segunda-feira, março 03, 2014

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 

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Cemitério dos Prazeres, Lisboa
  
 Jumento do dia
    
Procuradoria-Geral da República

Convenhamos que um engano na identificação dos titulares de uma conta, tendo a espera por esta informação de dois anos num processo que se arrasta há oito ano não abona muito a favor do Ministério Público.

«O Supremo Tribunal da Suíça decidiu entregar ao Ministério Público (MP) em Portugal todos os dados bancários de três contas cujos titulares eram até agora desconhecidos e que tinham sido pedidas em maio de 2012 pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

Os dados estão relacionados com o inquérito-crime sobre alegados crimes de corrupção, tráfico de influência, prevaricação e branqueamento de capitais na compra de dois submarinos a um consórcio alemão.

Ao fim de oito anos de investigação, num dos casos mais mediáticos e politizados da justiça em Portugal, os resultados agora obtidos não eram aquilo que os procuradores estavam à espera. O DCIAP acreditava que as contas pertenciam a "decisores políticos" alvo de subornos, mas afinal são de três membros do Conselho Superior do Grupo Espírito Santo (GES).» [Expresso]

 
 Dúvida

Será que depois de regressar das suas férias merecidas vai mandar o David Justino a Moscovo e a Kiev para tentar impor um consenso por causa do pós-troika? Tal decisão faria todo o sentido, uma guerra na Crimeia significaria uma crise só pro si uma crise na Europa e muito provavelmente uma crise energética.
 
 Quem diria que a senhora seria capaz de tal coisa?

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 A alma gémea
   
«O Congresso do PSD da semana passada não teve propriamente muitas novidades. Convenhamos, também não se esperavam grandes proclamações ideológicas, nem reflexões de elevado quilate programático, a três meses de eleições.

Já toda a gente sabia que Paulo Rangel seria o cabeça de lista às europeias pelos, de novo autointitulados, sociais-democratas, e as mudanças na Comissão Política e noutros órgãos não são assunto que entusiasme mesmo o mais picuinhas analista político.

Apareceu Marcelo Rebelo de Sousa, que fez questão de se rir na cara de Passos Coelho, como quem diz: "Podes-me chamar cata-vento e tudo o que tu quiseres, mas não tens outro remédio senão apoiar a minha candidatura à presidência." Assim se encerra definitivamente o dossier candidato do centro-direita, para desgosto dos barrosistas e dos assessores políticos mais próximos de Passos Coelho que adorariam criar uma espécie de Sarah Pallin à portuguesa.

E, claro, o regresso de Miguel Relvas à política. Imagino que para quem teve tanto trabalho a tornar minimamente interessante um congresso sem assunto, a dar-lhe dinâmica e a tentar criar factos políticos, será duro perceber que o grande tema do evento foi o regresso de Relvas. Mas foi. As más notícias batem sempre as boas, já se sabe.

Há quem tenha dito, com alguma piada, que Passos Coelho está tão preocupado com uma eventual derrota, ou vitória demasiado curta, de António José Seguro, nas eleições europeias, que trouxe Miguel Relvas de novo para a política. De facto, o antigo ministro é, para todos os portugueses e para grande maioria dos congressistas do PSD presentes no Coliseu - como se percebeu pela votação na lista que ele liderava -, o símbolo de algo que ninguém quer na vida política. Ao contrário do que o primeiro-ministro possa pensar, ninguém se esqueceu das mentiras ao Parlamento, do patético processo da licenciatura, da inexistência dum pensamento político minimamente elaborado, dos truques, da RTP, da TAP, dos ditos por não ditos, dos negócios mal explicados. Francisco Assis talvez não o faça, mas nada melhor para que Paulo Rangel perca votos do que recordar amiúde que Miguel Relvas o está a ajudar na campanha.

Agora parece que, afinal, estávamos todos enganados. Miguel Relvas encabeçou a lista, patrocinada por Passos Coelho, ao Conselho Nacional do PSD, principal órgão do partido entre congressos, mas não está de regresso à política. Foi o próprio ex-ministro que o afirmou, na última sexta-feira, ao semanário Sol.

A pergunta impõe--se: se Miguel Relvas vai para primeira figura dum órgão político mas não vai fazer política, vai para lá fazer o quê?

Há um lado quase ingénuo nas declarações do ex-político mas principal figura dum órgão político, atual consultor de empresas mas sem que se saiba que tipo de consultoria faz. Sim, obrigado pela lembrança, nós sabemos que há muita gente que está na política para tudo menos para fazer política. Homens e mulheres para quem a política é uma maneira de arranjar contactos, oportunidades de negócio, empregos. Até para vender consultoria, às tantas.

Infelizmente há demasiadas pessoas - duas já seriam demais - na política que se lhes perguntassem se estão na atividade política, e elas respondessem honestamente, responderiam que não. Estão lá por outras razões que não a luta pelo melhor para a comunidade. É esta gente que suja o nome daqueles que estão na política porque acreditam num ideal, numa ideologia, que acham que através da sua ação estão a contribuir para o bem comum. São estes a maioria, estou convicto. São também estes que não merecem ser confundidos com gente que corrói a democracia, com os chamados facilitadores de negócios, com quem utiliza a política para interesses pessoais ou de pequenos grupos, para negociatas em que a comunidade sai sempre a perder.

Não há democracia que não tenha de se confrontar com este tipo de problemas. A nossa não seria exceção. O que mais perturba, porém, é ter um primeiro-ministro que tem como principal aliado, como alma gémea, como compagnon de route, alguém que está na política para fazer outra coisa qualquer que não política.» [DN]
   
Autor:
 
Pedro Marques Lopes.
   
   
 O homem que não acertava uma emigrou
   
«Christine Lagarde, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), nomeou Vítor Gaspar para o cargo de diretor do Departamento de Assuntos Orçamentais da organização. A nomeação deve tornar-se efetiva no início de junho.

Vítor Gaspar "traz com ele credenciais de gestão impressionantes e um registo formidável de experiência em política pública ao nível europeu e nacional", destacou Christine Lagarde. "A minha equipa e eu estamos ansiosos por trabalhar com Vítor Gaspar em assuntos de finanças públicas e em fornecer aconselhamento vital em política orçamental aos nossos países-membros", reforçou.

O Expresso já tinha notociado que o ex-ministro das Finanças se tinha candidatado a um alto cargo no FMI, tendo-se deslocado a Washington no âmbito do processo de seleção que, tal como previsto, ficou fechado até final de fevereiro.» [Expresso]
   
Parecer:

Agora já pode estar descansado, já não terá de se cruzar com os portugueses que arruinou com as suas desvalorizações fiscais e experiências mengelianas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «O FMI que se cuide, nem tão cedo vai acertar numa previsão.»
     

   
   
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