terça-feira, junho 17, 2014

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 

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Praia dos Três Pauzinhos, Vila Real de Santo António
  
 Jumento do dia
    
Joana Marques Vidal, Procuradora-Geral da República

A Procuradora-Geral da República está de parabéns, depois de anos de investigação do Caso Freeport, ou das investigações ao diploma ou aos desenhos de habitações, passou a algo mais palpável e interessante, a utilização de cartões por parte de Sócrates. Ainda não se sabe se estamos no domínio da imaginação, se o governo sugeriu suspeitas ou se os nossos procuradores estão sem fazer, mas convenhamos que a Procuradora-Geral encontrou algo mais palpável pelo menos a crer no CM, o porta-voz do MP em assuntos sobre José Sócrates.

Tenho esperança de quem dia possamos saber tudo sobre José Sócrates, desde os pormenores do seu ADN até às provas de paternidade dos seus filhos. É para isso que pagamos impostos e temos procuradores bem remunerados, para sabermos tudo sobre José Sócrates, principalmente quando há falta de assunto ou convém entreter as atenções.

«O ex-primeiro-ministro José Sócrates afirmou hoje à agência Lusa que, enquanto líder do executivo, nunca usou nenhum cartão de crédito do Governo e repudiou a notícia de que o DIAP estará a investigar "cartões de Sócrates".

José Sócrates reagiu à manchete da edição de hoje do jornal Correio da Manhã, com o título "DIAP (Departamento de Investigação e Ação Penal) investiga cartões de Sócrates", segundo a qual está em causa um eventual "abuso dos dinheiros públicos" - um processo iniciado após queixa da Associação Sindical dos Juízes Portugueses.

"Acontece que, enquanto fui primeiro-ministro, nunca tive nenhum cartão de crédito do Governo. Nunca tive", frisou José Sócrates. 

Nas declarações que fez à agência Lusa, o ex-primeiro-ministro repudiou o teor da notícia.

"A pretensa notícia é mais uma peça da patética e doentia campanha de perseguição pessoal que o Correio da Manhã há anos desenvolve contra mim - campanha que já constitui objeto de procedimento judicial que há muito tempo intentei contra o Correio da Manhã", disse.» [DN]

 Mundial de futebol: Alemanha - Portugal

Parece que o ajustamento chegou ao futebol. Resta esperar que na senda de Vítor Gaspar o seleccionador Paulo Bento venha a ser convidado a escrever um artigo para ser publicado na página do ministério dos desportos da Alemanha.
 
 A primeira volta contra Passos Coelho

O processo confuso em que os truques de um líder fraco mas manhoso transformou a luta pela liderança do PS é a primeira volta da luta para derrubar Passos Coelho. Está em causa não um só livrar o país de um determinado modelo de político, mas também arredar a direita do poder. Uma vitória de Seguro significaria manter no poder uma geração de gente inútil e preguiçosa, incompetente e sem qualquer visão. Uma vitória de Seguro significa que a esquerda não terá uma alternativa e muito menos um projecto credível para tirar a direita ao poder.

Aquilo a que se assiste no PS é o mesmo género de truques e manhas que vemos no governo, sinal de que a escola destes políticos criados nas incubadoras jotas é a mesma. Só que Seguro parece ser ainda pior do que Passos Coelho. Mas Seguro parece ser um líder com menos recursos do que Passos Coelho e nestes dez dias de respota ao desafio de Costa temos assistido a demasiada cobardia da parte de quem quer governar o país. Seguro está intelectualmente ao mesmo nível de Passos Coelho, mas revela-se um líder mais mole, menos corajoso e pouco frontal. Desta luta com António Costa Seguro já sai derrotado na comparação com ... Passos Coelho.

Uma vitória de Seguro Significa mais uma legislatura de direita no poder, a desagregação do PS e a promoção de um populista incoerente como Marinho Pinto a político de dimensão nacional.
 
      
 Costa: a renovada esperança
   
«Eu também quero escrever sobre António Costa. Sem qualquer ambição política ou necessidade de notoriedade, pretendo apenas dizer que senti um apelo a que não posso ficar indiferente: Costa devolveu-me a esperança na política e a crença de que vale a pena confiar num futuro melhor.

Costa significa para mim um renovado interesse pela política e a expectativa de que não estaremos condenados, nos próximos quatro anos, a suportar, por mais tempo, a apagada tristeza em que vivemos.

Conheço Costa há muitos anos. Recordo a campanha, por si dirigida, que levou o meu irmão à sua histórica vitória sobre Cavaco Silva, em 1996. Estive a seu lado no primeiro êxito para a Câmara de Lisboa, em que conseguiu reunir à sua volta muita gente fora do Partido Socialista. Alegrei-me com o seu expressivo triunfo nas últimas eleições autárquicas.

Dá-me prazer ouvi-lo na Quadratura do Círculo, o único programa de política que me interessa. Apreciei o seu trabalho como ministro. Considero-o competente para liderar um Governo. Tem um passado com provas dadas. É inteligente e decidido. Por isso escrevo este texto.

A liderança baça de Seguro nem sequer entusiasma os mais próximos. Quando alguém diz que se teve de anular três anos para garantir a unidade interna define-se, a si próprio, como um líder incapaz de unir através de um projecto mobilizador, que juntasse à sua volta um significativo número de cidadãos. A sua estratégia de transformar as eleições europeias numa espécie de antecâmara do triunfo nas legislativas resultou num fracasso: a vitória foi magra, das 80 medidas ninguém é capaz de citar mais de duas ou três, a sua pretendida pretensão de ser já considerado o futuro primeiro-ministro não passou de um desejo partilhado por poucos. As suas frases actuais, proferidas num tom pretensamente firme e audaz, estão tanto ao arrepio do seu comportamento habitual que soam a encenação mediática de segunda. Durante três anos, apregoou a importância do crescimento sem nunca explicar como fazer, prometeu não aumentar impostos mas ninguém acreditou, rodeou-se de colaboradores cinzentos de que não conseguimos fixar um nome. No limite, parece alguém a quem se pediu para desempenhar o papel de protagonista numa peça de prestígio, mas que se mostra apenas capaz de ser actor secundário num teatro de província.

Costa não é o salvador. Estamos todos fartos de homens providenciais, que apareceram, em diversos momentos da nossa história, para nos salvar do abismo. O seu triunfo dependerá de programas concretos, de alianças anunciadas e honradas, da sua capacidade de transformar o PS — e a sua terrível burocracia partidária — numa organização que nos entusiasme a apoiar. O seu êxito será possível se nos explicar como pode governar de modo diferente da actual coligação do poder. Vencerá as primárias se souber contornar todas as armadilhas que lhe vão pôr no caminho, a começar pela data de 28 de Setembro, escolhida para dar tempo a um estrebuchar final do “aparelho” pretensamente fiel a Seguro. O tempo que falta pode desgastar a sua imagem e enfraquecer a força da sua proposta inovadora, por isso é importante dosear as mensagens, baixar as expectativas, manter viva a renovada esperança.

Com uma certeza: se António Costa vencer no partido, ganhará no país. Todos sabemos isso.» [Público]
   
Autor:
 
Daniel Sampaio.
      
 Qual é a pressa?
   
«Basta uma refinaria parar para a manutenção e as vendas de automóveis novos aumentarem, para que a balança de pagamentos se afogue e a euforia do governo sobre crescimento sustentado caia no ridículo. Os resultados da economia portuguesa no primeiro trimestre deste ano foram mais um balde de água fria para o governo. A mudança de "paradigma económico" para um crescimento sustentado nas exportações, tão propalado como meta das políticas governamentais de empobrecimento, é uma ficção de banda desenhada. Apesar do empobrecimento não parar, é a procura interna que, em última instância, evita um maior descalabro, traduzido na contracção da economia e na consequente diminuição do número de empregos. A revisão em baixa do crescimento económico para este ano, nas previsões do Banco de Portugal, e a previsão para os anos seguintes, só confirmam que a insistência no caminho seguido nos últimos três anos, só pode conduzir a décadas de contínuo empobrecimento.

Enquanto isto acontece, o maior partido da oposição encontrou a fórmula que o poderá levar a um desastre eleitoral: partiu-se em dois, sem que se decida, no imediato, através de eleições, quem o dirige. Informalmente, neste momento, o PS tem dois secretários-gerais e dois candidatos a primeiro-ministro por tempo indeterminado. Na mesma qualidade, um vai a Faro e enche uma sala de militantes, levando-os ao rubro; o outro responde e faz o mesmo no Porto. Um, visita a Feira da Agricultura, em Santarém; o outro, visita uma fábrica, em Barcelos. O que podia ser uma revitalização dos socialistas, através de uma saudável luta democrática interna, com a marcação de eleições directas para secretário-geral e um congresso, num curto espaço de tempo, está a transformar-se numa situação caricata por ausência total de coragem política. Qual é a pressa? - Pergunta António José Seguro.

Só quem está "lá dentro", a ferver em defesa da sua dama, sem ver o país, não entende o perigoso caminho que os socialistas estão a percorrer, sob o olhar sorridente de todos os outros partidos, do PSD ao PCP, sem esquecer Marinho e Pinto, que lhes cobiçam os despojos. Tratar uma questão política interna - talvez a mais importante que se colocou aos socialistas há mais de uma década -, como a actual direccão está a tratar, com "interpretações estatutárias", pareceres de "comissões de jurisdição" e outras burocracias e processos kafkianos intermináveis só pode transmitir a imagem, aos "de fora", de uma incapacidade política pouco recomendável para quem quer formar o próximo governo. Mas o pior ainda pode acontecer: se depois da realização das eleições "primárias" para escolha do candidato a primeiro--ministro - esse bizarro "pedido de aclaração" de António José Seguro -, a "comissão de jurisdição" vier a declarar que o processo é "estatutariamente ilegal", e que o actual secretário-geral se mantém no cargo.

De qualquer modo, este desgastante processo vai obrigar a uma clarificação política que sem ele nunca existiria. Alberto Martins, o líder parlamentar, em entrevista a este jornal, disse, preto no branco: "O PS deve excluir o bloco central e coligar-se à esquerda se não tiver maioria absoluta". Tal como disse que o tratado orçamental se pode pôr em causa. Durante os próximos meses muito mais vai, obrigatoriamente, ter de ser dito, sobretudo pelos dois protagonistas, sobre estas questões fundamentais para o futuro dos portugueses e de Portugal. E nesse sentido, o PS que sobreviver a este processo, terá fixado a sua estratégia de uma forma mais clara para se apresentar aos eleitores. Ao menos, que se salve isso.

PS - As declarações de Teresa Leal Coelho, ilustre deputada do PSD, sobre os juízes do Tribunal Constitucional, na sequência de declarações anteriores, no mesmo sentido, feitas pelo primeiro-ministro, mostram que as concepções democráticas do PSD não são muito diferente das do partido de Nicolás Maduro, no poder na Venezuela: quem ganha eleições adquire o direito a "mandar" em tudo: parlamento, tribunais, juízes ou ministério público.» [i]
   
Autor:

Tomás Vasques.
   
   
 Explicado o milagre da criação de emprego
   
«Os números são o retrato da crise do mercado do trabalho que se vive em Portugal: nos últimos dois anos, nada menos de 14 600 empresas, grande parte do comércio, hotelaria e restauração e vestuário, aproveitaram os estímulos financeiros do Estado (Medida Estímulo 2012 e 2013) para contratar trabalhadores. Resultado: 23 mil desempregados tiveram uma oportunidade de emprego, a sua maioria no Norte.

O secretário de Estado do Emprego, Octávio Oliveira, está satisfeito com o grau de concretização da medida, que já atingiu 65% dos objetivos traçados pelo Governo em número de desempregados a beneficiar, e 80% da dotação orçamental atribuída ao programa, e garante que este apoio vai continuar em vigor.

Esta medida faz parte das políticas ativas de criação de emprego lançadas pelo Governo e consiste na concessão às empresas de um apoio financeiro, quando contratem desempregados inscritos nos centros de emprego há pelo menos seis meses consecutivos, que corresponde a 50% da retribuição mensal do trabalhador durante o período máximo de seis meses, não podendo ultrapassar o montante de um indexante dos apoios sociais (IAS).» [DN]
   
Parecer:

Grande Lambretas!
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
 Qual debate
   
«"É um debate que foi e tem sido feito e que importa continuar a fazer com tranquilidade e calma. Mas temos de evitar uma visão partidária de qualquer tribunal", disse a ministra aos jornalistas à entrada para um encontro de trabalho do Partido Popular Europeu (PPE) que decorre em Albufeira entre hoje e quarta-feira.

Paula Teixeira da Cruz falava lado-a-lado com a vice-presidente da Comissão Europeia responsável pela Justiça, Direitos Fundamentais e Cidadania, Viviane Reding, que marca presença no encontro.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Esta "faz de conta que é ministra da Justiça" confunde ataques com debate.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se a senhora à fava.»
     

   
   
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