O que Cavaco pretende com a moção de confiança que forçou o
governo a apresentar é uma fantochada política, tenta passar a mensagem de que
o que sucedeu foi mais do que um upgrade do governo para eliminar alguns dos
seus bugs, mas sim uma nova versão do governos com novas funcionalidades e um
novo manual de instruções.
Tenta-se desta forma adquirir uma legitimidade que não se
tem, o governo deixou de governar para o país para governar para um parlamento
que não passa de um “animal” de estimação. Desta forme tenta-se iludir a
ilegitimidade de um governo que mentiu premeditadamente para obter os votos de
eleitores que hoje estão arrependidos.
Mas, Cavaco aposta tudo no seu governo e sabe que o fracasso
de Passos Coelho é o seu próprio fracasso e se um dia tiver de der posse a um
novo governo do PS só lhe resta demitir-se, manter-se em funções destruirá o
pouco que resta da sua dignidade política. Cavaco não quer apenas assegurar a
sobrevivência do seu governo, tem dois anos para o ajudar a destruir o PS.
Até qui Cavaco tem sabido manipular Seguro, chegando ao ponto
de o pressionar através da comunicação social, como fez quando denunciou
supostas manobras para boicotar a sua manhosa salvação nacional. Toda a gente
sabe que o parlamento vota no que Passos mandar, muitos dos seus deputados até
concordariam em dar uns açoites à mãe se isso lhes fosse exigido.
A dúvida não está em saber se Passos tem apoio parlamentar,
mas sim em saber se Seguro sobreviver. Esta moção é mais uma tentativa de
homicídio político do líder do PS. De um lado Cavaco montou um Passos dialogante
e com soluções, do outro estará aquele que Cavaco espera se mostre um banana
que não está à altura da situação, é esta a mensagem que a direita pretende
fazer passar no debate da moção de confiança, esta moção é na verdade uma moção
de censura a Seguro.