Desiludam-se os que pensam que existe alguma relação entre o que consta no programa pafioso e o que Passos Coelho e Paulo Portas fariam se fossem governo, não foi assim na última legislatura e o embuste voltaria a suceder se a direita ganhasse as próximas eleições.
Passos Coelho é um daqueles políticos que acham que se deve fazer aos eleitores o que se faz aos perus antes das matança natalícia, tal como para facilitar o trabalho com as aves dando-se-lhes um cálice de vinho do porto, também Passos Coelho acha que para ganhar as eleições se deve apresentar um falso programa. Depois inventam-se desvios colossais, exigências da troika e outras desculpas para se fazer o inverso do que se prometeu. Na última legislatura a farsa foi até ao próprio programa de governo aprovado no parlamento, só depois os portugueses souberam ao que vinha o homem de Massamá.
Não é difícil perceber que medidas esconde Passos Coelho, elas decorrem de tudo o que Passos tem defendido desde que publicou um livreco com as suas ideias. Passos defende um modelo económico e de sociedade que tentou implementar na última legislatura e vai tentar implementar de novo. Desvalorização dos trabalhadores do Estado para empurrar quadros qualificados para o sector privado e emigração, de forma a destruir as bases do Estado social sem ter de rever a Constituição, emagrecimento do Estado com reduções brutal de pessoal, aumento da competitividade à custa do empobrecimento do factor trabalho.
Este projecto tem vindo a ser implementado ao longo dos últimos quatros anos e continuará a sê-lo, Passos acha-se um revolucionário liberal que vai conseguir o que a direita portuguesa nunca conseguiu em democracia, governar sem limites, Paulo Portas é um político sem um pingo de ética e para se manter no poder dá o dito cujo mais cinco tostões.
O próximo governo vai fazer o que este fez, reduzir a massa salarial no Estado à custa de cortes salariais através de reduções ou da sua não actualização, reduzir a qualidade e a segurança dos serviços do SNS para promover o sector privado, empilhar alunos em escola públicas com professores a ganhar pouco mais do que empregadas domésticas, reduzir o sistema de pensões a um segundo rendimento mínimo para idosos, promover a desvalorização fiscal do factor trabalho para transferir riqueza para os mais ricos.
Passos vai querer fazer mais do mesmo transferir recursos dos trabalhadores para os patrões, promover a emigração dos empregados, empurrar os mais qualificados e reivindicativos para o estrangeiro, desnatar o Estado transferindo recursos e clientela para o sector privado. Todos sabemos ao que vem Passos Coelho e quem votar na direita sabe muito bem que está assinando esta política por baixo.