sábado, setembro 05, 2009

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Bairro da Bica, Lisboa

IMAGEM DO DIA

[Shruti Shrestha/Reuters]

«A boy dressed as Lord Ganesh, the remover of obstacles, looked out from a window before being brought out to the public during the Indra Jatra festival in Kathmandu, Nepal, Thursday.» [The Wall Street Journal]

JUMENTO DO DIA

Manuela Ferreira Leite, a líder do PSD que na Alemanha aceita fazer de mulher da limpeza

O meu último post no SIMplex:

«Manuela Ferreira Leite foi à Alemanha para ser recebida em audiência durante trinta minutos, sem direito a filme, nem sequer uma daquelas fotografias com o Papa que alguns dirigentes do PSD gostam de exibir nas suas escrivaninhas.

Foi deprimente ver uma candidata a primeira-ministra de um país europeu falar embevecida de um governante da União Europeia, explicando aos jornalistas a razão porque não podia mostrar imagens da visita.

Nem sequer de um governante do Borundi eu esperava espectáculo tão deprimente. Manuela Ferreira Leite tem o direito de se sujeitar aos espectáculos tristes que bem entender, mas como candidata a primeira-ministra deste país deveria respeitar a dignidade dos seus concidadãos, podemos ser um país mais pobre do que a Alemanha mas isso não nos obriga a rastejar.»

Como se não bastasse a falta de dignidade Ferreira Leite demonstrou não ter a noção do ridículo ao dizer aos jornalistas que tinha fotografias que provavam a realização do encontro.

OBRIGADO, ANÍBAL

Hoje ia vomitando ao ouvir Cavaco Silva referir-se ao 25 de Abril como a data em que "conquistámos a liberdade". Em bom português Cavaco tem razão, ao dizer conquistámos foi noi sentido de recebemos. Porque s o conquistámos se referia à sua luta pela democracia, ainda hoje o PSD era conhecido por ANP.

O DFEFENSORES DA LIBERDADE

Este caso da família Moniz teve a virtude de me fazer perceber que em Portugal há muitos mais defensores da liberdade e da democracia do que alguma vez imaginei. Sò é pena que uns nunca o tenham evidenciado e outros não vão defender esses bons princípios nas cubas e coreias do norte.

EU ERA A MANUELA MOURA GUEDES...

Uma promoção tão má que nem a própria TVI a aceitou, isto sem qualquer ingerência de Sócrates.

AVES DE LISBOA

Maçarico-das-rochas [Actitis hypoleucos]
Local: Parque das Nações

FLORES DE LISBOA

No Jardim Botânico

GUEDES, A PRISA E O ARAGON

«Em Maio de 68, na Sorbonne, o poeta Louis Aragon pediu a palavra. Foi assobiado. Aragon era comunista e o jornal comunista L'Humanité tinha insultado o movimento estudantil. Então, o líder deste, Cohn-Bendit, disse: "Estamos aqui porque defendemos a liberdade de expressão. Todos têm direito a falar, até os traidores" - e estendeu o microfone a Aragon. É o que me apetece, hoje, dizer: "O seu programa é abaixo de cão, mas até as jornalistas de programas abaixo de cão têm direito à palavra" - e estendia o microfone a Manuela Moura Guedes. Depois, eu virava-me para a Prisa, os patrões que a silenciaram, e dizia-lhe: "A vossa jornalista preveniu que vocês podiam ser muito estúpidos, mas nunca pensei que vocês o fossem tanto." A semanas das eleições, a Prisa só fez aquilo pensando que podia ganhar alguma coisa. Ora pensar que algum partido podia sentir-se agradecido é considerar que esse partido é estúpido ou imoral. E não. Nem o PS é estúpido para pensar que ganha com o fim daquela coisa, nem o PSD é imoral para agradecer a suja benesse que lhe deram. Isso digo eu, que sei que os portugueses e os seus grandes partidos valem mais do que aquilo por que a Guedes e a Prisa os tomam. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

QUE DIRIA SÁ CARNEIRO?

«Teria hoje 75 anos. Fundou em 1974 um partido chamado "Popular Democrata", três anos depois renomeado PSD (Partido Social Democrata), que dirigiu até à sua morte. Portuense, católico, oriundo de uma família abastada, Francisco Sá Carneiro era casado e pai de cinco filhos. Em 1976 conheceu a editora Snu Abecassis, num almoço com a poetisa e então deputada do PPD Natália Correia, que teria anunciado ao político ir-lhe apresentar a mulher da sua vida.

Snu, mãe de três filhos, era divorciada. Sá Carneiro apaixonou-se e foi viver com ela, na casa dela, com os filhos dela. Um dos seus filhos acompanhou-o. A mulher de Sá Carneiro recusou dar-lhe o divórcio, que então, pós-revisão da Concordata (efectuada em 1975), era já possível em casamentos católicos. Sá Carneiro e Snu passaram pois a viver em união de facto. Numa sociedade em que os divorciados eram olhados de lado e as aparências de "respeitabilidade" e moral católica mantidas laboriosamente, um político de centro-direita, que fez em 1979 uma aliança com o democratas-cristãos de Freitas do Amaral e o Partido Popular Monárquico de Gonçalo Ribeiro Teles e com ela ganhou as eleições, não só vivia numa situação que muitos qualificavam de "pecado" como teve a extraordinária coragem, vistas as circunstâncias, de a assumir. Na época em que Sá Carneiro foi líder partidário e primeiro-ministro a regra não era, como hoje, a da abjecta devassa pública das vidas privadas por publicações especializadas nessa intrusão que têm o despudor de invocar para esse efeito o direito à liberdade de expressão; a regra era a de olhar para o outro lado - desde que, bem entendido, "as coisas fossem feitas com discrição". Sá Carneiro não quis ser discreto, quis ser directo. Quis mostrar que o seu conceito de união e de família rimava com a sua liberdade e não dependia da aprovação dos outros. Consciente do risco que corria e do caldo cultural em que se movia, confrontava os seus colaboradores com a sua opção, tornando claro que trabalhar com ele era aceitá-la . Chegou mesmo a dizer, em 1977: "Se a situação for considerada incompatível com as minhas funções, escolherei a mulher que amo."

Sim, isto sucedeu: em 1977, um líder do PSD pôs a hipótese de o facto de viver com uma mulher com quem não era casado poder arruínar a sua carreira política. Felizmente a sociedade portuguesa mudou muito, tanto que parece mentira que ainda há 32 anos alguém tivesse de pesar esse risco. Parece mentira que há 32 anos se pudesse considerar que uma família é menos família e menos digna ou legítima por não incluir um casamento; que os seus membros devem ter menos direitos - incluindo civis (!) - por esse motivo; ou que as pessoas não possam divorciar-se quando consideram que o seu casamento acabou, sem serem crismadas de "destruidores da família" ou "diluidores dos pilares da sociedade" . Parece-nos mentira hoje. E já então parecia mentira ao social-democrata católico Sá Carneiro. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Fernanda Câncio.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

LIBERDADE, DIZ O MONIZ

«O ex-editor da TVI Paulo Simão acusou hoje, sexta-feira, José Eduardo Moniz de lhe ter exigido que "alinhasse" o seu jornal da tarde pelo jornal de sexta-feira, de Manuela Moura Guedes, ordem que o levou a sair da estação.

"No dia 14 de Novembro de 2008 o então director-geral da TVI disse-me: 'O Jornal Nacional de sexta-feira lança os temas e vocês têm que os seguir'", recordou esta sexta-feira, Paulo Simão, 38 anos, ex-editor do Jornal da Tarde da TVI e de outros telejornais, nomeadamente os de fim-de-semana.

"Pediram-me para alinhar o jornal que editava com o Jornal de sexta-feira, com o qual não concordava, porque envergonha o jornalismo. Reflecti e tentei perceber se conseguia continuar a exercer a minha função editorial com liberdade – mas aquilo era demais e ainda não era o jornal das grandes polémicas em que se tornou mais tarde", disse Paulo Simão.

O ex-jornalista, com 14 anos alternados na TVI, abandonou a estação no dia 09 de Janeiro deste ano e, actualmente, encontra-se a trabalhar como director de comunicação de uma empresa privada.

"Eu acho que ser subserviente ao poder é tão grave quanto lançar uma campanha", disse Paulo Simão, que deixou palavras críticas para os jornalistas que "dizem que não se identificam com o Jornal da Sexta mas que admitem que este exista".

Acrescenta, no entanto, que aqueles jornalistas não enfrentam aquilo que ele teve que enfrentar: "Ou ficava e participava ou vinha embora", disse.

O ex-jornalista disse querer distinguir o Jornal de Sexta da redacção da TVI - "que tem pessoas sérias, isentas e rigorosas", sublinha - e acusou Manuela Moura Guedes de "sequestrar a liberdade de expressão" na estação.

"Porque estive tanto tempo calado? Essas pessoas quase que sequestraram a liberdade de expressão como uma bandeira delas quando, na prática, não se viu nada disso". E remata: "Estou a falar de uma pessoa como a Manuela Moura Guedes. Acho lamentável que ela se esconda atrás da redacção, a mesma redacção que ela insultou dez, vinte vezes".

“A única liberdade de expressão que lhe interessa defender é a dele”O ex-editor da TVI Paulo Simão, que hoje acusou José Eduardo Moniz, voltou a criticar o antigo director-geral da estação, acusando-o de só defender a liberdade de expressão para ele.

"Registo, sem surpresa, que a única liberdade de expressão que lhe interessa defender é a dele porque quando os outros exercem a liberdade de expressão, para ele são imbecilidades", disse Simão, respondendo a Moniz.

Hoje, o ex-jornalista acusou Moniz de, em Novembro de 2008, o ter obrigado a alinhar o Jornal da Tarde da TVI, que editava, pelo Jornal de Sexta, de Manuela Moura Guedes, o que o levou a demitir-se da estação, em Janeiro.

Em resposta, o agora homem forte da Ongoing, disse apenas não comentar "imbecilidades".
"Não desmentiu nada. Há estilos que não mudam mas que já não vão a lugar nenhum", retorquiu, em declarações à agência Lusa, Paulo Simão.»
[Jornal de Notícias]

Parecer:

Sem comentários.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento a esse grande lutador da democracia, que se dá pelo nome de Cavaco Silva.»

FALTA DE DIGNIDADE

«A chanceler alemã, Angela Merkel, encontrou-se esta manhã com a líder do PSD nacional, Manuela Ferreira Leite, mas chegou meia-hora atrasada à reunião e proibiu a recolha de imagens.

Do encontro que ocorreu na sede da União Democrata-Cristã (CDU, na sigla em alemão, apenas foram recolhidas algumas fotografias tiradas por um fotógrafo contratado pelo partido de Merkel.

Ferreira Leite não se incomodou com as exigências da chanceler alemã, salientando que 'em primeiro lugar, era importante ter um encontro pessoal com a senhora Merkel e, em segundo lugar, em termos de provas temos as fotografias'.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Aceitar ser recebida nestas condições e dizer qu tem fotografias para provar que houve o encontro é, no mínimo, falta de dignidade.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Ferreira Leite se não tem vergonha na cara.»

QUE ALÍVIO...

«A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, afirmou hoje em Berlim que há exemplos alemães não transferíveis para Portugal e que está "fora de causa" formar-se uma coligação de bloco central como na Alemanha.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Nunca apoiaria um governo de coligação entre este PSD e o PSD.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Manifeste-se o apoio à líder do PSD.»

PAÇOS DE FERREIRA HOMENAGEIA MANUEL PINHO

«Manuel Pinho está em boa forma física. E política. Demonstrou-o ontem, em Paços de Ferreira, onde inaugurou uma avenida com o seu nome no complexo empresarial Multipark. "A Rosa onde é que está?", perguntava, inquieto, o ex-ministro da Economia mal saiu do carro que o conduziu aos terrenos da segunda fase do Multipark, onde o esperavam dezenas de empresários que se associaram à homenagem. Manuel Pinho procurava Rosa Mota, que abraçou efusivamente, depois de ter confidenciado à sua "treinadora" ter perdido já 13 quilos. "O Governo não dá saúde a ninguém...", ouviu-se. A homenagem ao ex-ministro da Economia partiu de um punhado de empresários e contou com o apoio, sem preconceitos do "politicamente correcto", do presidente da câmara local, o social-democrata Pedro Pinto. "Já passaram muitos governos e de muitas cores. Sentíamo-nos órfãos de uma estratégia, de uma atitude governamental que olhasse para o sector empresarial de Paços de Ferreira, que vai muito para além do mobiliário. E foi com Manuel Pinho que se conseguiu avançar. Ele fez a diferença", declarou Pedro Pinto ao PÚBLICO. » [Público]

Parecer:

O país perdeu um bom ministro porque este não resistiu às provocações de um mau deputado.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»

JEF VAN DEN HOUTE

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