Nesta mentira da asfixia democrática, concebida pelo filósofo da Marmeleira, em que Manuela Ferreira Leite embarcou à falta de melhor discurso político, tem-se tentado identificar em todos os gestos de Sócrates os tiques de um ditador. O perfil pessoal do primeiro-ministro até ajuda, para uma direita que nasceu à sombra do autoritarismo, liderada por uma Ferreira Leite transvertida numa velhinha simpática, dócil, tolerante, sorridente e vestida à Sarah Palin, a melhor forma de afastar os seus fantasmas é chamando ditadores aos outros.
Compreendo que algumas personagens do PSD se sintam em dívida para com os que lutaram pela democracia em Portugal, mas convenhamos que se foram cobardes quando poderiam ter um gesto, mesmo que pequeno, em defesa da liberdade, não é agora aos sessenta ou setenta que poderão inscrever o nome na história da democracia portuguesa, é um pouco tarde. A democracia nada deve à geração cavaquista do PSD, é gente que nunca teve coragem de enfrentar a ditadura, têm-na agora porque é bem mais cómodo chamar ditadura a uma democracia para se armarem em libertadores.
Ouvir Ferreira Leite falar em asfixia democrática ou assistir a Cavaco Silva afirmar “conquistámos a democracia”, como se alguma vez tivesse mexido um dedo contra a ditadura. A democracia surpreendeu-os com mais de trinta anos, é um absurdo virem agora armarem-se em paladinos da democracia. Por mim dispenso que gente que passou a ser alérgica a cravos vermelhos desde que estes se tornaram símbolo da democracia portuguesa, venha agora armarem-se em defensores do que muitos outros, com grandes sacrifício, conquistaram.
Um partido que mantém a Região Autónoma da Madeira refém dos métodos políticos de Alberto João Jardim encontro dois grandes heróis da liberdade: ao professor Charrua juntou-se agora a Manuela Moura Guedes. O primeiro adquiriu o estatuto de herói porque nas horas de trabalho andava pelos corredores a chamar “filho da puta” ao primeiro-ministro. A segunda porque andou a tentar julgar o primeiro-ministro na praça pública, substituindo-se aos tribunais.
O país não tem culpa culpa de que Ferreira Leite tenha preferido ser administradora do Santander em vez de deputada deputada, mas se o tivesse sido saberia que nesta legislatura o Parlamento adoptou regras de debate bem mais democráticas do que as do tempo de Durão Barroso, que José Sócrates foi mais vezes ao Parlamento em seis meses do que Cavaco tinha ido em duas legislaturas, ou que a linguagem e o professor Charrua se tornou em argumento político de um dos seus deputados.
É uma ofensa à história da democracia portuguesa que para que Manuela Ferreira Leite corrija uma falha no seu pobre percurso político venha impingir ao país novos heróis da liberdade como o professor Charrua ou a Manuela Moura Guedes, que sob o seu patrocínio um Alberto João, educado para servir a ditadura, venha dar lições de democracia ao PS ou a qualquer partido português. Se Manuela Ferreira Leite tem vergonha do seu passado político ou se sente incomodada porque o cavaquismo em nada contribuiu para melhorar a democracia portuguesa é um problema seu. Foi ela que saneou Passos Coelho ao contrário de Sócrates que respeitou Manuel Alegre, é ela que escolhe candidatos a deputados que têm tromboflebites no braço no dia dos exames periciais na PJ, foi o seu candidato a Lisboa que fez chantagem sobre a TVI para conseguir ver-se livre de Marcelo Rebelo de Sousa, seus os seus antigos amigos dos governos de Cavaco Silva que fizeram uma burla de mais de dois mil milhões de euros, foi o seu partido que tentou afastar Fernanda Câncio do Diário de Notícias, é o seu partido que trata a Madeira como se fosse um principado do Uganda de Idi Amin Dada.
Compreendo que para líder política o seu currículo tenha um grande défice no que se refere ao contributo para a democracia, mas é vergonhoso que supere essa fragilidade impondo ao país novos heróis da liberdade. É coisa que não faltam à democracia portuguesa, foram muitos os cidadãos deste país que deram mostras de grande generosidade em favor da democracia, alguns deles foram mesmo fundadores e militantes do PSD, mas não é o caso de Manuela Ferreira Leite ou de Cavaco Silva.
Compreendo que algumas personagens do PSD se sintam em dívida para com os que lutaram pela democracia em Portugal, mas convenhamos que se foram cobardes quando poderiam ter um gesto, mesmo que pequeno, em defesa da liberdade, não é agora aos sessenta ou setenta que poderão inscrever o nome na história da democracia portuguesa, é um pouco tarde. A democracia nada deve à geração cavaquista do PSD, é gente que nunca teve coragem de enfrentar a ditadura, têm-na agora porque é bem mais cómodo chamar ditadura a uma democracia para se armarem em libertadores.
Ouvir Ferreira Leite falar em asfixia democrática ou assistir a Cavaco Silva afirmar “conquistámos a democracia”, como se alguma vez tivesse mexido um dedo contra a ditadura. A democracia surpreendeu-os com mais de trinta anos, é um absurdo virem agora armarem-se em paladinos da democracia. Por mim dispenso que gente que passou a ser alérgica a cravos vermelhos desde que estes se tornaram símbolo da democracia portuguesa, venha agora armarem-se em defensores do que muitos outros, com grandes sacrifício, conquistaram.
Um partido que mantém a Região Autónoma da Madeira refém dos métodos políticos de Alberto João Jardim encontro dois grandes heróis da liberdade: ao professor Charrua juntou-se agora a Manuela Moura Guedes. O primeiro adquiriu o estatuto de herói porque nas horas de trabalho andava pelos corredores a chamar “filho da puta” ao primeiro-ministro. A segunda porque andou a tentar julgar o primeiro-ministro na praça pública, substituindo-se aos tribunais.
O país não tem culpa culpa de que Ferreira Leite tenha preferido ser administradora do Santander em vez de deputada deputada, mas se o tivesse sido saberia que nesta legislatura o Parlamento adoptou regras de debate bem mais democráticas do que as do tempo de Durão Barroso, que José Sócrates foi mais vezes ao Parlamento em seis meses do que Cavaco tinha ido em duas legislaturas, ou que a linguagem e o professor Charrua se tornou em argumento político de um dos seus deputados.
É uma ofensa à história da democracia portuguesa que para que Manuela Ferreira Leite corrija uma falha no seu pobre percurso político venha impingir ao país novos heróis da liberdade como o professor Charrua ou a Manuela Moura Guedes, que sob o seu patrocínio um Alberto João, educado para servir a ditadura, venha dar lições de democracia ao PS ou a qualquer partido português. Se Manuela Ferreira Leite tem vergonha do seu passado político ou se sente incomodada porque o cavaquismo em nada contribuiu para melhorar a democracia portuguesa é um problema seu. Foi ela que saneou Passos Coelho ao contrário de Sócrates que respeitou Manuel Alegre, é ela que escolhe candidatos a deputados que têm tromboflebites no braço no dia dos exames periciais na PJ, foi o seu candidato a Lisboa que fez chantagem sobre a TVI para conseguir ver-se livre de Marcelo Rebelo de Sousa, seus os seus antigos amigos dos governos de Cavaco Silva que fizeram uma burla de mais de dois mil milhões de euros, foi o seu partido que tentou afastar Fernanda Câncio do Diário de Notícias, é o seu partido que trata a Madeira como se fosse um principado do Uganda de Idi Amin Dada.
Compreendo que para líder política o seu currículo tenha um grande défice no que se refere ao contributo para a democracia, mas é vergonhoso que supere essa fragilidade impondo ao país novos heróis da liberdade. É coisa que não faltam à democracia portuguesa, foram muitos os cidadãos deste país que deram mostras de grande generosidade em favor da democracia, alguns deles foram mesmo fundadores e militantes do PSD, mas não é o caso de Manuela Ferreira Leite ou de Cavaco Silva.