quarta-feira, setembro 23, 2009

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Vila Real de Santo António

IMAGEM DO DIA

[Vahid Salemi/Associated Press]

«Iranian troops wearing ghillie suits, shapeless camouflage outfits worn by snipers, marched at a military parade ceremony marking the 29th anniversary of the start of the 1980-1988 Iran-Iraq War near Tehran, Iran, Tuesday.» [The Wall Street Journal]

A MENTIRA DO DIA D'O JUMENTO

A estreia da semana.

Houve uma mudança brusca na dieta alimentar da família Silva, o Aníbal proibiu, acho mesmo que emitiu um veto presidencial proibindo a Maria de lhe voltar a servir carapaus a-Lima-dos, os últimos caíram-lhe tão mal que ainda lhe estão a dar a volta ao estômago.

JUMENTO DO DIA

Cavaco Silva

Um post do SIMplex recordava hoje as palavras de Richar Nixon quando demitiu os seus assessores coniventes no caso Watergate:

«"In one of the most difficult decisions of my Presidency, I accepted the resignations of two of my closest associates in the White House, Bob Haldeman, John Ehrlichman, two of the finest public servants it has been my privilege to know. Because Attorney General Kleindienst, though a distinguished public servant, my personal friend for 20 years, with no personal involvement whatever in this matter has been a close personal and professional associate of some of those who are involved in this case, he and I both felt that it was also necessary to name a new Attorney General. The Counsel to the President, John Dean, has also resigned." »

Como é óbvio o meu amigo Paulo Ferreira errou ao estabelecer um paralelo entre estes factos e a demissão de Fernando Lima. Não há paralelo porque Nixon tratou os seus com a dignidade com que Cavaco Silva não trataou um companheiro e amigo de décadas. Nixon foi solidário com os seuis assessores, Cavaco Silva não só não teve a coragem de ter uma palavra para o seu amigo, como o demitiu de forma pouco digna, nem se deu ao trabalho de emitir um comunicado e quando a comunicação social foi informada, mais uma vez por um assessor anónimo, já o nome de Fernando Lima tinha desaparecido do site da Presidência.

É assim que se faz uma carreira de político impoluto, deixando atrás de si um cemitério de bodes expiatórios.

DESORIENTAÇÃO

Os dirigentes do PSD estavam tão animados com o seu argumento da falta de ar, alimentado pelas canalhices de Belém, que reagiram à inflexão de estratégia do seu líder sombra Cavaco Silva como se tivessem levado um murro no estômago, esperavam tudo menos esta "traição" de Cavaco. O resultado foi desastroso, cada um diz uma asneira nova e o Pacheco Pereira até já se atira ao por enquanto presidente.

AVES DE LISBOA

Fuinha-dos-juncos [Cisticola juncidis]
No Parque da Bela Vista

FLORES DE LISBOA

No Jardim Botânico

A CONSPIRAÇÃO

«O Presidente da República afirmou aos jornalistas, a propósito de eventuais escutas em Belém, que um dos seus traços não é a ingenuidade.

Ora, depois da decisão de afastar um assessor e da confirmação oficiosa da conspiração a partir de Belém para derrotar o PS nas eleições legislativas, vale a pena dizer ao Presidente que os portugueses também não são ingénuos.

O que se está a passar é mau demais para ser verdade, é a asfixia democrática que ninguém imaginava possível, é a fragilização de um órgão de soberania, o Presidente da República, com a conivência do próprio, por acto ou omissão, mas seguramente por actos e omissões mal explicados, contraditórios, suspeitos. Por isso, a demissão de um assessor, o seu afastamento, a sua responsabilização pública só explica parte da história, a de que houve uma tentativa de golpe palaciano para prejudicar o PS e José Sócrates em plena campanha eleitoral. Mas continuam a faltar outras explicações de Cavaco.

O silêncio ambíguo de Cavaco Silva quando foi publicada a primeira notícia, no "Público" a 18 de Agosto, sobre as suspeitas de que o Governo andava a espiar a sua actividade, através de escutas colocadas no Palácio de Belém, causaram perplexidade. Afinal, não era um disparate de Verão? Quando o DN noticiou, na passada sexta-feira, que o assessor Fernando Lima tinha encomendado uma notícia sobre estas escutas, através do mesmo jornal, a resposta ambígua de Cavaco Silva serviu apenas para confirmar que, afinal, era mesmo verdade, o Presidente suspeitava da existência de escutas. Até porque, nessa resposta, afirmou-se atento "às questões da segurança" e disse que não era ingénuo. A declaração do director do "Público", José Manuel Fernandes, de que o SIS poderia estar envolvido na notícia do DN, porque citava um ‘email' trocado entre o referido assessor e um jornalista do "Público", só serviram para adensar o trama.

O primeiro a desmentir-se foi o director do "Público", porque, afinal, não teria existido uma violação do sistema informático do jornal. O segundo foi o próprio Presidente ao demitir o assessor Fernando Lima, a forma encontrada para dizer ao país que a conspiração não tinha tido a sua participação ou conhecimento e limitar, assim, os danos deste caso, já óbvios.

A decisão de dimitir Fernando Lima - que não é um caso particular da Presidência, como afirmou Manuela Ferreira Leite para justificar o seu silêncio sobre o caso - confirma a existência de uma conspiração a partir de Belém contra o primeiro-ministro, afecta a imagem do "Público" neste processo pela forma como o seu director assumiu ‘as dores' da Presidência, arrasta o PSD neste pântano institucional e partidário e, mais grave, põe em causa a sua própria autoridade e independência políticas.

A decisão de Cavaco Silva serve, apesar de tudo, para responder à pergunta colocada ontem neste espaço: os portuguesees podem confiar nas ‘secretas' portuguesas e o regime democrático não está em causa, porque, afinal, não há escutas promovidas pelo SIS ou outro órgão de informação a mando do Governo. Se existissem, o Presidente já teria, com toda a certeza, actuado...» [Diário Económico]

Parecer:

Por António Costa.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

CRIME PÚBLICO

«Portanto, o Governo está a espiar a Presidência da República! Gravíssimo! Que fazer? Há várias alternativas para um presidente espiado. Denunciar o Governo espião e dar-lhe um ralhete exemplar em público (nunca no "Público") utilizando uma comunicação nacional na TV como o fez com irrepreensível dramatismo e inigualável teatralidade com o estatuto dos Açores. Desta vez, teria de incluir a demissão do Parlamento e a convocação de novas eleições. O caso não seria para menos. Um governo a usar serviços secretos do Estado para espiar outro órgão de soberania exige demissões e eleições. Mas não. O presidente da República, o mais alto magistrado da nação, o comandante em Chefe das Forças Armadas, sabe que está a ser espiado. Tem a certeza disso porque, da sua doutrina passada ficou o axioma de que "raramente se engana e nunca tem dúvidas". Estando a ser espiado qual é a actuação realmente presidencial para este caso? Exigir do procurador-geral da República uma investigação imediata? Convocar o Conselho de Estado (já com a respeitabilidade recuperada desde a saída de Dias Loureiro)? Fazer uma comunicação ao Parlamento como é seu privilégio e, neste caso, obrigação? Nada disso! A Presidência de Cavaco Silva, através da sua Casa Civil, decide encomendar (mandar fazer in: Dicionário Porto Editora) uma reportagem a um jornal de um amigo.

Como os jornalistas são por vezes um bocado vagos e de compreensão lenta, a Casa Civil da Presidência da República achou por bem ser específica na encomenda dando um briefing claro a pessoa de confiança no jornal. "Vais falar com fulano e pergunta-lhe por sicrano, vais aqui, vais ali, fazes isto e aquilo e trazes a demasia de volta". O homem ainda tentou cumprir com a incumbência, mas a coisa não tinha pés nem cabeça e parece que lhe disseram isso repetidamente.

Por isso, logo, por causa disso, houve mais um ano e meio de fartar espionagem enquanto no Pátio dos Bichos continuavam todos a ouvir vozes

Cavaco Silva deve ter tido uma birra monumental com a sua Casa Civil e mandou perguntar ao amigo do jornal: "Sócrates está quase a ser reeleito e essa notícia não sai"? Como o que tem de ser tem muita força, a história lá saiu. Mal-amanhada, mas era o que se podia arranjar. Lá se meteu a Madeira no meio porque, como ninguém gosta do Jardim, gera-se logo um capital de boa vontade. Depois, como tinha pouca substância, puseram na mesma página duas colunas ao lado a dizer que, há uns anos, o procurador-geral da República tinha dito que também estava a ser escutado, e a encomenda ficou mais composta. Que interessa que tudo isto seja bizarramente inverosímil? Nos média, o que parece, é. Cavaco Silva julga que está a ser escutado, portanto, está a ser escutado, tanto mais que o seu recente depoimento presidencial é que "não é ingénuo". Com tudo isto, fica-me uma certeza. O trabalho de reportagem do "Diário de Notícias" é das mais notáveis e consequentes peças jornalísticas na história da Imprensa em Portugal. O e-mail com registos claros da encomenda feita por Fernando Lima não é "correspondência privada" que se deixe passar pudicamente ao lado. É uma infâmia pública de gravidade nacional que exige denúncia.

Invocar aqui delações, divulgação de fontes ou violação de correspondência é desonesto. Ao ver o presidente e a Casa Civil metidos nisto fica-me também uma inquietante dúvida. Aníbal Cavaco Silva, referência do PSD, ainda tem condições para continuar a ser o presidente de Portugal depois de causar uma trapalhada desta magnitude a dias das eleições?» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Por Mário Crespo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

AS ESCUTAS

«Está instalado em Portugal um conflito aberto e, diga-se, com contornos lamentáveis entre dois jornais que por sua vez aceitaram servir de campo de batalha noutro conflito aberto entre o Governo e o Presidente da República. A uma semana das eleições, acabam assim 4 anos de relações tumultuosas entre o Governo de Sócrates e a comunicação social: com a credibilidade de todos, políticos e jornalistas, literalmente em pedaços. Nem o Presidente da República escapa a esta voragem. Paradoxalmente, o único beneficiário desta onda de veneno que tomou conta do regime acaba por ser o próprio primeiro-ministro que foi quem mais a promoveu e alimentou.» [Diário Económico]

Parecer:

Este Pedro Lomba não só escreve um artigo que enoja qualquer inteligência mediana como acaba por enterrar o presidente que tanto admira. Ao tentar lançar poeira para os olhos dos leitores do Diário Económico acaba por evidenciar que para os lados de Belém não há argumentos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se uma escova de graxa a Pedro Lomba, talvez Cavaco Silva ande a precisar de um assessor para lhe escovar os sapatos.»

EDITORIAL: O CASO DAS SUSPEITAS DE BELÉM NÃO ACABOU ONTEM

«Das duas, uma: ou o Presidente fundamenta as suas suspeitas depois das eleições, e age em conformidade, ou se se limitar a iniciativas pífias terá enfraquecido a sua autoridade como Chefe de Estado

Uma vez que este editorial – sobre o afastamento de Fernando Lima da chefia do gabinete de assessoria para a comunicação social do Palácio de Belém – será lido com mil lupas e, se se mantiver o registo dos últimos dias, facilmente treslido, comecemos por relembrar os factos essenciais.

Primeiro facto: há 17 meses um editor do PÚBLICO enviou uma mensagem a um jornalista pedindo-lhe para apurar um conjunto de factos. Esse jornalista não apurou nenhum elemento que fosse susceptível de ser noticiado, e nada foi noticiado. Dados fornecidos por uma só fonte que se quer manter anónima não são notícia no PÚBLICO.

Segundo facto: a 18 de Agosto o PÚBLICO editou uma notícia, baseada numa fonte identificada como “membro da Casa Civil do Presidente da República” em que esta assumia que esta se interrogava: “Será que em Belém passámos à condição de vigiados?” Uma tal suspeição, assumida por uma fonte do Palácio de Belém, é notícia em qualquer parte do mundo. No dia seguinte essa notícia não só não foi desmentida, como foi confirmada por outros órgãos de informação. Escrevi então em editorial: “Se a Presidência da República quis que se soubesse das suas suspeitas sobre o não cumprimento das regras do jogo por alguns actores políticos é porque sente que pode ficar no olho da tempestade depois das eleições de 27 de Setembro”.

Terceiro facto: quase um mês depois desta notícia, parte do conteúdo de uma troca de mensagens entre a direcção editorial do PÚBLICO, um editor e um jornalista, trocadas exclusivamente no interior do jornal, é entregue a um jornalista da secção política do Expresso. Essa entrega, feita em papel, não foi realizada por ninguém do PÚBLICO, como já explicou o director daquele semanário. O mesmo material terá sido poucas horas depois encaminhado para o Diário de Notícias, uma vez que o Expresso informou a sua fonte que primeiro teria de investigar o significado dessas mensagens. Já o Diário de Notícias optou por revelar correspondência privada com o objectivo de expor a fonte da notícia de 18 de Agosto. Não se sabe como esse conjunto de mensagens saiu para fora do PÚBLICO nem o DN esclareceu como as recebeu.

Estes são os factos essenciais. Sobre o comportamento dos vários órgãos de informação envolvidos já muito foi escrito. É matéria de opinião que envolve directamente o PÚBLICO sobre a qual não nos pronunciaremos nem hoje, nem aqui. Relevante é analisar os factos políticos, não os factos mediáticos.

A primeira questão que se coloca é a de saber se o afastamento de Fernando Lima corresponde ao assumir pela Presidência da República de que as notícias sobre as suas suspeitas de estar a ser vigiada eram falsas ou, então, exageradas. As declarações feitas ainda em Agosto pelo Presidente, assim como o que disse na sexta-feira passada, já depois das notícias sobre Fernando Lima, não permitem concluir que essas suspeitas não existem. Mais: se o Presidente as quisesse por fim desmentir teria ontem podido fazê-lo ao afastar o seu assessor das suas anteriores responsabilidades. De novo isso não aconteceu. Só aconteceu o que não podia deixar de acontecer: Fernando Lima deixou de ter condições pessoais e políticas para falar aos jornalistas, logo foi afastado das relações com a comunicação social.

A segunda questão a discutir, e a mais importante, é o comportamento da Presidência da República. Na verdade, ao permitir que esta questão assumisse a dimensão que assumiu, Cavaco Silva, que já iria estar no olho da tempestade depois das eleições, colocou-se no olho de outra tempestade antes delas. Por isso, das duas, uma: ou a seguir a 27 de Setembro fundamenta as suas suspeitas, e age em conformidade, ou se se limitar a iniciativas pífias terá enfraquecido a sua autoridade como Chefe de Estado, porventura de forma irremediável. Sendo que este processo não se resolve com uma simples queixa à Procuradoria-Geral da República ou o rastreamento do Palácio de Belém para descobrir eventuais aparelhos de escuta. E ninguém perdoará se se perceber que as suspeitas ou não existiam, ou não tinham fundamento, ou eram simplesmente paranóicas.

Há porém uma terceira questão que não pode ser esquecida: a forma como este tema “rebentou” num jornal, isto é, as condições em que correspondência interna do PÚBLICO saiu deste jornal e quem a levou a um jornal que não quis fazer investigação própria, ao contrário do Expresso.

PS. Este jornal deve um esclarecimento de facto aos seus leitores: ao contrário do que afirmou o Provedor do Leitor, ninguém nesta empresa lhe “vasculhou” a correspondência electrónica. O PÚBLICO continua sim a ser o espaço de liberdade que lhe permitiu fazer as críticas que fez.» [Público]

Parecer:

José Manuela Fernandes tenta ilibar-se afundando ainda mais Cavaco Silva.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

BODE ESPIATÓRIO (DE ESPIÕES)

«Escrevi, aqui: "(...) Estou a brincar com coisas sérias? Estou, mas nada comparado com o silêncio do Presidente depois de um jornal sério ter dito que um homem do Presidente disse que o Presidente estava sob escuta. Um homem? No sentido de ser humano que não o de carácter: assessor da Presidência que insinua um crime contra um símbolo da Nação e não dá a cara não é homem nem é nada." Escrevi isso a 19 de Agosto de 2009, logo no dia seguinte ao Público ter publicado a manchete sobre as pretensas escutas em Belém. Ao que parece, a canalhice do procedimento é, hoje, evidente para todos. Ainda bem. Não estou a gabar-me de presciência, estou a justificar porque dediquei tanto do último mês a combater a vil campanha sobre suspeitas, medos e asfixias - encomendada por Belém, como se confirmou ontem, e tolamente acolitada por Manuela Ferreira Leite, induzida em erro pelo silêncio de Cavaco. Quando foi necessário correr atrás do prejuízo, Cavaco defendeu a eleição que lhe interessa (as presidenciais, daqui a dois anos), prejudicando a colega de partido nas eleições daqui a sete dias. A inventada campanha "espiatória" acabou num bode expiatório, o bode bíblico que, no Levítico, levava consigo os pecados dos outros. Mas eu continuo na minha: o pecado ainda mora em Belém.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

MENTIROSA

«A líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, afirmou hoje que o afastamento do assessor do Presidente da República "não prejudica em nada a campanha do PSD", mas sem nunca comentar directamente o caso.

"Não tenho elementos suficientes para me pronunciar, em nada prejudicam a campanha porque não tenho feito campanha sobre esse caso que tem estado a ser falado", afirmou Manuel Ferreira Leite. A líder do PSD respondia aos jornalistas, que a confrontaram com as declarações de Francisco Louçã, que considerou "morta" a campanha social-democrata após a demissão de Fernando Lima.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Mas grande mentirosa!

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se o que estão a fazer a Manuela Ferreira Leite.»

A ANEDOTA DO DIA

«O vice-presidente do PSD José Pedro Aguiar-Branco acusou esta terça-feira o PS de tentar "instrumentalizar e manipular" o Presidente da República. Numa arruada em Guimarães, o dirigente social-democrata respondeu ao ministro dos Assuntos Parlamentares que atacou Cavaco Silva, depois de este ter decidido afastar o seu assessor para a comunicação social, Fernando Lima.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Este Zé Pedro tem aquela cara de betinho da terceira idade mas é senhor de um notável sentido de humor.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a competente gargalhada.»

BEN HATTENBACH

COALITION TO STOP THE USE OF CHILD SOLDIERS