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Oceanário Pingo Doce, Lisboa
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Passos Coelho, cata-vento presidencial
Agora que Rui Rio já fala em apresentar ou talvez não apresentar uma candidatura presidencial Passos Coelho olha para o cata-vento e talvez por achar que desse lado há menos vento já equaciona um apoio a Marcelo. Compreende-se, Marcelo tem sido um dócil apoiante de Passos Coelho, enquanto Rui Rio prefere jogar com um pau de dois bicos, se Passos Coelho sobreviver candidata-se a presidente, se Passos Coelho se queimar dá as presidenciais pro perdidas e quer substituir Passos Coelho.
No meio disto tudo o cata-vento acaba por ser o próprio Passos Coelho e mesmo assim não parece saber de que lado sopra o vento. Ou será que depois de negociar a candidatura com Rui Rio o líder do PSD usa o professor Marcelo para limpar a candidatura de Rui Rio do efeito Marco António?
«Primeiro recusou apoiar um candidato que seja “um cata-vento de opiniões”, classificação que Marcelo Rebelo de Sousa encaixou como sendo dirigida a si. Depois foi recusando falar de presidenciais, mas agora parece existir uma aproximação da relação entre o primeiro-ministro e o professor, possível candidato a Belém. O Expresso diz que Passos não recusou a possibilidade de um apoio e ao Observador Marcelo sorri com a hipótese.
O semanário (edição impressa) dá conta que as relações têm vindo a ficar menos frias entre os dois e relatam uma fonte próxima do primeiro-ministro que diz que este “nunca mostrou ter sobre o assunto uma posição fechada ou alicerçada no preconceito”, dando a entender que a possibilidade de um apoio a Marcelo não tem a porta fechada.
Marcelo Rebelo de Sousa prefere não comentar, mas em conversa com o Observador não deixa de sorrir com a “boa notícia”. O comentador fica por aqui na reação à notícia de que afinal ainda nem tudo está perdido no que aos apoios do partido diz respeito.» [Observador]
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Agora que parece haver uma vaga em Évora pode ser que o MP mande para lá o Marco António.
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«Passos Coelho não quer ser entrevistado por Ricardo Araújo Pereira. Ohhh... Eu gosto de ver todo o mundo entrevistado pelo RAP, sobretudo quem oferece maiores promessas de se espalhar. Se fosse generoso, Passos aceitava o convite. Mas isso é não entender como funcionam os políticos. Um político nunca falha, quando precisa de mim, aparece. Não quando eu preciso dele. O que me leva a pensar: o que leva Passos a não precisar de me dar uma entrevista dele ao RAP? Se calhar a resposta está no espelho dessa pergunta: o que me leva a precisar de Passos numa entrevista do RAP? Esta, sei, duas dúvidas: 1) os cantos de boca caídos, botox mental para ter pose grave, e 2) os olhos que se esvaziam à medida que a voz se torna colocada. A primeira, julgo, é a forma de ele passar por estadista - certamente acentuou os cantos bucais na célebre madrugada de Bruxelas em que ele salvou a Europa com uma ideia. Uma ideia! - os portugueses são sempre assim, lá fora são capazes de coisas que nunca suspeitámos neles, cá. A segunda, julgo também, é a luta de contrários neste homem sem estados de alma: a dialética entre a falta de luz no olhar e o quente da voz. Trabalhar as pregas vocais sempre foi mais fácil do que animar um olhar. Essas duas suspeitas que tenho sobre Passos Coelho sei que tiraria a limpo ao vê-lo falar com o RAP. Mas, pronto, não vou ter essa oportunidade. Vou ter de ler o programa da coligação, mas duvido que aborde essas questões.» [Diário de Notícias]
Autor:
Ferreira Fernandes.
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«À pergunta sobre a intenção política de surgir sem roupa e a exibir a sua gravidez na capa de uma revista, Joana Amaral Dias responde com outra questão: “Porque não?”
Indignada com as interrogações dos jornalistas – ainda que reconheça que “não são uma surpresa” -, a cabeça de lista por Lisboa da coligação Ag!r/PTP/MAS assume ao PÚBLICO que se tratou de uma “decisão pessoal” na “plenitude da mulher e da candidata, que são uma só”, e atira-se à “hipocrisia” da comunicação social e de “muitas pessoas que se dizem libertárias e de esquerda”.
“As minhas intenções foram mostrar que a comunicação social é capaz de passar como cão por vinha vindimada pelos programas e propostas eleitorais [dos pequenos partidos], mas depois não larga o osso” quando um candidato assume uma atitude inédita como a sua. A candidata tornou-se a primeira política portuguesa ao posar nua com o companheiro na capa de uma revista que foi para as bancas a um mês das eleições legislativas.» [Público]
Parecer:
Enfim, um dia destes ainda vamos ver o Jerónimo de Sousa a fazer-se fotografar na Praia do Meco.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
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«É o duelo previsível na capital em 2017: Fernando Medina contra Pedro Santana Lopes. O cenário tornou-se mais provável desde que, há pouco mais de uma semana, o antigo presidente da Câmara de Lisboa anunciou que não seria candidato a Presidente da República. Continuará, para já, como provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa — lugar que lhe dá palco e o mantém no terreno, deixando-o em boa posição para uma futura campanha eleitoral para os Paços do Município.
Logo que Santana começou a dar sinais de querer entrar na corrida a Belém, foi alertado por alguns conselheiros de que esse seria terreno muito adverso — sobretudo, por já estar marcado por Marcelo Rebelo de Sousa e Rui Rio —, aconselhando-o, em alternativa, a concluir o mandato na Santa Casa, e reservando-se para as autárquicas, onde teria boas hipóteses de derrotar o recém-chegado Medina. Agora que Santana abdicou oficialmente da disputa presidencial, esse cenário volta a estar em cima da mesa. As pressões dos seus conselheiros e do partido a nível local já se fazem sentir. A ausência de uma alternativa óbvia ou forte, ajuda.» [Expresso]
Parecer:
O ideal era ficar na Santa Casa até às autárquicas.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
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