Depois desta remodelação os ministros deste governo deviam
deixar de fazer palavras cruzadas ou de jogar à bisca pingada, o jogo mais
apropriado é a roleta russa. Não se sabe qual será a próxima vítima daquilo a
que Gaspar designou por “falta de liderança”, alguém terá de pagar pelos
futuros insucessos ou de ser sacrificado como oferenda aos deuses no altar da
ambição de Paulo Portas.
Um dia deste Paulo Portas vai escrever outra carta dizendo
que a sua decisão é irreversível, tal como sucedeu agora será uma carta marcada
e nela estará o nome de quem Paulo Portas quer em sacrifício. Poderá ser o novo
ministro do ambiente porque Paulo Portas tem alguém bem colocado para ganhar
com os negócios da água ou do lixo, o que será difícil pois esta é uma coutada
da Fomentivest, um monstro que tem à cabeça Ângelo Correia, mas que envolve uma
boa parte da nata política.
Alguém terá de pagar porque Passos Coelho chegou à brilhante
conclusão de que a sua ideologia deve ser transformada em orientação económica
inquestionável, uma postura que faz lembrar a derrota dos alemães na Rússia
depois de Hitler ter chamando a si o comando do exército invasor, ponde de lado
os generais de carreira. Passos é o verdadeiro ministro das Finanças e a sua
antiga assistente da Lusíada não passa de um pau mandado.
Tal como ignorou a carta do seu ex-ministro Passos Coelho
nunca aceitará a derrota das suas teses extremistas, longamente debatidas com
fieis seguidores nas discotecas da capital.
Se as previsões falhares a culpa não é dele por ser infalível, ou é da
economia ou de quem fez as previsões. O problema é que a ministra é ele, isto
é, o culpado será escolhido recorrendo à roleta russa.