Foto Jumento
Fontanário na Calçada dos Barbadinhos, Lisboa
Jumento do dia
Maria Luís Albuquerque
Quando a ministra faz sair dados com base nos quais tira conclusões sobre a receita fiscal argumentando que no segundos semestres os resultados costumam ser melhores está escondendo dois tipos de dados. Esconde as retenções de IRS e de IVA que podem estar a ser abusivamente altas para ajudar artificialmente nas metas orçamentais de 2015 e parece ignorar que no passados ocorreram importantes perdões fiscais e outros truques para aumentar a receita no final do ano.
As contas públicas são demasiado sérias e as aldrabices contabilísticas podem ter custos demasiado elevados para que o governo não tenha resistido à tentação eleitoralista de as aldrabar, mesmo sabendo que isso pode deitar por terra todos os sacrifícios feitos pelos portugueses.
Neste momento o governo só pode falar do reembolso parcial da sobretaxa depois de feitas todas as contas e, principalmente, depois de virem ao de cima os reembolsos de IVA que podem estar sendo abusivamente congelados, para não falar dos acertos na receita do IRS que só serão feitos depois de entregues as declarações de rendimentos,e em Abril e Mio de 2016.
Mas mesmo que haja ou houvesse lugar a um reembolso parcial da sobretaxa isso significa que em cima da austeridade os portugueses tiveram de suportar uma dose adicional para compensar a incompetência da ministra. O reembolso da sobretaxa não será uma benesse dada aos portugueses mas sim o reembolso de um monte que foi cobrada de forma abusiva, como sucede com os muitos milhões de reembolsos que estão retidos, ou os que resultam dos abusos nas tabelas de retenção na fonte do IRS.
«A receita fiscal do Estado somou quase 25.100 milhões de euros entre janeiro e agosto, segundo a síntese de execução orçamental, divulgada hoje, sexta-feira, pela Direção-Geral do Orçamento.
São mais 1.303 milhões de euros que entram nos cofres do Estado face a igual período de 2014, o que se traduz num crescimento de 5,5% em termos homólogos. Acima da previsão de aumento da receita fiscal de 5,1% inscrita pelo Governo no Orçamento do Estado para 2015.
Em agosto o EStado cobrou cerca de 4200 milhões de euros, o que corresponde a um aumento mensal de 8,5%.
O crescimento da receita está associado, sobretudo, ao desempenho do IVA (o grande motor de receitas fiscais) e do IRC, enquanto no IRS se verifica um desempenho em linha com os valores de 2014.
Com o IVA, o Estado arrecadou, até agosto, 10.051,2 milhões de euros, mais 8,9% face ao mesmo período de 2014. Já o IRC rendeu mais 12,4%, num total de 2.810,8 milhões de euros cobrados às empresas nos primeiros oito meses do ano.
O IRS gerou 8.235,1 milhões, menos 0,1% do que em período homólogo do ano passado.» []
O pós-eleições segundo Cavaco Silva
Sondageiros para todos os donos
Maria Luís Albuquerque
Quando a ministra faz sair dados com base nos quais tira conclusões sobre a receita fiscal argumentando que no segundos semestres os resultados costumam ser melhores está escondendo dois tipos de dados. Esconde as retenções de IRS e de IVA que podem estar a ser abusivamente altas para ajudar artificialmente nas metas orçamentais de 2015 e parece ignorar que no passados ocorreram importantes perdões fiscais e outros truques para aumentar a receita no final do ano.
As contas públicas são demasiado sérias e as aldrabices contabilísticas podem ter custos demasiado elevados para que o governo não tenha resistido à tentação eleitoralista de as aldrabar, mesmo sabendo que isso pode deitar por terra todos os sacrifícios feitos pelos portugueses.
Neste momento o governo só pode falar do reembolso parcial da sobretaxa depois de feitas todas as contas e, principalmente, depois de virem ao de cima os reembolsos de IVA que podem estar sendo abusivamente congelados, para não falar dos acertos na receita do IRS que só serão feitos depois de entregues as declarações de rendimentos,e em Abril e Mio de 2016.
Mas mesmo que haja ou houvesse lugar a um reembolso parcial da sobretaxa isso significa que em cima da austeridade os portugueses tiveram de suportar uma dose adicional para compensar a incompetência da ministra. O reembolso da sobretaxa não será uma benesse dada aos portugueses mas sim o reembolso de um monte que foi cobrada de forma abusiva, como sucede com os muitos milhões de reembolsos que estão retidos, ou os que resultam dos abusos nas tabelas de retenção na fonte do IRS.
«A receita fiscal do Estado somou quase 25.100 milhões de euros entre janeiro e agosto, segundo a síntese de execução orçamental, divulgada hoje, sexta-feira, pela Direção-Geral do Orçamento.
São mais 1.303 milhões de euros que entram nos cofres do Estado face a igual período de 2014, o que se traduz num crescimento de 5,5% em termos homólogos. Acima da previsão de aumento da receita fiscal de 5,1% inscrita pelo Governo no Orçamento do Estado para 2015.
Em agosto o EStado cobrou cerca de 4200 milhões de euros, o que corresponde a um aumento mensal de 8,5%.
O crescimento da receita está associado, sobretudo, ao desempenho do IVA (o grande motor de receitas fiscais) e do IRC, enquanto no IRS se verifica um desempenho em linha com os valores de 2014.
Com o IVA, o Estado arrecadou, até agosto, 10.051,2 milhões de euros, mais 8,9% face ao mesmo período de 2014. Já o IRC rendeu mais 12,4%, num total de 2.810,8 milhões de euros cobrados às empresas nos primeiros oito meses do ano.
O IRS gerou 8.235,1 milhões, menos 0,1% do que em período homólogo do ano passado.» []
O pós-eleições segundo Cavaco Silva
Sondageiros para todos os donos
Mas que grande vitória eleitoral
Uma das maiores mentiras desta campanha é a do conceito de vitória eleitoral.
De acordo com todas as sondagens até agora publicadas, o PSD deixará de ser o maior partido em n.º de deputados. O maior partido é sempre o PS, pelo que todas as sondagens dão a vitória ao PS.
As eleições de 2011 tiveram os seguintes resultados em percentagens de votos e em número de deputados:
Percentagem de votos:
PSD - 38,65%
PS - 28,06%
CDS - 11,70%
PCP- PEV - 7,91%
BE - 5,17%
Deputados:
PSD - 108
PS - 74
CDS - 24
PCP- PEV - 16
BE - 8.
O CDS teve 11,7% dos votos. No conjunto os 2 partidos da coligação tiveram 50,35%.
Ora, se a correlação de forças dentro da coligação se mantiver, então, de acordo com a sondagem do Expresso, o PS terá 36% e o PSD 23,8% (35,5% que a sondagem dá à coligação, menos os 11,7% do CDS).
Tratar-se-ia de um resultado muito próximo do das eleições de 2009, que o PS ganhou. Nessas eleições o PSD teve 29,11% dos votos ( muito mais que os 23,8% acima referidos), contra 36,55 do PS (uma percentagem quase igual à da sondagem do Expresso.
Os 23,8% do PSD para que as sondagens agora apontam, correspondem ao pior resultado, de sempre, do PSD, mais baixo ainda que o de Santana Lopes, que em 2005 conseguiu 28,77% dos votos.
Se fizermos uma análise às eleições em que o PS ganhou, a soma dos votos do PSD e do CDS rondou sempre os 40%. Foi assim em 1995, quando Guterres ganhou (PSD+CDS tiveram 43,17%); em 1999 (40,66%), em 2005 (36,01%) e em 2009 (39,54%).
Conclusão: de acordo com todas as sondagens o PS vai ganhar as eleições, o PSD provavelmente vai ter a menor votação de sempre e a coligação no seu conjunto vai ter também a menor percentagem de votos de sempre.
É preciso que exista uma máquina de propaganda a funcionar muito bem, para que esta derrota anunciada (que se aproximará da maior de sempre), se converta em vitória!
Uma das maiores mentiras desta campanha é a do conceito de vitória eleitoral.
De acordo com todas as sondagens até agora publicadas, o PSD deixará de ser o maior partido em n.º de deputados. O maior partido é sempre o PS, pelo que todas as sondagens dão a vitória ao PS.
As eleições de 2011 tiveram os seguintes resultados em percentagens de votos e em número de deputados:
Percentagem de votos:
PSD - 38,65%
PS - 28,06%
CDS - 11,70%
PCP- PEV - 7,91%
BE - 5,17%
Deputados:
PSD - 108
PS - 74
CDS - 24
PCP- PEV - 16
BE - 8.
O CDS teve 11,7% dos votos. No conjunto os 2 partidos da coligação tiveram 50,35%.
Ora, se a correlação de forças dentro da coligação se mantiver, então, de acordo com a sondagem do Expresso, o PS terá 36% e o PSD 23,8% (35,5% que a sondagem dá à coligação, menos os 11,7% do CDS).
Tratar-se-ia de um resultado muito próximo do das eleições de 2009, que o PS ganhou. Nessas eleições o PSD teve 29,11% dos votos ( muito mais que os 23,8% acima referidos), contra 36,55 do PS (uma percentagem quase igual à da sondagem do Expresso.
Os 23,8% do PSD para que as sondagens agora apontam, correspondem ao pior resultado, de sempre, do PSD, mais baixo ainda que o de Santana Lopes, que em 2005 conseguiu 28,77% dos votos.
Se fizermos uma análise às eleições em que o PS ganhou, a soma dos votos do PSD e do CDS rondou sempre os 40%. Foi assim em 1995, quando Guterres ganhou (PSD+CDS tiveram 43,17%); em 1999 (40,66%), em 2005 (36,01%) e em 2009 (39,54%).
Conclusão: de acordo com todas as sondagens o PS vai ganhar as eleições, o PSD provavelmente vai ter a menor votação de sempre e a coligação no seu conjunto vai ter também a menor percentagem de votos de sempre.
É preciso que exista uma máquina de propaganda a funcionar muito bem, para que esta derrota anunciada (que se aproximará da maior de sempre), se converta em vitória!
Mas que grande sondagem!
O universo da sondagem do expresso é de 1867 pessoas, mas:
20,5% recusaram-se a responder;
19,2% responderam, mas disseram que não sabem em quem votar;
8,1% responderam que votam "noutros" partidos, mais pequenos que o PDR e o Livre, uma taxa irreal.
Verifica-se, assim, que quase metade das pessoas contactadas não manifestou a sua preferência de voto.
No final da notícia do Expresso sobre a sondagem diz assim, discretamente o último parágrafo:
"Aos inquiridos é ainda perguntado quem acreditam que vai ser o próximo primeiro-ministro. Aqui, António Costa vence com uma margem mais folgada".
Um dia destes o Expresso vai poupar nos telefonemas e faz a sondagem durante a hora do jantar da família Balsemão. Quase aposto que os resultados seriam mais credíveis, ninguém duviodaria da previsão de 100% de votos pafiosos.
O universo da sondagem do expresso é de 1867 pessoas, mas:
20,5% recusaram-se a responder;
19,2% responderam, mas disseram que não sabem em quem votar;
8,1% responderam que votam "noutros" partidos, mais pequenos que o PDR e o Livre, uma taxa irreal.
Verifica-se, assim, que quase metade das pessoas contactadas não manifestou a sua preferência de voto.
No final da notícia do Expresso sobre a sondagem diz assim, discretamente o último parágrafo:
"Aos inquiridos é ainda perguntado quem acreditam que vai ser o próximo primeiro-ministro. Aqui, António Costa vence com uma margem mais folgada".
Um dia destes o Expresso vai poupar nos telefonemas e faz a sondagem durante a hora do jantar da família Balsemão. Quase aposto que os resultados seriam mais credíveis, ninguém duviodaria da previsão de 100% de votos pafiosos.
Passos já usa fundos europeus na campanha
«O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, anunciou esta sexta-feira que, segundo informação governamental, cerca de 1.200 milhões de euros de fundos europeus serão pagos às empresas até ao final deste mês.
Num almoço com empresários inserido na campanha da coligação PSD/CDS-PP para as legislativas de 4 de outubro, em Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro, o também primeiro-ministro adiantou que o Governo está a preparar decisões para acelerar a execução dos fundos do Portugal 2020.» [Expresso]
Parecer:
Se não fosse este Passos não receberíamos dinheiro europeu... A verdade é que o governo reteve o dinheiro para o distribuir a dia das eleições, uma vergonha digna de canalhas.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
Em nome de um país sério
«P presidente da Câmara de Sintra defendeu esta sexta-feira o PS como “ponto de união” entre democratas-cristãos e socialistas em nome de um “país sério” e apelou a uma “grande manifestação de força” como resposta às sondagens.
Basílio Horta, fundador do CDS e ex-deputado do PS, falava num almoço comício em Loures, numa intervenção de crítica cerrada ao Governo PSD/CDS-PP, que entusiasmou os apoiantes socialistas.
“Eles [coligação PSD/CDS] têm as sondagens, mas nós temos a força da verdade. Não se atemorizem com essas sondagens, não percam com elas um minuto. Peço-vos uma grande manifestação de força [do PS] dos próximos dias, uma grande mobilização”, declarou Basílio Horta.» [Expresso]
Parecer:
Haja alguém que fale claro.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»