sexta-feira, setembro 04, 2009

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Miradouro em residência de Alfama, Lisboa

IMAGEM DO DIA

[Omar Faruk/Reuters]

«Residents rode on pickup trucks that supply milk and other items in Mogadishu, Somalia, Wednesday.» [The Wall Street Journal]

JUMENTO DO DIA

Manuela Moura Guedes

A esposa do senhor Moniz tem usado e abusado do estatuto de jornalista e das audiências da TVI para tentar decidir o resultado das próximas legislativas, durante semanas tentou usar o caso Freeport para destruir José Sócrates e, pelo que agora diz, ia fazê-lo de novo, a semanas das eleições era necessária instalar a dúvida e adiar qualquer conclusão do processo.

A arrogância de Manuela Moura Guedes é tanta que chega ao ponto de chamar estúpidos aos patrões da Media Capital afirmando que "só se fossem estúpidos é que me tiravam do ar". Isto é, enquanto conseguisse manter as audiências, mesmo rec9orrendo a um jornalismo deontologicamente reprovável, Manuela Moura Guedes estava convencida de que fazia o que queria da estação, mesmo depois de a família ter recebido uma fortuna a título de indemnização para que partisse.

Só que pelos vistos os donos da PRISA não compraram a TVI para que esta estação fosse a TVM, ou seja, a televisão dos Monizes e acabaram com o jornal privado da Manuela Moura Guedes. Como seria de esperar a jornalista lá veio dizer que tinha uma peça sobre o caso Freeport, insinuando que teria sido Sócrates a intervir.

Só que não é Sócrates quem tem interferido na TVI, é Manuela Moura Guedes que abusando o estatuto de favor que resultava do cargo do marido que tem intervido na política e condicionado a justiça.

O DEBATE ENTRE LOUÇÃ E JERÓNIMO DE SOUSA

É isto o debate democrático que Louçã e Jerónimo de Sousa exigiram? O debate entre os dois líderes da esquerda conservadora não existiu, podia muito bem ter sido desdobrado em duas entrevistas, lembra-me de um jogo entre a Alemanha e a Áustria que por já estarem apuradas para a fase seguinte da competição passaram noventa minutos a fazer passes de um lado para o outro do campo.

TÍTULO 08

Fuinha-dos-juncos [Cisticola juncidis]
Parque da Bela-Vista (Sul)

FLORES DE LISBOA

No Jardim Botânico

A SAÚDE PARA O PSD

«O PSD apresentou no seu programa uma lista de 38 propostas, recomendações ou simples sugestões, sem números. É um programa de intenções, sem compromissos. Foge das metas como o diabo da cruz. Pede aos portugueses um cheque em branco e acredita que eles confiam. Oito dessas intenções são vagas e genéricas, como aumentar a eficiência, a qualidade, a competição, a transparência ou a segurança, comuns a todos os programas. Alargar a liberdade de escolha do utente parece ser uma boa intenção, evitar conflitos de interesse nos profissionais é muito mais que isso, em termos práticos é impedir, limitar ou condicionar a prática privada pelos profissionais do sector público. Como pensa o PSD executar essa tão drástica medida?

Vinte e três sugestões (60 cento) estão já integralmente cumpridas ou em execução, com instrumentos legislativos lançados, testados e aplicados pelo actual Governo. Exemplos: reduzir tempo médio de espera em cirurgia e consultas de especialidade, gestão integrada dos cuidados de saúde primários, unidades de saúde familiares, cuidados continuados integrados, plano nacional de saúde, medidas de prevenção da doença e de promoção da saúde, gestão informatizada e integrada dos serviços e do processo clínico, parcerias público-privadas, promoção dos genéricos. Nada de novo.

O programa é inteiramente omisso sobre procriação medicamente assistida, interrupção voluntária da gravidez, planeamento de recursos humanos e de instalações, avaliação de tecnologias. Reconhecem-se os preconceitos ideológicos. Ignora as associações de doentes, o transporte e emergência pré-hospitalar, as infecções e as pandemias. Dedica uma só palavra ao cancro e às doenças cardiovasculares, responsáveis por três quartos das mortes, muitas delas evitáveis. Nem uma única vez refere como vai ser financiado o sistema e as palavras-chave Serviço Nacional de Saúde (SNS) aparecem proscritas de todo o documento. Clara rejeição ideológica de uma das mais respeitadas conquistas do Portugal dos nossos dias.

Carecendo de profunda discussão, são o aumentar a pluralidades na prestação, pela escolha de hospital e centro de saúde, dentro e fora do sistema público, a liberdade de escolha entre subsistemas, sistemas regionais (sic), economia social e mercado privado; rejeição dos co-pagamentos e de novas taxas moderadoras e seus aumentos (regulares, também?); e cessação das taxas, mesmo que diferenciadas, em internamento e cirurgia; e, um curioso pormenor, ligação directa da prescrição informática de medicamentos entre o médico e a farmácia, uma importação directa da agenda da ANF, rejeitada pelo actual Governo na versão proposta, por razões óbvias de prevenção do controlo da informação na relação médico-doente por entidade estranha, sem qualquer responsabilidade em a organizar, articular, ou financiar.

Oprograma começa por defender a universalidade no acesso aos cuidados, mas os especialistas do PSD sabem bem, ou deviam saber, que universalidade de acesso, gratuitidade no ponto de utilização e liberdade de exercício, paga por convenção (é esse afinal o modelo que o PSD quer, em vez do SNS), são na prática incompatíveis. Sabem que os sistemas convencionados consolidados na história europeia de protecção social (França, Alemanha, Holanda, Bélgica, Suíça) são bem mais dispendiosos e inequitativos que os sistema de tipo SNS (Reino Unido, países nórdicos, Espanha, e mesmo Portugal). Que o modelo de base seguradora e de total liberdade de escolha, como é o que os EUA tão vivamente pretendem reformar, deixa um quarto das pessoas sem cobertura. Que, em contexto de sólido e prestigiado sector público, como é o nosso, o aumento da prestação privada é muitas vezes realizado com prejuízo da eficiência do SNS. Os autores do programa sabem, ou deviam saber, que o que propõem na Saúde em nada melhoraria nem a efectividade, nem a eficiência, nem a equidade, nem a qualidade do sistema e custaria ao país e aos contribuintes mais um ou dois pontos do PIB. Ao menos nessa matéria não enganam ninguém: são as mais claramente ideológicas, conservadoras e despesistas medidas que o PSD alguma vez apresentou para a Saúde.» [Público]

Parecer:

Por Correia de Campos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

MONIZ ESCANDALIZADO

«"O que acaba de acontecer hoje é um escândalo a todos os títulos: do ponto de vista político, empresarial e da liberdade de informação em Portugal. É escandaloso que esta situação tenha ocorrido", afirmou o actual vice-presidente da Ongoing.

Moniz recordou que no dia em que deixou a TVI referiu, em entrevista ao Jornal Nacional, que seria "um escândalo se o Jornal de Sexta não fosse retomado em Setembro".» [Diário de Notícias]

Parecer:

Na opinião do Moniz quem manda na TVI é a esposa e não os donos da empresa.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Moniz porque não levou a esposa consigo.»

"CAPITÃO" DA DINAMARCA ACUSA PORTUGAL DE TER COMPRADO O LIEDSON

«O "capitão" da Dinamarca, Jon Dahl Tomasson, provocou hoje Portugal, ao acusar, em tom de brincadeira, a equipa das "quinas" de "comprar" Liedson no Brasil para suprir a necessidade de um ponta-de-lança.

"Eles estão necessitados de um verdadeiro ponta-de-lança e então foram ao Brasil comprar um", disse, entre sorrisos, o avançado nórdico.

O jogador dos holandeses do Feyenoord revelou, no entanto, pouca preocupação com o assunto. "Não fazemos isso na Dinamarca, nem no resto da Escandinávia, comparando com o que acontece nos países do Sul da Europa. Mas por mim está tudo bem".» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Tem toda a razão, um dia destes terei de ver quem esta na baliza para perceber s é a selscção portuguesa ou a brasileira que está a jogar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Queiroz se agora já não há lixo na Federação.»

PS EXIGE EXPLICAÇÕES À TVI

«O PS exigiu uma explicação "cabal" da administração da TVI pela decisão de suspender o Jornal Nacional de sexta-feira.

A posição dos socialistas foi assumida em conferência de imprensa por Augusto Santos Silva, já depois de a direcção de informação da TVI se ter demitido em consequência da decisão da administração desta estação de televisão.

"A decisão da administração da TVI é completamente incompreensível, seja em si mesmo - visto que não há qualquer explicação pública sobre os seus fundamentos e razões -, seja pelo tempo em que ocorre, porque estamos em período eleitoral e desvia a atenção dos portugueses da avaliação das propostas apresentadas pelos partidos", sustentou o ministro dos Assuntos Parlamentares.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Mais notícia sobre o Caso Freeport, menos notícia.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Passem-se as notícias.»

MAIS UM ATRASO NO JULGAMENTO DE ANTÓNIO PRETO?

«A Comissão de Ética da Assembleia da República (AR) considerou desnecessária qualquer autorização deste órgão de soberania para a presença de António Preto na audiência de julgamento marcada para o dia 27 de Outubro. Esta informação consta de uma carta remetida pelo presidente daquela comissão, José Matos Correia (PSD), ao presidente do colectivo de juízes da 5.ª Vara Criminal de Lisboa que irão julgar António Preto, os empresários Virgílio Sobral de Sousa e Jorge Silvério, e a sociedade de que ambos são sócios, por alegada prática de fraude fiscal qualificada.

A carta informa os juízes que vão julgar os três arguidos que, em 22 de Julho de 2009, o plenário da AR aprovou por unanimidade a suspensão de mandato do deputado António Preto a partir do dia 25 de Setembro de 2009, por um período não inferior a 50 dias. Na sequência desta informação oficial, os juízes marcaram três audiências: no dia 27 de Outubro para ouvir os arguidos e duas testemunhas; no dia 10 de Novembro para o depoimento das testemunhas de acusação; e o dia 24 de Novembro para ouvir as testemunhas de defesa.

O calendário do julgamento pode, todavia, sofrer alterações, devido ao facto de a direcção do PSD ter decidido incluir António Preto em oitavo lugar na lista de candidatos às próximas legislativas. A eventualidade desta candidatura poder ter reflexos nas datas agendadas pelo colectivo resulta da lei eleitoral para a AR prever que "quando é movido procedimento criminal contra algum candidato e indiciado este por despacho de pronúncia ou equivalente, o processo só pode seguir após a proclamação dos resultados das eleições".» [Público]

Parecer:

Digamos que se António Preto não fosse deputado estaria mais exposto.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelo julgamento.»

BORIS BRUL

DAS COMITEE