domingo, julho 21, 2013

Jumento do Dia

    
Cavaco Silva

A comunicação de Cavaco Silva resume-se a uma pequena frase "lamento esta interrupção, o meu governo segue dentro de momentos". O que Cavaco disse foi que o governo é o mesmo e a política é a mesma. O país não ganhou nada com estas mini-férias governamentais e Cavaco limitou-se a assumir-se como um presidente de faz de conta, pouco mais do que um presidente de iniciativa governamental, algo que é evidente quando um presidente anuncia a apresentação de uma moção de confiança.

Percebeu-se que o acordo que Cavaco pretendia não era mais do que o apoio incondicional do PS às decisões de Passos Coelho e Paulo Portas. Melhor do que isto só mesmo uma ditadura. As referências aos governos daquilo a que Cavaco designa como  países de média dimensão como de coligação ignora que são coligações para governarem com maioria absoluta e não com dois terços dos deputados. Esqueceu-se também de que ele próprio em dez anos de primeiro-ministro não dialogou um minuto.

Por fim, quando alguém promete eleições antecipadas para daqui a um ano havendo acordo entre três partidos e agora diz que o governo vai durar até ao fim da legislatura com um governo isolado só pode estar a gozar com o país. Portugal tem um presidente que considera as eleições, o mais nobre acto de uma democracia, como um bombom se lhe fizerem a vontade ou como uma vingança. O país precisava de ser salvo e as eleições eram para o ano, agora o país tem um governo sólido, não precisa de salvação nacional e a legislatura vai durar até ao fim, aconteça o que acontecer.
 
Se este governo voltar a entrar em crise interna resta uma de duas hipóteses, ou Cavaco se demite ou o povo terá de correr com ele.

PS: Se isto tivesse sido um jogo de futebol o resultado teria sido de cinco a zero, cinco par Paulo Portas e zero para Cavaco Silva.