A sorte destes gajos é que na hora de a Europa decidir
superar esta crise não se pode esquecer de ajudar os idiotas que acreditaram na
tese da austeridade e que de forma tão servil foram mais boches do que os
alemães, desempenhando o papel de pitbull da senhora Merkel. Os alemães não se
vão esquecer de um velho amigo que num dia publicava artigos no site do
ministério das Finanças alemão e uma semanas depois demitia-se assumindo-se
como um falhado ao serviço de outro falhado.
A sorte destes gajos é que qualidades como a falta de
honestidade intelectual ou o oportunismo não é um exclusivo nacional, ninguém
na Europa vai querer assumir o falhanço da tese da austeridade brutal, até
porque isso colocava a questão das consequências e responsabilidades
financeiras. Além disso ninguém quer a continuação desta crise financeira, nem
mesmo as agências de notação pois quanto mais se propaga e prolonga a crise
mais penalizados estarão os investidores que lhes pagam os serviços. A crise
vai acabar da mesma forma que começou, com mentiras.
A sorte destes gajos é que a Alemanha, assim como a União
Europeia, vai preferir dizer que Portugal é um caso de sucesso e premiar esse estatuto
com ajudas que ajudarão a disfarçar o desastre. É isso que justifica a
docilidade com que foi recebida a crise ou a forma tolerante com que foi adiada
a 8.ª avaliação. Nem se ouviram as habituais mensagens do pitbull O’Connors,
A sorte destes gajos é que a troika vai permitir aligeirar a
austeridade em 2014 e o adiamento do pacote de austeridade que o Passos se
propôs lançar para compensar os resultados desastrosos dos primeiros dois anos
do ajustamento
O problema destes gajos é que nem a boa imprensa da nova
vedeta do ministério da Economia, nem o ressuscitar dos projectos de Sócrates
promovido por Paulo Porta e muito menos os discursos de Passos Coelho irão
promover o crescimento económico. Estes gajos vão perceber que nem tão cedo os
investidores, nacionais ou estrangeiros, vão confiar num país governado por
loucos.