Agora que anda tanta gente a dizer que vem aí a fase do
crescimento será bom recordar que é ao Gaspar que se deve o anúncio desta
estação primaveril tantas vezes anunciada. Atrapalhado com os sucessivos erros
de previsão e com a economia em colapso o ex-ministro anunciou a fase do
crescimento ao mesmo tempo que preparava a duplicação da dose da austeridade.
Desde então o governo não se cansa de anunciar a mudança
para a estação do crescimento, chegou mesmo a divulgar um vasto programa e o
malogrado sôr Álvaro inventou mesmo a tese da reindustrialização da Europa,
chegou mesmo a envolver um condescendente e paciente governo francês nesta
palermice digna de uns bitaites de um intervalo entre a bica e o bagaço.
Ao que parece as economias entram em recessão por decisão governamental como se fosse
uma dieta para combater uma troika formada pelo colesterol, diabetes e
hipertensão e quando estão magrinhas e elegantes o governo decide que está na
hora de voltar a crescer, mas desta vez em vez de crescer à base de celulite despesista,
deverá fazê-lo com músculo, um crescimento saud´vel a que designam sustentado, deve ser por ser sustentado por tanta miséria...
Parece que estamos naquela fase em que podemos voltar a
ganhar volume, ainda que a dieta continue a ser rigorosa, tão rigorosa que
vamos ficar com pele e osso. Mas mesmo assim a direita anima a vítima
prometendo-lhe a fartura. Este governo lembra-me a anedota do amigo que na
hora do jantar metia um filho ao colo e ia-lhe falando as melhores iguarias
até que, deliciado com tanta fartura, o puto acabava por adormecer. Cada vez que um adormecia gritava para a mulher “ó Maria,
traz outro que este já jantou!”.
Estes senhores querem convencer-nos que depois de terem destruído
uma boa parte do tecido económico, depois de terem falado mal de Portugal e dos
Portugueses em todo o mundo, depois de terem atirado o país para uma profunda
crise social, depois de terem promovido a fuga de capitais, os consumidores
desatam a consumir r os investidores fazem fila nas fronteiras. Para isso basta
nomear para a Economia um rapaz simpático com o MB e promover o Porta a
primeiro-ministro em exercício.
Estes palermas estão esquecidos do tempo em que Durão
Barroso aumentava o défice de forma exponencial prometia linhas de TGV em
barda, divulgava mega orçamentos para a investigação em reuniões
extraordinárias realizadas em Óbidos e todos os dias via sinais de retoma. Tudo
servia de sinal de retoma, desde as cotações da bolsa às previsões
meteorológicas. A direita portuguesa sempre teve um grande jeito para promover
o desenvolvimento económico.
Cavaco gastou milhões e deixou a economia em recessão, Durão
deixou um défice digno de uma república das bananas e fugiu de Portugal com o
país em recessão. Vai ser o grandioso Passos Coelho que sabe tanto de economia
como eu de lagares de azeite que sem investir um tostão, com os bancos à rasca,
os investidores e os consumidores assustados e com mais um programa de
austeridade brutal vai conseguir o crescimento.
Esta tese de que se decide o crescimento económico com um
click só pode ser gozo, estão gozando com Portugal e com os portugueses.