terça-feira, setembro 22, 2009

Evidências

É evidente que um homem que há décadas é o homem de confiança de Cavaco Silva nunca iria usar o nome do Presidente e amigo sem que estivesse autorizado para isso. Se assim fosse Cavaco tê-lo-ia demitido quando saiu a primeira notícia e não agora, quando se sentiu num beco sem saída.

Foi evidente o envolvimento de assessores de Cavaco Silva na eleição de Manuela Ferreira Leite, na ocasião não só o noticiou como depois de a Presidência da República desmentir emitiu um comunicado confirmando a notícia. Coincidência ou talvez não o cafezinho na Avenida de Roma entre o emissário de Cavaco Silva e o jornalista do Público ocorreu no dia seguinte a Manuela Ferreira Leite comunicar à Lusa a sua candidatura à liderança do PSD, seis dias depois de Luís Filipe Menezes se ter demitido.

É evidente que a partir do momento em que Ferreira Leite chegou à liderança do PSD Cavaco Silva e a sua equipa tudo fizeram para criar dificuldades ao governo com o objectivo de o desgastar.
É evidente que apesar das promessas eleitorais de que o governo com os seus grandes conhecimentos em economia, Cavaco Silva virou as costas ao governo a partir do momento em que eclodiu a crise financeira e já com Manuela Ferreira Leite em líder do PSD. Cavaco nunca se pronunciou sobre a crise ou manifestou solidariedade institucional com as políticas governamentais, limitou-se a esperar que a crise económica jogasse a favor de Manuela Ferreira Leite.

É evidente que a candidatura de Manuela Ferreira Leite é uma candidatura fantoche inspirada por Cavaco Silva que nem sequer mereceu uma votação expressiva dos militantes do PSD. Todo o discurso político de Manuela Ferreira Leite é condicionado pelas intervenções de Cavaco Silva. Durante meses ou Ferreira Leite antecipava o que ia dizer, ou Cavaco Silva dizia o que Ferreira Leite tinha acabado de dizer.

É evidente o envolvimento de Cavaco neste caso das falsas notícias sobe escutas e que tudo não passou de uma conspiração urdida em Belém com o objectivo de destruir politicamente José Sócrates.

É evidente que num dos momentos mais difíceis do país Portugal em vez de ter tido um presidente empenhado em ajudar e ser solidário com os portugueses, teve um político astuto, sem grandes escrúpulos e mais preocupado com o seu poder pessoal do que com os problemas dos portugueses.

É evidente que Cavaco Silva deve andar muito nervoso com algo que o incomoda ao ponto de ultrapassar todos os limites, pondo em causa a estabilidade política do país e a própria democracia. Parece que Cavaco está desesperado ao ponto de tudo fazer para derrubar Sócrates a fim de assegurar o total domínio político do país. Terá este comportamento que ver com algo que os portugueses desconhecem ou com algum escândalo ainda mal investigado?

É evidente que Cavaco perdeu a credibilidade e que ou renuncia ao mandato livrando o país da sua presença bem como da matilha de assessores, ou o país vai ter um presidente “em gestão” até ás eleições presidenciais.