Na mesma semana em que Eusébio partiu e muitos choraram o embaixador de Portugal eis que se dá a coincidência de três, logo três portugueses terem sido nomeados para altos cargos internacionais naquilo que parece uma corrida a futuros lugares no Panteão Nacional. Gaspar é apontado para o FMI, o sôr Álvaro vai para a OCDE e o Luís Arnaut (quem diria?) vai para um tachito na Goldman Sachs.
Parece que finalmente o Durão Barroso cumpriu a sua promessa de ajudar Portugal, o seu amigo vai receber uns trocos por conta de pertencer a uma coisa chamada conselho consultivo internacional. Houve (Jornal de Negócios) acrescentasse “administração” considerando-o um alto cargo mas não exageremos, o homem vai para o tal conselho onde são 17 artistas e segundo on homem que manda nessa coisa o nosso artista vai “traz um vasto conhecimento e experiência em Portugal, assim como na Europa, Médio Oriente e África”, por outras palavras, vai usar da sua influência em países onde pode meter umas cunhas. Por cá dão-se lugares de administrador executivo mas como nos bancos internacionais são mais do que as mães inventam-se estes conselhos.
Vítor Gaspar parece que vai ser recompensado pelos serviços prestados à economia alemã e a crer nos jornais vai para o FMI com o apoio da senhora Merkel. Pelos vistos não vai para economista chefe e nem mesmo para tratar de questões económicas, o que seria um escândalo depois de ele ter admitido a sua própria incompetência numa carta que muitos já esqueceram. O curioso é que o homem vai tratar de políticas fiscais, um domínio que não consta no seu currículo e onde não acertou uma enquanto foi ministro das Finanças de um país que quase ia desgraçando, se é que não o conseguiu. O curioso da notícia é a referência ao precioso apoio português nesta candidatura, como se os nossos ministros tivessem força para colocar um motorista no FMI, quanto mais um economista. Gaspar colocou Portugal à disposição do FMI e da troika para sujeitar o seu povo a experiências radicais e agora vai se pago por esse belo serviço.
A nomeação mais curiosa e menos noticiada é a do Sôr Álvaro, o tal Álvaro da Silva Pereira que chegou a ministro da Economia e o tratassem por pá. Trata-se de uma nomeação curiosa porque das três é a única que foi conseguida por concurso e, coisa qeu deve levar o Gaspar ao vómito, trata-se do mais alto cargo entre os três. Mas, talvez para não ofender a Santinha da Horta Seca, a comunicação social quase ignorou a nomeação do Sôr Álvaro para a OCDE, seria muito grave se alguém se lembrasse de comparar o currículo e desempenho do homem com o do seu sucessor, a Santinha da Horta Seca que o seu devoto e irrevogável Portas pôs em ministro da Economia.
A perda e Eusébio foi quase vingada, a banca internacional vai conhecer Portugal graças ao altíssimo estatuto do Arnaut no tal banco que ainda há meia dúzia de dias comprou 5% dos CTT; Gaspar vai exibir o seu brilhantismo intelectual por esse mundo fora, principalmente onde o FMI se aliar a ditadores ou a políticos sem escrúpulos para adoptar políticas brutais e o Sôr Álvaro vai ser uma espécie de economista chefe da instituição económica dos países mais ricos.