sexta-feira, março 06, 2015

Umas no cravo e outras na ferradura



   Foto Jumento


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Flor do Estádio Universitário, Lisboa
  
 Jumento do dia
    
Paulo Macedo

Seguindo o seu roteiro de recuperação da imagem pessoal que passa por atribuir à falta de médicos todos os males e consequências da sua incompetência, o Opus ministro Macedo disse que faltam anestesistas. Agora veio a resposta da Ordem dos médicos e percebe-se que Portugal tem muita sorte pois pelo que por cá se paga aos anestesista teríamos de ir todos tratar-nos a Londres, como sucedeu com um conhecido ministro que foi para lá quando sofreu um avc. O problemas é que nem todos somos ricos.

Regressando aos seus tempos de propagandista da DGCI Paulo Macedo arranjou um seminário promovido por uma farmacêutica para ser vedeta da comunicação social numa segunda-feira, dia em que a comunicação social costuma estar ávida de notícias. Arranjou uma mensagem que teria impacto e disse que o pais teria chegado ao limite nas cirurgias. A mensagem teve grande impacto e durante horas o país foi bombardeado com a imagem do ministro.

O que o ministro não disse é que o trabalho nas cirurgias não foi obra sua e que a fuga dos médicos é que pode ser atribuída ao seu brilhantismo.

«Repudiando recentes declarações do ministro da Saúde sobre as cirurgias em Portugal, um comunicado do Colégio de Anestesiologia da Ordem refere que entre 2003 e 2013 houve um crescimento de 20% dos anestesiologistas, envolvendo profissionais que trabalham no público e no privado, enquanto as cirurgias cresceram 33% em oito anos, entre 2005 e 2013.

Na segunda-feira, o ministro Paulo Macedo admitiu que a falta de anestesiologistas pode pôr em causa o crescimento do número de cirurgias realizado em Portugal.

"Temos de perceber como chegámos a esta situação de pôr em causa as cirurgias por não haver anestesiologistas em número suficiente e como vamos resolvê-la", afirmou, lembrando que "o Ministério da Saúde recruta todos os médicos disponíveis".

Segundo a Ordem, com a austeridade e o agravamento das condições remuneratórias iniciou-se um movimento migratório dos médicos, com particular incidência entre os anestesiologistas.» [Notícias ao Minuto]

 O pecadilho da evasão fiscal

Apesar de ultimamente andarmos armados em puritanos do norte da Europa a verdade é que continuamos a ser um país pobre económica e culturalmente, onde quem tem dinheiro é bajulado independentemente da forma como enriqueceu. A não ser que por um qualquer motivo se caia em desgraça os novos ricos são apreciados, veja-se o caso de Oliveira e Costa e de Dias Loureiro, chegaram a ter direito a capa da revista do Expresso onde eram apresentados como banqueiros de sucesso.

Apesar do esforço feito a maior parte dos cafés e restaurantes continuam a meter ao bolso o iva que pagamos, só quando o exigimos emitem a factura que na maior parte dos casos é substituída por um talão de mesa que apenas serve para nos ludibriarmos uns aos outros. Mas na hora de discutir a redução da carga fiscal remete-se o IRS para a possibilidade de haverem condições enquanto se promete a redução imediata do IVA nos restaurantes.

A verdade nua e crua é que não condenamos quem não cumpre com os seus deveres de cidadania, até elogiamos os trafulhas se forem bem sucedidos, só os que se deixam apanhar é que acabam por serem alvo de chacota. A injustiça fiscal em Portugal é tão grande que transforma quem se consegue escapar numa espécie de Zé do Telhado fiscal. Compare-se a delicadeza com  que o fisco trata algumas empresas e empresários com a brutalidade com que cobra pequenas dívidas e percebe-se porque razão os portugueses tendem a perdoar a pequena evasão fiscal, como se fosse uma pequena vingança contra um sistema injusto.

Se Passos tivesse assumido desde o primeiro momento que tinha cometido o pecadilho da evasão fiscal, tentando pelos seus próprios meios a sua própria carga fiscal, mas que apanhado acabou por pagar o que lhe foi exigido, estaríamos agora a discutir se a pequena evasão fiscal seria relevante.


 O novo dono disto tudo?

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 As revelações de Passos sobre Passos Coelho
   
«Do que se tem dito de Passos Coelho, nada me incomodaria por aí além. Falhou no pagamento da Segurança Social, e durante cinco anos? Deveria ter pago no tempo devido, mas não seria isso que me faria despedi-lo como político. O mesmo com os atrasos de pagamentos e processos do fisco, como ontem se soube. É verdade que me alertou: como é que ele, que fora dirigente partidário e em breve seria líder (refiro-me ao período em que cometeu aqueles pecadilhos), se permitiu prejudicar a carreira política por causa, no caso da SS, de 80 euros por mês? Tomei nota desses seus casos mas não me convenciam. Mal comparando, em princípio não gosto de bêbados mas quem me dera um líder como o bêbado Churchill. Não sou dos que aplaudem a demissão de uma ministra por não ter pago a taxa da tevê, não sou sueco, nem quero. Insisto, o que se tem dito de Passos Coelho não me incomodaria por aí além. Já o que tem dito Passos Coelho de si próprio faz-me decidir. A estupidez de um político se escudar no "não sabia" para uma obrigação legal. O sem sentido de dizer que não pagou a dívida à SS, logo em 2012, quando foi prevenido, para não parecer eleitoralista. O eleitoralismo rasca de trazer a sua família à baila ("a minha família está pessoalmente preparada...") quando os erros são seus. O ridículo de se adiantar ao que vai aparecer sobre os seus atrasos fiscais, como se isso exorcizasse as revelações... Passos Coelho é pouco. E sabemo-lo porque ele o diz.» [DN]
   
Autor:

Ferreira Fernandes.


 Transporte privativo de urgência
   
«Um sindicato do INEM pediu à Inspeção-geral da Saúde para averiguar o desvio de uma ambulância com uma doente prioritária que terá ocorrido para que a mulher do presidente do instituto entrasse a horas no hospital onde trabalha.

Na queixa enviada à Inspeção-geral da Saúde (IGAS), a que a agência Lusa teve acesso, o Sindicato dos Técnicos de Ambulância e Emergência (STAE) refere que, “sendo a doente considerada prioritária, nunca poderia existir qualquer desvio do percurso, dado que se corria o risco de a doente sofrer consequências mais graves”.

O caso ocorreu na segunda-feira, pelas 13:00, e envolveu a viatura médica de emergência e reanimação (VMER) de Gaia, que acompanhava uma ambulância com a doente para o hospital de Santo António (Porto).

Segundo a carta do Sindicato, quando a ambulância teve de parar numa passagem de nível fechada, a condutora da VMER (enfermeira e mulher do presidente do INEM) decidiu alterar a rota para que a equipa fosse rendida.

Ainda de acordo com o STAE, foi o próprio presidente do INEM que transportou a equipa que ia substituir a da sua mulher, tendo-a depois levado ao hospital de Gaia, onde iria entrar ao serviço.» [Observador]
   
Parecer:

Vale tudo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investigue-se.»

 Passos embatocou
   
«O gabinete de Pedro Passos Coelho recusou esclarecer se o primeiro-ministro preencheu corretamente as suas declarações de IRS que dizem respeito ao período em que não pagou as contribuições à Segurança Social de 1999 a 2004, depois de questionado pelo DN. E se foi alvo de processos de contraordenação e de execução fiscal, de 2002 a 2007, por incumprimento das suas obrigações fiscais. O e-mail enviado às 9.47 da manhã ficou sem resposta, os contactos por telefone e SMS também.

O primeiro-ministro tinha admitido na segunda-feira, perante os deputados do PSD, que vinham aí mais perguntas e mais problemas na relação com o fisco do "cidadão Pedro Passos Coelho". "Quem quiser remexer a minha vida para encontrar episódios desses não precisa de se dar a tanto trabalho, nem quebrar deveres de sigilo. Pode ter a certeza de que muitas vezes me atrasei ou só entreguei na altura que o Estado me exigiu aquilo que me era exigível", afirmou no Porto o chefe do executivo.» [DN]
   
Parecer:

Parece que Passos quer arrastar as dúvidas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»

 Falta de juízo
   
«A presidente d'O Coração da Cidade, La Sallette Santos, acha que está perante “uma caricatura do país”: a autoridade tributária decidiu penhorar alimentos doados por hipermercados para a instituição particular de solidariedade social distribuir a famílias carenciadas do Porto. Nesta quarta-feira, horas depois de o caso ter sido noticiado, o Serviço de Finanças do Porto suspendeu a ordem.

Foi uma atrapalhação n'O Coração da Cidade. “Íamos à payshop pagar as portagens e não constavam, tornávamos a ir e já não constavam”, justifica La Sallete Santos. Nos anos 2010, 2011 e 2012, ficaram a dever inúmeras portagens às concessionárias das ex-Scut. A dívida ascendeu a cerca de 2200 euros.

Foi acordado um plano de pagamento das portagens em dívida. “Pagámos tudo”, afiança a mesma responsável. A dívida agora em causa, “cerca de 4800 euros”, concerne a coimas, custas processuais e juros decorrentes dos valores atrasados. “Isto é uma situação que não termina”, insurge-se.» [Público]
   
Parecer:

É o resultado da combinação do extremismo de raiz ideológica com a falta de juízo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»

 Ajustamento machista
   
«A disparidade salarial entre homens e mulheres diminuiu 0,9 pontos percentuais na União Europeia (UE) para os 16,4% entre 2008 e 2013, mas Portugal registou o maior aumento, de 3,8 pontos, para os 13%, segundo o Eurostat.

O gabinete oficial de estatísticas da UE revela ainda que, em 2013, a Eslovénia era o país com menor disparidade salarial entre géneros em 2013 (3,2%), com a Estónia a ocupar o outro extremo da tabela, com 29,9%.» [DE]
   
Parecer:

É a consequência da fuga e desvalorização dos quadros numa economia orientada para produtos de baixo valor acrescentado.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «»
  
 Destruir a ADSE por dentro
   
«No ano passado, o governo aumentou mais uma vez a taxa de desconto para o subsistema de saúde, o que levou a um aumento das renúncias voluntárias nunca antes visto.

Segundo dados divulgados pelo Negócios, entre janeiro do ano passado e fevereiro deste ano 3.339 pessoas abdicaram da ADSE, o que se traduz numa média de 238 funcionários públicos e membros das suas famílias a deixarem o subsistema do estado todos os meses.


Apesar da redução dos descontos totais, as Finanças confirmam que o sistema é financeiramente sustentável. Em 2014, ao subsistema dos funcionários públicos teve um saldo positivo de 201,2 milhões de euros.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

a grande obra de Paulo Macedo é convidar a classe média a usar cuidados privados de saúde e esvaziar a ADSE reduzindo-a ao mínimo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os parabéns ao Opus Macedo.»
  
 Europa salva bancos sacrificando os cidadãos
   
«O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, afirmou hoje em Bruxelas que a Europa está a pedir sacrifícios aos cidadãos "para salvar os bancos", defendendo que é preciso envolver os parceiros sociais e defender o modelo social europeu.

"Estamos a pedir sacrifícios aos cidadãos, aos pais, para aceitarem salários mais baixos, impostos mais altos e menos serviços. E para quê? Para salvar os bancos. E os filhos estão desempregados. Se não mudarmos isso, se não voltarmos a um tratamento igualitário e justo, as promessas feitas pela Europa não serão cumpridas", disse Martin Schulz na conferência 'Um novo começo para o diálogo social', que decorre hoje em Bruxelas.

Num discurso de cerca de 20 minutos, o presidente do Parlamento Europeu referiu-se em concreto ao desemprego jovem na Grécia e em Espanha, sublinhando que "as pessoas falam de uma geração perdida na Europa" e que, "mesmo os que têm emprego muitas vezes estão presos numa espiral de estágios não remunerados e de contratos de curto prazo".

Martin Schulz afirmou ainda que "estas pessoas estão a pagar uma crise que não causaram e sentem que não é uma sociedade justa", destacando que compreende este sentimento e defendendo que esta "geração perdida" não afeta só os jovens, mas também os seus pais, que "investiram a vida toda na educação dos filhos".» [DN]
   
Parecer:

Esta não é a tese do cidadão que não gosta de pagar impostos e contribuições, na opinião do rapaz a culpa é dos pobres e da classe média que consumiu acima das suas posses.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento ao cidadão incumpridor.»

   
   
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