Sempre que os indicadores económicos são positivo, mesmo num contexto em que seria de esperar péssimos resultados, ouvimos a ladainha do costume, que sabe a pouco. Ainda há poucas semana todos receavam a recessão em consequência das medidas de austeridade, agora querem um crescimento asiático. Não tenho dúvida de que se a economia portuguesa crescesse ao ritmo da chinesa viria um qualquer vice-presidente de Passos Coelho a assegurar que esse crescimento iria conduzir a uma grave crise.
Se recuarmos um ou dois meses vemos uma boa parte dos nossos políticos e economistas a assegurar que o país teria dificuldades no acesso ao crédito internacional, havia quem defendesse a saída do euro, a direita encontrou mesmo ânimo para propor que de uma assentada fosse feito o que não conseguiu em trinta anos e propôs uma revisão constitucional que não passa de um disparate.
Afinal não falta quem queira emprestar dinheiro a Portugal e até se conseguem taxas de juro mais baixas do que as conseguidas em anos anteriores. Quando todos já se tinham esquecido da crise grega veio um vice-presidente do PSD, doutor em direito, alertar para o efeito do contágio grego. Ainda bem que se trata de uma questão de economia porque se estivesse em causa a gripe das aves esse idiota desejaria que portugueses começassem todos a cacarejar.
Há algo de errado quando em três décadas de democracia não se ouviu um único elogio a um governo por parte dos políticos da oposição.