FOTO JUMENTO
Castelo de Alcoutim
IMAGEM DO DIA
[Rajesh Kumar Singh/Associated Press]
«A Hindu devotee performed Tarpan, a ritual for the peace of the souls of ancestors, in Allahabad, India, on Friday.» [The Wall Street Journal]
A MENTIRA DO DIA D'O JUMENTO
O novo outdoor do PSD.
Afinal é mesmo verdade, o Palácio de Belém tem estado sob vigilância. na Imagem são visíveis duas câmaras de vigilância, a de baixo foi colocada pelos serviços de segurança do palácio, ninguém sabe quem instalou a outra câmara, tudo indica que foi ali colocada por José Sócrates ao sair de uma das suas visitas semanais ao presidente.
JUMENTO DO DIA
Cavaco Silva
Por maiores que tenham sido os conflitos institucionais entre presidentes e primeiros-ministros nunca um Presidente da República foi tão longe na tentativa de desestabilizar a democracia com o objectivo de criar condições para chamar a si o protagonismo político. A ser verdade a notícia do DN sobre o envolvimento de um assessor na montagem de uma falsa notícias pode dizer-se actuação de Cavaco Silva viola todos os princípios da ética.
Cavaco já não preside, dirige uma matilha de assessores que desde há meses que procuram desestabilizar a democracia. Resta esperar que Cavaco consiga levar o seu mandato até ao fim.
TRÊS EM UM
O SOL diz tudo sobre a estratégia desesperada do PSD, lança a ideia de que pode haver um governo PS_BE pondo Louçã a dizer que é essa a solução que deseja, lança a nova estratégia do PSD a lançar o medo do fantasma de um governo com a extrema esquerda e coloca a solução desejada na boca de Paulo Portas. Por outras palavras, faz a festa, atira os foguetes e apanha as canas.
Até parece que o Povo Livre deu lugar ao SOL como órgão oficial do PSD, o que até poderia ser um cenário razoável, afinal o semanário, que lançou o famoso DVD numa tentativa de acabar com Sócrates, pertence a um conhecido dirigente do PSD.
Estou enganado ou Manuela Ferreira Leite está mesmo desorientada?
AVES DE LISBOA
Juvenil de Andorinha-das-chaminés [Hirundo rustica]
Local: Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian
FLORES DE LISBOA
No Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian
A ELISA DO DIÁRIO DE NOTÍCIAS
Tenho tido conhecimento de casos de pardais domesticados ainda que muito raros, o caso da Elisa é mais um que me foi dado a conhecer por um visitante d'O Jumento:
«Esta pardoca foi encontrada na rua quando ainda nem sequer voava por um colega do DN e desde então está com o pessoal do jornal (presentemente na parte das revistas, no Areeiro). Começou por viver numa “gaiola T1” (embora ninguém acreditasse que um pardal pudesse sobreviver numa gaiola), depois arranjaram-lhe um “T5”, mais tarde começaram a abrir-lhe a porta do “apartamento” para ver o que ela fazia e agora só vai para a gaiola quando quer (geralmente apenas comer e dormir). O resto do tempo ocupa-o a voar pela sala, a aninhar-se nos ombros, colo ou cabeça das pessoas que ali trabalham e a cagar tudo quanto é mesa de trabalho, documento, teclado ou monitor de computador. As colegas que a tratam e alimentam começaram por lhe chamar Elias (apelido de quem a recolheu), porque pensavam que era um macho. Quando lhes disse que era fêmea, passou a Ana Elias, por terem todas elas Ana como primeiro nome (Ana Elias era só mais uma…). Elisa – mais precisamente Princesa Elisa – é acrónimo de Elias e foi o nome que eu lhe dei. Nunca tinha visto um pardal aguentar-se em cativeiro desta maneira e durante tantos anos (já lá devem ir uns seis ou sete), daí a minha óbvia conclusão de que só pode tratar-se de uma princesa encantada!»
2004 EM 2009
«O mistério prolongar-se-ia, pelo que me diz respeito, até 2009. Quando Ferreira Leite foi eleita presidente do PSD, a sua vitória sobre Santana, ainda que magra, surgiu como justiça poética. Isto, claro, foi até começar a ouvir Ferreira Leite. As primeiras entrevistas revelaram não só uma pessoa de discurso errático, impreciso, hesitante - o que não sendo uma qualidade nem desejável podia ser fruto de pouco treino mediático (ainda que justificação bizarra em alguém que anda na política e em cargos governativos desde os anos 80) - como com ideias absurdas e contraditórias,ou mesmo sem ideias nenhumas. Mas foi preciso chegarmos à recta final das legislativas para se perceber que nem na sua suposta área de especialização, a da economia e finanças, Ferreira Leite parece saber do que fala. Não se limitou a confundir a taxa máxima do IRS com a do IRC no debate com Jerónimo de Sousa; ontem de manhã na TSF mostrou não saber o que é um projecto PIN (Projecto de Interesse Nacional), ao responder a um ouvinte que "não pode ser o Governo a decidir que empresas salva". Ora até eu, que nãopercebo nem pretendo perceber de economia, sei que os projectos PIN não têm nada a ver com "salvar empresas". Um candidato a PM pode estar a favor ou contra a existência da classificação PIN e do que significa; não pode é nao fazer ideia do que é um PIN e, já agora, convém que não finja que sabe (parece que a isso se chama aldrabar, não?).» [ Diário de Notícias]
Parecer:
Por Fernanda Câncio.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
COM RECEIO, MAS COM ESPERANÇA
«Vamos, portanto, ter eleições em 27 de Setembro. Tudo indica que o modelo de bipolarização (imperfeita), que dominou a política portuguesa desde 1979, terá chegado ao fim. E também é muito provável que o novo modelo de tripolarização (sobre que escrevi muitas vezes no passado) tenha vindo para ficar. A decorrência desta factualidade é que o PS terá uma tendência natural para se instalar mais na zona de centro-esquerda, passando a ser ele próprio uma espécie de bloco central, ou o "partido natural de governo" que em 1975/6 Mário Soares tentou construir.
Pode não ser assim; em dois cenários: se o PS quiser ilusoriamente pensar que pode ser o partido liderante ideologica e politicamente de uma esquerda que abrigue o PCP e o BE e, ao mesmo tempo, continuar a beneficiar do voto moderado e com isso guardando cerca de 35% do eleitorado, levando a "esquerda" a 55 ou 60%, o que é irrealista; desse modo cavariam o fosso em que cairiam. Ou se o PSD e o CDS conseguirem alcançar a maioria dos deputados e depois forem capazes de governar com sucesso, caso em que o PS entrará no declínio que atingiu ou está a atingir os seus congéneres na Itália, Alemanha e França.
Pelos dados consistentes das sondagens, pelos efeitos dos debates, pelas características de José Sócrates e de Manuela Ferreira Leite, pela dinâmica da campanha, e até pelo desejo oculto de muitos que normalmente votariam no PSD, tudo indica que o PS ganhará as eleições com uma muito curta diferença em relação ao PSD. E tudo indica também que o PSD e o CDS não conseguirão deputados que em conjunto lhes assegurem a maioria.
O PS e o PSD não irão provavelmente fazer qualquer coligação. Isso não desagradaria a um PS inteligente, pois poderia assegurar um governo de legislatura, a vitória (negociada) de Cavaco no início de 2011, o reforço do carácter estruturante para o sistema político do PS e a sua indispensabilidade, o aumento da votação futura no CDS e, com isso, a redução do papel liderante à direita do PSD.
Mas, talvez por muitos destes motivos, Ferreira Leite não quer a coligação; e, em função do resultado que irá obter em 27 de Setembro, tudo leva a pensar que continuará ao leme. O PSD quer que o PS tente governar durante 2010, que fracasse, que Cavaco seja reeleito com forte maioria e que depois marque eleições que darão ao PSD (eventualmente coligado com o CDS) maioria na Assembleia da República.
Nada disto é dramático, explicou há dias Pulido Valente num texto em que não usou uma única vez a palavra "reformas". Concordo que não é dramático: acho que será trágico.
Portugal precisa de profundas reformas para se aguentar no balanço das modificações que a crise financeira e o maior protagonismo de países de outros espaços historico-culturais irão cada vez mais assumir. Já precisava de reformas, aliás, antes disso. Sócrates percebeu e durante dois anos e meio teve força e convicção para as fazer. Por um conjunto variado de razões (a menor das quais não foi por certo a forma como o PSD e o CDS tentaram boicotá-las, em vez de simplesmente dizerem que eram poucas as reformas e só por isso más) o ímpeto reformista diminuiu em 2008 e quase se extinguiu em 2009. Em minha opinião, esta alteração foi importante para as dificuldades que está a sentir. Realmente, abrandar as reformas não lhe deu um voto à esquerda e fez perder votos à direita.
Os próximos anos vão ser decisivos para nós. Corremos o risco de não acompanhar a retoma que deverá acontecer na Europa em 2010 e, com isso, ficarmos ainda mais para trás. Todos os especialistas estão convictos de que Portugal precisa de levar até ao fim a reforma da administração pública, desburocratizar, colocar o sistema público de ensino a funcionar, conter os gastos de saúde, diminuir o peso do Estado, retirar privilégios aos funcionários públicos, flexibilizar o emprego, fazer funcionar com eficiência o sistema judicial, aumentar a accountability e diminuir a corrupção dos decisores administrativos, reorganizar político-administrativamente o território, melhorar a investigação criminal, favorecer mais o investimento com políticas activas, defender o território da degradação urbanística. Ninguém tem dúvidas, também, que o número de funcionários tem de diminuir. Portugal não tem massa crítica para sustentar um Estado tão pesado, sobretudo quando a União Europeia está a retirar aos Estados parte importante das suas funções.
Não acredito que um governo minoritário do PS consiga encetar ou aprofundar nenhuma destas reformas. Até porque para ele começa infelizmente a ser evidente que a salvação passa pela derrota de Cavaco Silva e, por isso, vai olhar mais para a esquerda. Mas também não acredito que um governo minoritário do PSD tenha mais possibilidades. Ferreira Leite é muito menos reformista do que Sócrates, e sendo mais idosa olha para o futuro de modo diverso. E o próprio Cavaco - que se exporá muito mais com um governo PSD - não é propriamente um adepto de reformas... sobretudo se lhe fizerem perder as eleições.
Um governo de coligação entre o PS e o PSD poderia ser a boa solução. Mas para isso seria essencial que os dois partidos se conseguissem colocar de acordo com um programa claro de reformas para realizar em quatro anos. Nada permite admitir que seja viável. Do ponto de vista ideológico, nada o impede. Roçamos o caricato quando a grande contraposição entre o PS e o PSD é a suspensão do TGV. Não tenho dúvida nenhuma de que pouco ou nada separa estes dois partidos no desejo de salvarem o modelo social em que vivemos e na convicção de que sem reformas profundas ele será cada vez mais insustentável.
Mas a luta política é raras vezes definível por contraposições ideológicas. Os partidos políticos combatem em regra com base em slogans, apriorismos, tensões e rivalidades pessoais, pintam com as cores da ética e dos valores o que quase nunca é mais do que a vontade de ganhar a qualquer preço e, por isso, sem quaisquer regras. Na política vale tudo e até tirar olhos. E por isso ninguém se deve admirar que, após anos de combates, seja a cegueira a característica que melhor define os dirigentes políticos portugueses.
Perante isto, que fazer? Não sou socialista e não tenciono vir a ser no futuro. Não tenho qualquer intenção de assumir nenhuma responsabilidade pública e, como será mais evidente no final deste artigo, quero concentrar-me cada vez mais na minha vida profissional. Não acredito nas capacidades de Manuela Ferreira Leite para governar Portugal e enfrentar os desafios que estão à nossa frente, sobretudo com um PS que - sem Sócrates, provavelmente - virará mais à esquerda. Se ela tivesse seguido o exemplo de Sónia Ghandi, talvez outro galo cantasse.
Para além disso, encontrei em José Sócrates uma vontade reformista que ninguém antes dele teve com tanta intensidade (excepção feita a Sá Carneiro, que só governou um ano). É certo que estou algo desiludido pela diminuição do ímpeto reformista, que compreendo, mas lamento. Espero que depois das eleições ele volte a tentar retomar o processo reformista e que o PSD se não coloque na posição negativista que o tem caracterizado, pois agora já não há maioria absoluta para fazer aprovar tudo sem necessidade do PSD apoiar, mesmo quando concorde.
Tudo medido, e nesse pressuposto, vou dar o meu voto ao PS - pela primeira vez em eleições legislativas. Será um voto em José Sócrates, que fique claro. E que não voltarei a dar no futuro se o ímpeto reformista que espero se não vier a concretizar. Digamos que é um voto receoso, mas com esperança. Julgo, aliás, que será assim o voto de muitos portugueses moderados. Que pouco precisam para si, mas que muito querem para Portugal e para os seus filhos e netos.Vou interromper a minha colaboração com o PÚBLICO a partir de hoje. A vida profissional de advogado e árbitro será ainda mais a minha prioridade. Quero agradecer ao José Manuel Fernandes o convite que me fez, vai para quatro anos. E a forma como sempre aceitou - sem uma crítica - que expressasse opiniões nem sempre coincidentes, por vários motivos, com a linha ideológica dominante no jornal. Desejo ao PÚBLICO, também por isso, as maiores felicidades e sucesso.» [Público]
Parecer:
Por José Miguel Júdice.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
A SACANICE SEM LIMITES DO ASSESSOR DO PRESIDENTE
«As suspeitas de escutas por parte do gabinete do primeiro-ministro à Presidência da República foram levantadas por Fernando Lima, assessor de imprensa e homem de confiança de Cavaco Silva. Lima terá, segundo documentos a que o DN teve acesso, procurado o jornalista do Público Luciano Alvarez, segundo este último, em nome do próprio Presidente. Num encontro, que terá decorrido em Abril de 2008, "num café discreto da Av. de Roma", o assessor de Belém entregou a Luciano Alvarez um dossier sobre Rui Paulo de Figueiredo, adjunto jurídico de José Sócrates, cujo comportamento levantou suspeitas aquando da visita de Cavaco Silva à Madeira. Lima estaria convencido que este adjunto de Sócrates integrou a comitiva para "observar, o mais dentro possível, os passos da visita do Presidente e o modo de funcionamento interno do staff presidencial".
Todas estas informações constam de um e-mail enviado por Alvarez ao correspondente na Madeira, Tolentino de Nóbrega, no qual relata o encontro com Fernando Lima e sugere que até seria bom que a história viesse da Madeira, para que o ónus não recaísse sobre a Presidência: "O Lima sugere e eu acho bem duas perguntas para o início do trabalho (até porque a eles também interessa que isto comece na Madeira para não parecer que foi Belém que passou esta informação, mas sim alguém ligado ao Jardim)."» [Diário de Notícias]
Parecer:
Os assessores de Cavaco Silva estão a transformar o país numa república das bananas.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Cavaco Silva que termine o mandato com dignidade.»
O IDIOTA DO DIA
«O empresário Belmiro de Azevedo recomendou hoje à equipa do diário Público, do Grupo Sonae, "que não se deixe assustar por opiniões um bocado desastradas de alguns governantes que querem mandar no Público sem pôr lá dinheiro nenhum".
"Não me importo nada que eles mandem, mas comprem o jornal", afirmou o presidente não executivo da Sonae, à margem da inauguração do parque de negócios das empresas do grupo na Maia.» [Diário de Notícias]
Parecer:
O Belmiro de Azevedo acha que ainda ninguém percebeu que o jornal Público é um pasquim ao serviço dos seus objectivos pessoais.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a devida gargalhada.»
COMPRA DE VOTOS É CRIME PÚBLICO
«Cinco militantes e ex-militantes do PSD acusaram António Preto e Helena Lopes da Costa, ambos integrados nas listas do PSD às lesgislativas, de estarem envolvidos num esquema de compra de votos e filiações partidárias. Segundo o DN apurou, depois dos depoimentos dados à revista 'Sábado' pelos militantes, o Ministério Público pode investigar por iniciativa própria.
A compra de votos a troco de dinheiro é crime público. Assim, depois de a revista Sábado ter colocado ontem online depoimentos de cinco militantes e ex-militantes sociais-democratas, que acusam ex- -dirigentes do PSD/Lisboa de compra de votos e filiações partidárias a troco de dinheiro e empregos, o Ministério Público pode investigar o caso por iniciativa própria.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Não se compreende que Pinto Monteiro, tão lesto noutros casos, ande agora a assobiar para o ar.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se a postura preguiçosa do Procurador-Geral da República.»
UM ENCONTRO INTERESSANTE
«José Sócrates encontrou-se, esta noite, com o presidente da SONAE, na Casa de Serralves, no Porto, onde decorreu um jantar de comemoração dos 50 anos deste grupo económico.
O primeiro-ministro fez saber que se deslocou ao Porto "para homenagear uma grande empresa". Questionado pelos jornalistas se, durante o encontro, o caso das alegadas escutas à presidência da República tinha sido abordado, José Sócrates respondeu com a frase "tenham dó".» [Jornal de Notícias]
Parecer:
Depois do que o Público de Belmiro já lhe fez é preciso ter estômago.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Sócrates se o jantar não lhe fez mal.»
ANA GOMES PASSOU-SE
«A eurodeputada socialista e candidata à Câmara de Sintra pelo PS Ana Gomes afirmou hoje, em relação ao Rádio Clube Português, que o PS deveria chamar o Bloco de Esquerda a formar Governo, caso não consiga uma maioria absoluta.
Ana Gomes frisou que não só entende que esse entendimento é possível como seria “benéfico para o país”.» [Público]
Parecer:
Se o PS avançar nesse sentido não voto.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Ana Gomes que não diga disparates.»
LA CONDONERIA