segunda-feira, julho 29, 2013

A sorte destes gajos

A sorte destes gajos é que na hora de a Europa decidir superar esta crise não se pode esquecer de ajudar os idiotas que acreditaram na tese da austeridade e que de forma tão servil foram mais boches do que os alemães, desempenhando o papel de pitbull da senhora Merkel. Os alemães não se vão esquecer de um velho amigo que num dia publicava artigos no site do ministério das Finanças alemão e uma semanas depois demitia-se assumindo-se como um falhado ao serviço de outro falhado.
 
A sorte destes gajos é que qualidades como a falta de honestidade intelectual ou o oportunismo não é um exclusivo nacional, ninguém na Europa vai querer assumir o falhanço da tese da austeridade brutal, até porque isso colocava a questão das consequências e responsabilidades financeiras. Além disso ninguém quer a continuação desta crise financeira, nem mesmo as agências de notação pois quanto mais se propaga e prolonga a crise mais penalizados estarão os investidores que lhes pagam os serviços. A crise vai acabar da mesma forma que começou, com mentiras.
 
A sorte destes gajos é que a Alemanha, assim como a União Europeia, vai preferir dizer que Portugal é um caso de sucesso e premiar esse estatuto com ajudas que ajudarão a disfarçar o desastre. É isso que justifica a docilidade com que foi recebida a crise ou a forma tolerante com que foi adiada a 8.ª avaliação. Nem se ouviram as habituais mensagens do pitbull O’Connors,

A sorte destes gajos é que a troika vai permitir aligeirar a austeridade em 2014 e o adiamento do pacote de austeridade que o Passos se propôs lançar para compensar os resultados desastrosos dos primeiros dois anos do ajustamento
 

O problema destes gajos é que nem a boa imprensa da nova vedeta do ministério da Economia, nem o ressuscitar dos projectos de Sócrates promovido por Paulo Porta e muito menos os discursos de Passos Coelho irão promover o crescimento económico. Estes gajos vão perceber que nem tão cedo os investidores, nacionais ou estrangeiros, vão confiar num país governado por loucos.