspendeu a vida profissional para lutar mais uma vez. Mas nem por isso deixava de estar preocupado com o que se passava em Portugal; não esquecia o acompanhamento das alterações na política, bem como sugeria os testes a serem feitos aos seus alunos. Até ao fim, cumpriu o seu papel, e tinha sempre os jornais por perto para folhear e a televisão ligada à hora dos noticiários.
As três bandeiras que solicitou para lhe cobrirem o caixão não surpreendem. A dos Açores, a terra onde nasceu. A do Benfica, que tantas alegrias lhe deu. A do Diário do Notícias, em que a maior parte da sua vida profissional foi vivida. Haveria outras bandeiras que o antigo director do DN gostaria de ter consigo nesta última viagem porque sempre teve uma na mão. Afinal, o Mário, como o chamavam, nunca passou por períodos em que a vida o desinteressasse. Tanto que nem acreditou que a doença o impedisse de ir de férias este Verão para a casa habitual no Algarve, e fez a reserva como nos anos anteriores.» [DN]
PROCURADORES DO CASO FREEPORT VÃO SER OUVIDOS
«Já foi nomeado um inspector do Ministério Público para apurar se houve irregularidades nas investigações do caso Freeport, nomeadamente por que não foi ouvido o primeiro-ministro. A notícia é avançada pelo Público, que adianta que o inspector vai ouvir os investigadores da PJ e os inspectores responsáveis pelo caso que após cinco anos de investigação acusou apenas dois dos sete arguidos.
Hoje, ao Diário de Notícias, o Procurador-Geral da República salienta sobre este caso que "não há nenhuma explicação credível para ter sido ouvido quem quer que seja, a não ser que não existissem razões para isso ou os responsáveis pela investigação não o quisessem fazer." Diz ainda que o prazo limite para as investigações, invocado no despacho de acusação revelado na semana passado como explicação para não ouvir Sócrates, poderia ter sido prorrogado, "bastando para isso que a prorrogação fosse requerida."» [i]
Parecer:
ironia do destino, não tiveram tempo para fazerem perguntas e agora vão ter tempo de sobra para esclarecer dúvidas.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investiguem-se as ligações e comportamentos dos investigadores do Caso Freeport.»
TRANSPARÊNCIA?
«À pergunta mais feita nos últimos dias: «Por que decidiram os procuradores do caso Freeport incluir as vinte e sete perguntas a José Sócrates no despacho final do inquérito?», Vítor Magalhães, um dos titulares do processo, responde por escrito à TVI: «Foi por uma questão de transparência. Era uma diligência que se queria fazer e por isso entendo que a devíamos fazer constar do relatório final». «Este foi o procedimento adoptado em relação às outras testemunhas que não foi possível inquirir». » [Portugal Diário]
Parecer:
Será que é hábito do procurador colocar as perguntas que ficaram por fazer nos processos que dirige?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se.»
NO "CÂMARA CORPORATIVA"
O post 'elementar, caro Watson':
«No dia em que o PGR dá uma entrevista a Miguel Marujo, pondo a nu que dirige uma instituição que tem tantos alçapões que ninguém é responsável perante ninguém, o procurador Vítor Magalhães, um dos dois magistrados do processo Freeport, escreve directamente para a SIC sem submeter a sua comunicação à consideração da Procuradoria Geral da República. Note-se que até os juízes — esses, sim, independentes —, quando têm algo a esclarecer, fazem-no através do Conselho Superior da Magistratura.
Mas vale a pena prestar atenção à nota de Vítor Magalhães, porque reveladora é do cuidado com que são tratadas matérias tão relevantes. O procurador escreve à SIC para reparar um erro que consta do despacho… quando comete três erros três:
• Os procuradores do Freeport desconhecem, ao fim destes anos todos, que Pedro Silva Pereira, actual ministro da Presidência e ex-secretário de Estado, não teve nenhum papel na decisão de licenciamento do Freeport;
• Confundem Pedro Silva Pereira com Rui Gonçalves, desconhecendo que a competência estava delegada neste outro secretário de Estado (como qualquer leitor do affaire Freeport sabe);
• Ao tentar corrigir a divergência que os jornalistas detectaram no despacho, o procurador Vítor Magalhães volta a não acertar na designação do cargo: Silva Pereira era Secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza (e não Secretário de Estado do Ordenamento Territorial e da Conservação da Natureza).Imagine-se, pela amostra, a atenção e o cuidado que a investigação mereceu. »