domingo, março 23, 2014

Semanada

Marques Mendes desempenhou mais uma vez o papel de tagarela governamental para que o países começasse a ser preparado para mais cortes na despesa pública, o que significa mais cortes de salários e pensões, pois são esses os cortes mais apreciados por Passos Coelho, pelo menos enquanto o país tiver funcionários públicos com um mínimo de qualificações. Começa a perceber-se o empenho de Cavaco Silva num consenso e os esforços que fez nos últimos tempos para levar o PS a tomar o xarope servido pela direita.

Um dia destes além dos habituais indicadores do INE vamos ter de adoptar estatísticas mensais para outros indicadores, principalmente no sector da justiça. Poder-se-ia, pro exemplo, adoptar um conjunto de indicadores a designar por indicadores do fim da impunidade, para que os portugueses soubessem o quanto têm de agradecer à ministra da Justiça que em tempos anunciou o fim da impunidade. Seria interessante, por exemplo, saber quantos processos prescrevem mensalmente e a que grupos sociais pertencem os beneficiados de tal bandalhice judicial.
 
O país ficou abalado por dois manifestos, um de personalidades nacionais e outro de personalidades estrangeiras, o primeiro levou Cavaco Silva a despedir dois assessores e o segundo limitou-se a agitar as águas pois nenhum dos que o assinaram era assalariado do Silva da Quinta da Coelha. O país ficou a saber que a dívida nunca será paga, nem que Passos Coelho decida acabar com os vencimentos e pensões, obrigando os funcionários públicos e os pensionistas a não só serem escravos como a pagarem ao Estado o equivalente ao que ganhavam antes de 2011.
 

O Gaspar do PS, um tal Óscar Gaspar, e o capitão da equipa B do PS engasgaram-se mas lá conseguiram dizer que os cortes decididos pro Gaspar com o apoio e solidariedade da troca não seriam para repor, isto é, concordaram a posteriori com a política do governo. Numa semana quem que Merkel elogiou Seguro depois deste ter estado três horas em amena cavaqueira como o seu amigo Seguro é caso para dizer que com divergências insanáveis como aquelas que existem até se dispensa qualquer consenso. Cavaco terá razão, se é para estarem de acordo mais valia assumirem-nos, assim sempre poderiam baixar os juros, podendo-se promover mais um corte no IRC, o único assunto em que nunca ocorreu qualquer divergência insanável.