Aquilo
a que o país assiste é ao juntar de todos os exércitos do oportunismo luso numa
espécie de manobras militares e o tiro de partida foi dado por Gaspar. A carta
do ex-ministro das Finanças, que ele julgou que seria elogiada como um gesto de
dignidade digno de quem foi educada pela avó Prazeres, de Manteigas, não passou
de uma manobra canalha, tão canalha que o pobre diabo precisou de se vitimizar
de seguida, soprando para a comunicação social que, coitadinho, até lhe
cuspiram quando foi às compras sem segurança.
Aquele
que há poucos dias gabava os sucessos e prometia o céu aos que aceitassem tomar
banho nos chuveiros do seu Auschwitz, de repente, decidiu fazer uma exibição de
honestidade e foi-se embora sem pagar o imenso investimento que o país fez nos
seus estudos. A manobra de Gaspar é de puro oportunismo, ele sai porque sabe
bem a desgraça a que conduziu o país e tudo o que fez nos últimos meses, incluindo
o simulacro de ida aos mercados, foi mais a pensar em si do que no país.
Ainda
que o seu gesto possa interessar à oposição, a manobra de Paulo Portas é digna
de um canalha e em vez de uma exigência de eleições antecipadas a esquerda
deveria ter exigido a continuação do governo e dito a Paulo Portas que Roma não
paga a traidores. Enquanto o povo vive em dificuldades dois sacanas, Gaspar e
Portas, andam à muito a tratar das suas vidas. Todas os passos de Paulo Portas
nos últimos meses visam ficar com a pasta da Economia, isto é, com o acesso à
distribuição dos dinheiros e às respectivas comissões.
Sabendo
dos riscos que corria, Paulo Portas foi canalha ao ponto de andar a piscar o
olho à esquerda, desta forma se as suas ambições conduzissem a eleições
antecipadas teria a porta aberta a uma coligação com o PS, podendo beneficiar
do conforto judicial que representa estar num governo num momento de crise
nacional.
Paulo
Portas e Vítor Gaspar não passam de exemplos de personagens para quem as ambições
pessoais estão acima de quaisquer considerações de ordem nacional, não hesitando
em penalizar em penalizar milhões de portugueses, em destruir milhares d
empresas ou de forçar muitos milhares de portugueses a abandonar o seu país a
troco da mesquinhez das ambições pessoais.
Um
pretendia currículo e não hesitou em usar o apoio da troika para transformar os
portugueses em anexo de testes de artigos de professores de Harvard que nem
souberam fazer contas. O outro mais não quer do que andar perto do pote pois
sabe que depois deste governo chegará o fim da sua já longa carreira política
recheada de canalhices e traições pessoais.