O programa do PSD evidencia bem o estado a que o PSD chegou, apresenta-se uma candidata vazia de ideias apoiada num programa que mais parece um manual de instruções de uma máquina de lavar. Percebe-se que Manuela Ferreira Leite dispense um programa, ela candidatou-se na esperança de a crise financeira a ajudar a criar uma crise de ingovernabilidade que dê a Cavaco Silva o pode que um presidente não costuma ter.
O caso Freeport ajudou-a e começou a pensar que poderia chegar a primeira-ministra, mas como as sucessivas tentativas de abater Sócrates não foram suficientes os “ideólogos” do PSD inventaram mais uma, a suposta ingerência dos espanhóis na política portuguesa. Pensar que o argumento surgiu espontaneamente a meio do debate é ingenuidade, foi produzido num laboratório que conta com alquimistas muito imaginativos, como Pacheco Pereira. A ideia não era bem lançá-lo a propósito do TGV, daí o disparate do interesse espanhol em meia dúzia de milhões de euros, ajustava-se melhor ao caso TVI mas o debate não proporcionou a oportunidade.
Começa a ser uma velha tradição do PSD esta de tentar destruir os adversários, sucedeu com António Guterres com a alcunha da “picareta falante”, prosseguiu com as insinuações sobre a vida privada de Sócrates lançadas quando Santana Lopes se candidatou a primeiro-ministro e durante esta legislatura não se tem discutido outra coisa.
Resta esperar que os portugueses digam não aos Pachecos Pereiras e façam as suas opções sem se deixarem manipular que gente que por ser incapaz de apresentar um projecto consistente opta pelo golpe baixo.