domingo, junho 02, 2013

Semanada

Este fim-de-semana ficou marcado por duas grandes transformações ocorridas no homem de Massamá, deixou de se estar lixando para eleições e atirou-se às eleições autárquicas na única região do país onde tem menos medo de aparecer em público, na sua terra adoptiva e, mesmo assim, só depois de o papá ter preparado a recepção com uma entrevista ao jornal “i”. Ao mesmo tempo que promovias iniciativas locais armou-se no grande modernizador, acabou com burocracias e lançou uma barragem questionável em pleno parque do Montesinho, prometeu relançar o túnel do Marão e disse que a reforma do Estado avançaria, O problema é que levou longe demais a confusão entre o governante e o líder do PSD, usou os recursos do Estado na sua campanha partidária.

Paulo Portas adoptou a sua nova versão, já não é o líder da direita ou o liberal que odeia o Estado, agora é um democrata cristão desde pequenino e os seus discursos já não têm pronuncia de tia de Cascais nem usa o chapéu de palha como adereço, agora fala como se estivesse fazendo uma homilia para apelar aos professores para que não façam greve. A lógica de Portas é a velha lógica fascista, há sempre um grande motivo nacional para que os trabalhadores se sujeitem a tudo e não façam greve. Da intervenção de Portas ficou apenas uma dúvida se anda a dormir mal e são as olheiras que se afundam ou se usou botox para aumentar as maçãs do rosto.

O governo demitiu os gestores dos swuaps, mas esqueceu-se de um pormenor, não demitiu a sua secretária de Estado do Tesouro, uma velha companheira de Pedro Passos Coelho, que parece ter feito negócios com swaps menos tóxicas.

Isto de ser independente pode ter alguns inconvenientes, pode-se ser convidado para iniciativas da oposição ou, quem sabe, abichar um qualquer tacho governamental. Com o governo em queda o melhor é apostar na oposição e para o fazer nada melhor do que um jantar de campanha autárquico. O azar é quando de forma inesperada se é convidado uns dias depois para secretário de Estado. A melhor desculpa que o Lomba arranjou foi a mais ridícula, estava no jantar por engano. Enfim, foi roubar galinhas mas ficou à porta do galinheiro.

A OLAF, unidade anti-fraude da Comissão Europeia, vai investigar a empresa dos amigos Miguel Relvas e Passos Coelho. O primeiro-ministro está tranquilo, foi tão mau gestor que a empresa não conseguiu fazer nada e foi à falência.


A administração da CGD está em mudança, saem os boys e entram os Gasparoys.