domingo, agosto 01, 2010

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Dinaussauro na Praia do Cabeço (2005)
(faltam onze horas)

JUMENTO DO DIA

Jorge Moreira da Silva

Nervoso com a queda do PSD nas sondagens Jorge Moreira da Silva, o ajudante de campo de Pacheco Pereira na vergonhosa comissão de inquérito, resolveu lançar aproveitar-se de uma opinião da ministra da Educação para ser estrela num sábado em que a maioria dos portugueses pensavam estar livres de políticos idiotas. Digamos que Jorge Moreira da Silva tentou comemorar à sua maneira o aniversário da famosa comunicação ao país feita por Cavaco Silva a propósito do estatuto dos Açores.

Só que a ministra não disse o que o governo ia fazer, disse o que ela como ministra pensava o que não é a mesma coisa. Ao questionar o governo sobre uma opinião da ministra Jorge Moreira da Silva mostra ser alguém tão obtuso que não admite que um ministro possa ter e dar a conhecer as suas oposição.

Enfim, como diria Miguel Relva o Jorge Moreira da Silva anda muito nervoso.

A ministra disse o que pensava e que chumbar não é solução, mas não disse que não chumbar significava passar sem mais nem menos, mas sim que era necessário um tratamento especial.

««As crianças repetem o ano e essa repetição quase nunca é benéfica em termos de evolução da aprendizagem», disse a ministra na entrevista divulgada este sábado.

A ministra defende que «deve haver uma audição dos parceiros, das escolas e dos docentes para encontrar uma alternativa em que as pessoas se reconheçam» e está disposta a lançar o debate. «As reformas impostas, concebidas por um grupo de pessoas que propões uma alternativa radical e em que as pessoas não se revêem não são compreendidas», defendeu.» [Portugal Diário]

«O PSD considera "grave", "errado", embora "não surpreendente", a intenção do Governo de acabar com os chumbos no Ensino e avisa que envidará esforços em sede parlamentar para impedir a medida de avançar.

O partido considera a Educação um tema "demasiado sério para ir de férias" e considerou que o primeiro-ministro deve ainda hoje "recuar" e dar explicações ao país.» [JN]

QUE GRANDES INCOMPETENTES!

O lado mais original dos nossos idiotas, burros e incompetentes é que o são e ainda se queixam insinuando que a culpa é dos outros. Se desapareceram tantos milhões e não os encontraram é porque quem os procurou é burro, idiota ou incompetente ou, então, quem os levou é mais inteligente, mais incompetente ou menos idiota, o que vai dar no mesmo.

Suponhamos que desapareceram mesmo os tais milhões, a pergunta a fazer é porque só começaram a procurá-los quatro anos depois de terem desaparecido? À idiotice, incompetência e burrice somamos outra razão possível. Foram idiotas porque andaram todo este tempo a fazer figura de parvos, foram burros porque se deixaram enganar, foram incompetentes porque não cumpriram com competência as suas funções e poderão ter actuado de má fé porque só se preocupara com os milhões quando imaginaram que foi Sócrates a ficar com eles. Vá lá, poderão ser idiotas, burros, incompetentes, actuar de má fé e personagens que inspiram pouca confiança em conversas de almoço, mas sempre se aproveita alguma coisa, têm muita imaginação.

Se alguma vez tiver algum problema com a justiça espero que me calhem em sortes os investigadores do Caso Freeport, não me apanham e ainda fico famoso na comunicação social.

SE TIVESSES TEMPO QUE PERGUNTAS FARIAS

Não sei que perguntas lhe faria mas são tantas que se justifica uma investigação à sua actuação. Mas me fizessem perguntas sobre os tais senhores sei muito bem o que responderia. Aqui ficam algumas respostas:

Almoçavas com os investigadores do Caso Freeport?

Por princípio não, mas confesso ter alguma curiosidade em conhecer dois indivíduos que depois de anos a investigar não apanham nada e depois dizem que não tiveram tempo para fazerem umas perguntas idiotas. Mas se almoçasse com eles iria acompanhado de um advogado.

Emprestavas o carro aos investigadores?

Nem pensar, pela forma que tratam os códigos do direito penal duvido que conheçam o Código da Estrada.

Emprestavas-lhes dinheiro?

Não. Em primeiro lugar porque só empresto dinheiro a pessoas em quem confio o que manifestamente não é o caso deles. Além disso, receio que depois fosse queixar-se ao senhor Palma dizendo que os tinha comprado.

Se te cruzasses com eles na rua o que fazias?

Pedia-lhes um autógrafo já que foram os autores da maior telenovela a que o país assistiu.
Se te pedissem um conselho qual o que lhes darias?

Que se dedicassem à apanha da conquilha já que é melhor dar pontapés na areia do que nos códigos do direito.

Conheces, és amigo ou parente de algum dos investigadores?

Felizmente não!

CAÇA AO HOMEM

Caçadores incompetentes...

FOI HÁ DOIS ANOS

Este ano vamos todos tranquilos para férias, nem Cavaco Silva tem de levar um reboque nem nós temos de lhe aturar uma declaração ao país.

O QUE QUER DIZER BRASILEIRA DA SILVA

«A escrita brasileira (jornais e livros) é um esplendor porque a melhor língua portuguesa anda por aquelas ruas. Basta ouvir um médio ala chegando de Fortaleza. Um mês depois talvez já seja assobiado na Luz mas na Portela, aos microfones, fala mais claro que qualquer procurador da escola de Coimbra. Para continuar com outra profissão por cá entaramelada de sintaxe e lógica, oiçam um político brasileiro a falar. Mesmo ex-metalúrgico e só com nove dedos, Lula arrumou uma complicada operação económica e financeira, como a compra de parte da Oi pela PT, com esta limpeza: "Só posso dizer que a Oi continuará a ser brasileira da Silva." Disse bem. "Brasileira da Silva" diz: aquele país é o Brasil, quem quiser engolir devia pensar em Andorra. Mas diz mais: sendo brasileira, é do mais lídimo brasileirismo, aquele que repousa em Silva, o mais comum patronímico na língua comum. Se Lula tivesse dito "brasileira de Cavalcanti" ou "de Simonson", embora também lá os haja, Cavalcantis e Simonsons, não era mesma coisa. Lula diz que a Oi e a PT (com a palavra como negócio comum) estavam certas juntas no país cujo "Patriarca da Independência" se chama José Bonifácio de Andrada e Silva, e cujo maior herói, o Tiradentes, se chama Joaquim José da Silva Xavier. "A Oi ser brasileira da Silva" é a melhor explicação para, estar no Brasil, ser estratégico para a PT portuguesa.» [DN]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

PRESIDENTE DA CML DE RIO MAIOR VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

«A presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, Isaura Morais, apresentou queixa esta sexta-feira na Polícia Judicária de Leiria contra o seu ex-namorado por violência doméstica.

Ao que o CM apurou junto de fonte próxima da autarca, esta diz ter sido alvo de violência e ameaças de morte por parte do seu companheiro nos últimos seis anos, tendo conseguido sempre ocultar as mazelas deixadas.

Durante a tarde de ontem, a PJ efectuou buscas domiciliárias à residência que ambos partilhavam, tendo encontrado armas ilegais.

O homem foi já detido por chantagem, posse de armas ilegais, extorsão, violência física e psicológica, devendo ser presente a tribunal durante a manhã deste sábado.» [CM]

Parecer:

Nem as autarcas se escapam.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Adoptem-se medidas duras.»

OS INGLESES NÃO ALINHARAM NO JOGO SUJO

«Na reunião de Haia, com as autoridades inglesas, foi recusada a possibilidade de a investigação visar o primeiro-ministro. Equipas mistas rejeitadas.» [CM]

Parecer:

Com o envolvimento da polícia inglesa davam consistência à golpada. Mas tiveram azar. É óbvio que se houvesse matéria os ingleses teriam investigado, se não o fizeram é porque não se deixaram ludibriar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se aos ingleses porque não alinharam.»

A VEZ DE JOSÉ MARIA MARTINS

«José Maria Martins, advogado de quatro dos cinco assistentes do processo Freeport, vai a partir da próxima semana "analisar em pormenor o processo": "Seguramente iremos requerer a instrução e fazer uma acusação diferente", afirmou ontem ao i.

"Pela análise que fiz, parece-me que a acusação terá de ser diferente. Podemos acusar qualquer uma das pessoas desde que entendamos que há matéria de facto e direito para isso", diz o advogado, que tem nas mãos uma bomba política.» [i]

Parecer:

Os assistentes do processo têm o advogado certo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

NO "ASPIRINA B"

O post "ataque à diligência":

«Se os procuradores do Freeport pediram o adiamento da conclusão do processo e lhes foi recusado, tal teria sido – no mínimo – referido no despacho, já para não falar nos jornalistas amigos que poriam de imediato essa história no ar. Como não consta que o tenham feito, de acordo com o que entretanto foi sendo conhecido, só há um corolário: o prazo foi aceite por Paes de Faria e Vítor Magalhães. Nem estrebucharam. Ora, se quem aceita um prazo judicial para terminar uma tarefa à sua responsabilidade vem depois a queixar-se de falta de tempo, e resulta dessa falha dano grave na reputação e direitos de alguém, estamos a lidar com trafulhas ou com alimárias.

Esta é mais uma situação em que vemos figuras gradas da sociedade a provarem que idade cronológica e idade mental não são irmãs gémeas. A defesa do que estes dois Procuradores fizeram já está a permitir identificar facínoras, seres que habitam num mundo cujas regras são eles que as fazem de acordo com as conveniências do momento. Como é o caso de Paulo Pinto de Albuquerque, um alucinado que foi para o Expresso da Meia-Noite falar em nome dos Procuradores para elogiar a sua irresponsabilidade e que se recusou a comentar o processo em tudo o que punha em causa as tangas que ia despejando. O sofisma que martelou à exaustão foi o da impotência dos magistrados perante a fixação de um prazo pela hierarquia. Pelos vistos, na cachimónia do Albuquerque, existem Procuradores da República que deixam de efectuar diligências consideradas necessárias para o apuramento da verdade por falta de tempo e nem sequer mexem uma palha para obter mais uns meses – ainda por cima, logo neste processo, onde a última coisa que se esperava era a continuação da suspeição à volta do Primeiro-Ministro após 6 anos de investigação e no acto mesmo de encerrar o inquérito. Não há memória de nada igual na Justiça portuguesa, nem de nada tão infame.

Enquanto o Albuquerque é um erista debochado, Rui Cardoso, secretário-geral do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, é uma aflição. Sabê-lo a passear-se num qualquer corredor do edifício da Justiça é motivo para nos deixar em cuidados. Pois este amigo, no meio de enroladas divagações, conseguiu partilhar a visão do seu sindicato acerca do imbróglio. E reza assim: Cândida Almeida, por razões misteriosas, decide acabar com o processo à revelia dos Procuradores e despacha uma data para o Vice-Procurador-Geral da República, este ricocheteia-a para os titulares do processo, sem lhes ter perguntado se estavam de acordo, e nasceu o monstro. Eis, agora, a melhor parte: os Procuradores, face a estes achaques, terão amuado, desistindo de obter mais tempo, e resolveram vingar-se, chapando com as perguntas e insinuando que Sócrates continua na berlinda. São estas as conclusões do que este Cardoso proferiu num estúdio de televisão, embora o próprio dê sinais de ignorar o alcance das suas palavras.

O Ministério Público, como se vê pela amostra, é mais perigoso do que o Oeste Selvagem. »

KEVIN PINARDY

HEDKANDI SALON