Passos Coelho, Paulo Portas e Cavaco Silva
Esta coligação faz lembrar um casal que se zangou e depois de ter feitos as pazes decidiu encenar uma festa de casamento, a palhaçada é tão ridícula que deu mais trabalho a negociar o prolongamento do casamento do que o próprio casamento. E como é de um casamento que se trata é evidente que as divergências entre os noivos tinham unicamente a ver com o dote.
Portas já dominava uma parte dos dossiers económicos, tinha dois ministros nessas pastas e havia roubado algumas competências ao ministro da Economia. Mas Portas queria mais, queria todos os dossiers económicos menos as dores de cabeça do ministério das Finanças. A escolha da nova ministra das Finanças foi a oportunidade para Porta fazer mais uma tentativa de ficar com a pasta do Álvaro para o seu mini governo pessoal.
Compreendem-se agora as dificuldades de chegar a acordo, Passos não quer que a metade do governo que corresponde às pastas relacionadas com a economia ficassem todas nas mãos de Portas. O resultado revela o envolvimento directo de Passos Coelho nalguns negócios, criou mais um ministério só para tirar a enerdia (EDP) e o ambiente (privatizações das águas e entregou-o a um homem de confiança.
Em nome do interesse nacional e com o apoio de Cavaco Silva os líderes da direita passaram três dias a discutir negócios e interesses pessoais. Cavaco está de parabéns, Passos e Portas são dois exemplos da cultura do cavaquismo.