quinta-feira, setembro 24, 2015

Mais uma cambalhota

Voltemos, mais uma vez, a contar a velha anedota do compadre que foi experimentar um voo de acrobacias aéreas. Terminado o voo com piruetas várias o piloto questionou-o sobre a nova experiência. O nosso compadre lá contou o que sentiu, que quando ia subir já sabia que se ia mijar pelas calças abaixo, quando ia descer já sabia que se ia borrar, do que não estava à espera era que o avião desse uma volta e lhe caísse tudo em cima da cabeça.
  
Quando Passos mandou desligar o cronómetro na sede do CDS e iniciou a sua saída limpa entrou em modo eleitoral, daí em diante deixou de governar, de reformar e ainda aproveitou as decisões do Constitucional para aliviar a austeridade, O seu Núncio Fiscoólico começou a aumentar paulatinamente as retenções do IVA e do IRS para criar a ilusão de sucesso fiscal. Mal percebeu que o Novo Banco ia dar muitos milhares de milhões de prejuízos ordenou ao seu assalariado do BdP para brincar com os potenciais compradores do banco para que a venda fosse adiada para muito depois das eleições.
  
Passos queria ganhar a qualquer custo e Portugal tinha de entrar em modo virtual, desde as sondagens à realidade económica, tudo teria de criar uma ilusão que enganasse os cidadãos. Era o tudo por tudo, tinha riscos, mas ou se apostava ou se perdia. Era necessário ser o maior partido, mesmo que isso custasse o risco de uma nova crise financeira. De novo no poder seria possível escolher o momento da crise política e tentar a maioria absoluta, face a uma oposição desorientada. Se corresse mal ainda melhor, um governo minoritário do PS enfrentaria uma situação difícil.
  
Agora que a direita está convencida de que vai ganhar as eleições começa a ter um problema, tal como o nosso compadre também já percebeu que isto vai dar uma cambalhota e toda a merda que andaram a fazer vai-lhes cair em cima. Os prejuízos na venda do Novo Banco vão juntar aos litígios judiciais do banco mau, o défice de 2015 não só fica quem da meta governamental como dos mínimos exigidos pelos credores. A farsa do reembolso da sobretaxa vai ser desmontada, com o reembolso do IVA retido abusivamente deixa de haver sucesso fiscal e as receitas fiscais baixarão de forma acentuada.
  
O problema é que Passos é um aldrabão compulsivo e vai dizer que, mais uma vez, a culpa é da irresponsabilidade dos consumidores que mal perceberam que a economia melhorava desataram a consumir irresponsabilidade, reduzindo as poupanças, aumentando o crédito ao consumo, em vez de pouparem e investirem os portugueses optaram por importar e consumir, por isso não poderão escapar ao merecido castigo a ser infligido por Passos e Portas com as chicotadas do costume, cortes de vencimentos e de pensões, desinvestimento nas escolas e destruição do SNS, despedimento de funcionários públicos e mais uma fornada de refugiados portugueses a caminho da Alemanha. 
  
Tal como o mexilhão também os portugueses são sempre lixados e sempre que o Passos Lapsus Coelho e o esganiçado do Paulinho dão uma cambalhota é cima dos portugueses, especial ente dos menos favorecidos, que cai a merda toda.
  
Resta-nos impedir que isso volte a acontecer.