domingo, fevereiro 15, 2009

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Dia dos Namorados na Costa da Caparica (imagem de A.Car)

IMAGEM DO DIA

[David Longstreath-AP]

«A Cambodian woman begs for money on the street in Phnom Penh, Cambodia.» [The Washington Post]

JUMENTO DO DIA

Cavaco Silva

Para além de fazer uma imitação mal conseguida de Obama o Presidente da República nada fez que merecesse o mais pequeno comentário, mas a partir do momento em que veio a público por mais de uma vez defender ou garantir que confia na inocência do seu amigo Dias Loureiro Cavaco Silva passou a ser parte em tudo o que diz respeito ao envolvimento de Dias Loureiro na mega fraude do BPN.

O Expresso encontrou provas de que Dias Loureiro mentiu e a falta de memória não pode ser argumento, se alguém crescidinho falta à verdade está a mentir. Isto é, um dos homens fortes do cavaquismo e da maior confiança de Cavaco Silva ainda é membro do Conselho de Estado, com direito a passaporte diplomático e imunidade, graças à confiança e amizade do Presidente da República.

Mesmo inocente há muito que deveria ter abandonado o cargo e Cavaco Silva deveria ter-se mantido em silêncio (como fez no caso Freeport). Compreende-se a diferença de critérios de Cavaco, um assunto que envolve ou em que se quer envolver um primeiro-ministro é um assunto de Estado, mas se um amigo estiver envolvido é uma questão de polícia.

FALHA DE SEGURANÇA NA PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS?

A notícia de que os nomes de algumas chefias do SIS estiveram acessíveis a todos os funcionários da Presidência do Conselho de Ministros tem contornos curiosos. Em primeiro lugar porque é muito estranho que um ofício em papel seja digitalizado e disponibilizado para todos os funcionários, é muito pouco provável que uma aplicação de gestão de documentos tenha tal output. Em segundo lugar porque a comunicação social preocupa-se muito com os documentos dos serviços de segurança e não se preocupa com a segurança da Presidência do Conselho de Ministros como se fosse uma mera repartição pública.

A verdade é que este caso revela que há funcionários que por simpatia partidária fizeram sair um documento da Presidência do Conselho de Ministros fazendo-o chegar aos jornais, sinal de que a luta política já não tem fronteiras. É evidente que os jornais não chamam a atenção para este aspecto pois receiam que os seus informadores venham a ser identificados.

É um sinal de que Sócrates cometeu um erro ao ser magnânimo, permitindo que boys do PSD tenham permanecido em posições vitais da Administração Pública, nalguns sectores, como a DGCI, há mais boys do PSD em postos importantes do que no tempo do governo de Durão Barroso que procedeu a saneamentos em série.

O CARTTON DO "ANTÓNIO" NO EXPRESSO

O CASO BPN ESTÁ DE VOLTA

Ao pé dos mil e oitocentos milhões do buraco fraudulento do BPN qualquer caso de corrupção é uma brincadeira de crianças, esta é a maior fraude realizada em Portugal e arredores e os seus protagonistas são, nem mais, nem menos do que altas figuras do PSD. à cabeça estão duas das personalidades mais fortes do tempo dos governos de Cavaco Silva, Oliveira e Costa e Dias Loureiro.

Oliveira e Costa, que ficou famosos por acusações de perseguição fiscal e de perdões fiscais duvidosos, foi em simultâneo o homem do fisco e da tesouraria do PSD, um exemplo de transparência dos governos de Cavaco Silva. Dias Loureiro ainda chegou a nomear alguns ministros no governo de Santana Lopes, um deles foi um outro homem do BPN e ex-dirigente da secreta que fez o famoso negócio do SIRESP.

Compreende-se o lançamento do caso Freeport e só um ingénuo não percebe os seus objectivos.

AVES DE LISBOA

Rabirruivo-preto (macho e fêmea) [Phoenicurus ochruros]

O ROBIN DOS TOLOS

«Basta ter lido esse livro sumptuoso que é “Memórias de Adriano” para perceber que o amor entre duas pessoas não é um exclusivo de heterossexuais. E então, se a simples boa-fé manda reconhecer a mesma dignidade aos sentimentos amorosos independentemente da orientação sexual, não há razão de direito para lhes recusar idêntica legitimidade perante as leis civis de que gozam as uniões heterossexuais. Reconhecer isto não implica nem concordância nem sequer a aceitação como coisa natural do casamento entre homossexuais — implica apenas a aceitação da sua legitimidade. A minha regra é simples: desde que não interfira com direitos alheios, não podemos proibir tudo aquilo com que não concordamos ou não praticamos. Mas compreendo que outros pensem diferente e seguramente que acho completamente legítimo que a Igreja Católica milite activamente contra esta doutrina.

Porém, a forma como José Sócrates apresentou o casamento entre homossexuais como tema de campanha eleitoral, reclamando um estatuto de ‘esquerda fracturante’ e ‘vanguardista’, é simplesmente pornográfica. Tem que ver apenas com a necessidade de se precaver à esquerda da ameaça de Manuel Alegre e do BE, com considerações de oportunismo eleitoral, e com a vantagem adicional de distrair as atenções dos tolos e, em particular, dessa tribo invertebrada do aparelho socialista.

O mesmo se diga da eutanásia, já também insinuada como novo tema ‘fracturante’ e igualmente propício a desviar atenções perante o terramoto que se anuncia. O “Titanic” afunda-se e a orquestra socialista vai tocando. Por cada novo desastre em perspectiva, por cada nova notícia negra, o PS e Sócrates avançam com novo tema ‘fracturante’ e nova ideia de ‘esquerda’, sem nenhuma réstia de decoro ou de tratamento digno perante assuntos como o casamento entre homossexuais ou a eutanásia, assim criando o pior clima possível para a discussão pública que se impõe. Esta é a forma de fazer política que eu mais desprezo. A que não tem verdadeiras convicções, mas apenas oportunidades, a que vomita demagogia para cima de assuntos sérios. Foi assim que se perdeu o primeiro referendo sobre a despenalização da aborto: não porque a maioria fosse contra, mas porque se sentiu abusada pela forma como a questão foi lançada na arena política.

Agora, chegou a vez da campanha contra os ‘ricos’, com a qual José Sócrates espera tocar a reunir toda a esquerda em volta deste seu Robin Hood — o mesmo, o mesmíssimo, que andou e anda a usar o dinheiro de quem trabalha e paga impostos para proporcionar os grandes negócios dos escandalosamente ricos, através de sucessivas empreitadas de obras públicas, algumas inúteis, quase todas ruinosas. Não incomoda o socialista José Sócrates que a Caixa Geral de Depósitos, o banco público, tenha andado a financiar com centenas de milhões de euros operações de pura especulação bolsista e agora, não conseguindo cobrar os créditos, poupe o património pessoal dos devedores (como não faz a quem se tenha endividado para comprar um T1) e lhes dê condições de renegociação da dívida que são um privilégio escandaloso. Não incomoda o socialista José Sócrates que o seu ministro Mário Lino gaste meio milhão de euros em festas de inauguração de cada novo troço de auto-estrada. Não incomoda o socialista José Sócrates que os dinheiros públicos sirvam para acorrer ao salvamento de negócios bancários irresponsáveis e inviáveis, como o BPP ou o BPN, em lugar de os deixar afundar, como, além de mais, o exigia a credibilidade do mercado. Não incomoda o socialista José Sócrates que o que resta do património natural ainda preservado do país seja vandalizado ao abrigo dos projectos PIN e com a chancela de interesse público dada pelo Governo. Não. O que incomoda o socialista José Sócrates é que os ‘ricos’, como ele lhes chama (isto é, a ínfima minoria que declara os seus rendimentos e paga 42% de IRS, em lugar de criar empresas fictícias para lá enfiar despesas pessoais ou abrir contas em offshores estrangeiras), possam deduzir com a saúde ou a educação as quantias que o próprio Governo definiu como razoáveis. Vai, pois, conforme anunciou, subir ainda mais o IRS para quem mais paga e cumpre, para o ‘redistribuir’ pela ‘classe média’ — contas feitas, e se alguma vez devolver dinheiro a alguém, parece que caberão quatro euros a cada representante da ‘classe média’. Eis o socialismo, tal como José Sócrates acaba de descobrir. Dá vontade de ir pagar impostos para outro lado...

Acredito que nem José Sócrates nem Teixeira dos Santos imaginaram que a bola de neve que começou a rolar suavemente há um ano pudesse degenerar na avalancha que agora nos engoliu. Nisso, estiveram, aliás, acompanhados por todos os dirigentes políticos e gurus económicos do planeta inteiro. Mas quando se tornou evidente, aí há uns quatro meses, que o vendaval originado nos Estados Unidos iria varrer tudo, o PM e o ministro das Finanças perderam o controlo emocional da situação. O aval do Estado dado às operações de refinanciamento da banca foi uma medida adequada, feita sob pressão imediata. Mas o auxílio pressuroso e não ponderado ao BPN e depois ao BPP foi um tiro monumental no pé. A menos que ocorra um milagre não previsto nos livros, o que vai acontecer é que o Estado gastou uma fortuna irrecuperável para tentar salvar o que não tinha nem merecia ter salvação possível. Mas não foi apenas como medida financeira que essa decisão se revela, a cada dia que passa, desastrosa. Foi o exemplo que ficou, uma espécie de pecado original sem remissão possível: perante uma crise cuja principal causa foi a ganância e a a irresponsabilidade de alguns banqueiros, o Governo, em lugar de aproveitar para seleccionar logo o trigo do joio, preferiu jogar o dinheiro dos contribuintes para tapar provisoriamente buracos de negócios de vão de escada. E agora, como é óbvio, todos se sentem no direito de reclamar que ele acorra a tudo, ao que presta e ao que não presta, ao que tem viabilidade e ao que não tem.

Prisioneiro político desta tremenda asneira inicial, sinto que o Governo navega à vista, enfrentando a crise sem bússola e sem rumo. Incapaz de pensar, marra em frente, recusando-se a arrepiar ou alterar caminho no que quer que seja — como nos faraónicos e inúteis projectos de obras públicas com que entusiasticamente nos ameaça. Confunde a dúvida legítima com a hesitação e teme o preço político a pagar se der sinais de indecisão. Visivelmente nervoso e tenso, Sócrates não quer reflectir nem ser contrariado. Abre a televisão e vê todos os dias centenas de novos desempregados desesperados, vê as imagens chocantes dos milhares de sobreiros (um dos verdadeiros clusters de futuro da nossa economia), derrubados para a urbanização do Vale da Rosa, em Setúbal (viabilizada por despacho do próprio Sócrates, quando ministro do Ambiente), e concluí pela fuga em frente. Acredita que o eleitorado interiorizou que a culpa da crise é da direita dos negócios e vai ser preciso um salvador vindo da esquerda. Ei-lo.

Se não pode impedir o crescimento do desemprego, se não quis e não quer enfrentar o poder do grande capital, resta ao socialista Sócrates rapar no caldeirão da demagogia: eutanásia, casamento de homossexuais, Robin Hood fiscal, e, para acabar, senhoras e senhores, tomem lá outra vez com a ameaça da Regionalização — essa medida ‘socialista’ tão cara ao aparelho do PS.

Eu penso que José Sócrates está a ver mal as coisas: os portugueses têm muitos defeitos, mas nunca foram politicamente tolos.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Por Miguel Sousa Tavares.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

A ANEDOTA DO DIA

«Os professores querem avançar com queixas cíveis e até criminais contra a Direcção Geral dos Recursos Humanos da Educação (DGRHE), as escolas e, em última instância, a equipa ministerial. Em causa, dizem, está o clima de ameaça e intimidação que tem sido praticado pelo Ministério da Educação para que sejam entregues os objectivos individuais na avaliação, algo que os professores consideram não ser uma obrigação da lei.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Com o mesmo argumento muitos sindicalistas estariam na barra do tribunal

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a competente gargalhada.»

A NOVIDADE DO DIA: DIAS LOUREIRO MENTIU À COMISSÃO

«Nunca ouvi falar nesse fundo”. Foi com esta clareza que Manuel Dias Loureiro respondeu aos deputados que o questionaram sobre o Excellence Assets Fund na Comissão Parlamentar de Inquérito ao Banco Português de Negócios (BPN). “E tem ideia de o BPN ou a Sociedade Lusa de Negócios (SLN) alguma vez terem adquirido este fundo?” — perguntaram então os deputados. “Não, não tenho”, voltou a responder o ex-administrador da SLN.

Foi assim que Dias Loureiro abordou o tema do Excellence Assets Fund na Comissão. Mas os factos são outros. O Excellence é parte decisiva nos dois documentos fundamentais do negócio. E os dois têm a assinatura do actual Conselheiro de Estado (a que o Expresso teve acesso). No início do negócio foi neste fundo que ficou estacionada a participação do BPN em Porto Rico e o fundo voltou a ser parte no contrato que encerrou o negócio em 2002. O contrato de promessa de compra de 2626 acções do Excellence (com sede nas Ilhas Caimão) por parte da SLN, foi assinado por Dias Loureiro e Oliveira Costa em 30 de Novembro de 2001. O encerramento foi assinado em 22 de Julho de 2002, deixando um prejuízo de 38 milhões de dólares no grupo BPN.

Dias Loureiro afirmou também na comissão não ter sido ele a realizar o negócio e fez questão de sublinhar que era uma equipa de advogados que tinha essa incumbência. O ex-ministro afirmou ter apenas “avaliado o negócio” e esclareceu: “Quanto ao negócio em si, não tive nada a ver com ele, não fiz pagamentos, não sei como são os pagamentos. São coisas diferentes”.

Porém, o objectivo do contrato de promessa de compra e venda de 30 de Novembro eram precisamente as acções do Excellence Assets Funds. Num momento posterior, e dada a necessidade de desvinculação do negócio de compra da Biometrics e da Nova Tech (as duas tecnológicas-fantasma) por ser necessário injectar mais dinheiro do que o inicialmente previsto (já ascendia a 71 milhões de euros) —, Dias Loureiro foi mesmo o único a assinar o contrato, em representação da SLN Novas Tecnologias.
Confrontado pelo Expresso com o facto de ter afirmado desconhecer o fundo, nem se recordar de ter assinado contratos, Dias Loureiro, afirma que “não tenho memória de ouvir falar em nenhum Excellence Assets Fund”. E mais uma vez afirma: “Toda a operação definitiva não fui eu que tratei. Estive envolvido na fase inicial. Quem terá depois tratado da compra foi Jorge Vieira Jordão, o mesmo que já havia dito à comissão”. »
[Expresso assinantes]

Parecer:

Parece que a memória de Dias Loureiro está a melhorar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento ao amigo Aníbal.»

JOANA AMARAL DIAS COM DIREITO A TRÊS SEGUNDO NA HISTÓRIA DO BE

«A ascensão e queda de Joana Amaral Dias é retratada de forma exemplar na fugaz passagem da sua imagem pelo vídeo que conta os dez anos de história do Bloco. Breve (três segundos apenas), quanto foi a sua passagem pelo Parlamento (três meses). No vídeo, Amaral Dias é mera figurante numa acção de protesto no Parlamento contra a guerra no Iraque, logo atrás de Luís Fazenda, um dos históricos fundadores do partido. “Há fundadores do partido que não aparecem no vídeo”, justifica Daniel Oliveira, autor com Jorge Costa do filme e dá o exemplo de Alda Macedo. “Tentámos integrar momentos marcantes e ouvimos militantes que tinham pequenas histórias sobre o partido”. Além disso, acrescenta, “não havia imagens de Joana Amaral Dias. A única que existe está lá”. Na verdade Joana teve mais que três meses de Parlamento: foi cabeça-de-lista pelo Bloco em Santarém nas legislativas de 2005, marcou presença nas eleições europeias no mesmo ano, no referendo sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez e defende todas as semanas as ideias do partido em vários fóruns. Como ela própria disse ao Expresso: “a minha luta é, em parte, pública”. » [Expresso assinantes]

Parecer:

Os métodos dos estalinistas e trotskistas não mudaram num século.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se o espectáculo triste ainda que esclarecedor.»

PARTIDOS DEVERÃO VOLTAR A OUVIR DIAS LOUREIRO

«Os representantes dos partidos na comissão de inquérito sobre o BPN admitem chamar novamente Dias Loureiro face às contradições entre o seu primeiro depoimento e a documentação vinda hoje a público. Dias Loureiro já manifestou, entretanto, a sua "total disponibilidade" para voltar ao Parlamento.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

É porque gostam de ouvir mentiras.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Esperemos que Dias Loureiro tem mentiras novas.»

CAVACO NÃO VOLTA A FALAR DE DIAS LOUREIRO

«O Presidente da República, Cavaco Silva, disse, este sábado, quando questionado pelos jornalistas sobre se mantém a confiança no seu conselheiro de Estado Dias Loureiro, que já falou "uma vez" sobre o assunto "e é suficiente". Cavaco Silva manifestou-se desta forma após a edição deste sábado do semanário Expresso ter noticiado que "Dias Loureiro mentiu à comissão de inquérito" parlamentar sobre a nacionalização do BPN quando negou conhecer a existência do fundo "Excellence Assets Fund".» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Pudera...

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Cavaco Silva se está incomodado com o que se vai sabendo do seu amigo.»

MICROSOFTY DÁ $200.000 PELA "CABEÇA" DE CRIADOR DE VÍRUS

«La compañía de programas informáticos Microsoft ha puesto precio a la cabeza del hacker que desarrolló el virus Downadup: 250.000 dólares (unos 195.000 euros).

Esa es la cantidad que la compañía estadounidense pagará a quienes aporten información relevante sobre los creadores del Downadup, un virus de tipo gusano que aprovecha un fallo de seguridad del sistema operativo Windows para extenerse a gran velocidad por la Red y causar grandes daños los equipos.» [20 Minutos]

LAD_I_MIR

HAHAHAHAH

GOOBERS