domingo, janeiro 26, 2014

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 

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Biodiversidade de Lisboa: insecto do Parque Florestal de Monsanto
  
 Jumento do dia
    
Hugo Soares

O líder dos pirralhos com idade para serem pais do PSD não parece ter o sentido da dignidade, algio que nos últimos anos parece ajudar a chegar à liderança da JSD.

«Em entrevista ao DN, o presidente da JSD, que propôs o referendo à adoção e coadoção por casais homossexuais, rejeita as acusações de discriminação e nega ter recebido indicações da direção de Passos Coelho.

Hugo Soares, deputado do PSD e primeiro proponente do referendo nacional à adoção e coadoção por casais do mesmo sexo, revelou ao DN: "Se a sociedade estiver preparada para não segregar e para aceitar as diferenças, eu tendo evidentemente a ser a favor."» [DN]

 
 Morte por praxe

à morte acidental e ao homicídio junta-se agora a morte por praxe, uma morte natural em none de uma tradição que nunca existiu e provocada por imbecis auto-designados de dux que têm o poder da vida nas suas mãos. Por aquilo que se vai ouvindo a culpa é da praxe, não é do imbecil que a conduz. Morreram seis jovens e a ideia que se tenta fazer passar foi a de um acidente de uma praxe e por isso sem culpados, aliás, o presumível responsável pela praxe apresentasse ele próprio como vítima das suas decisões não culposas.

De repente percebeu-se a dimensão da estupidez das praxes, dos fatos pretos, da queima das fitas, da missa campal rezada pelo patriarca. As universidades, principalmente a privadas, têm nas praxes um instrumento de propaganda, os putos têm no fato académico um símbolo de superioridade social que vestem com muito gosto e os padres viram na tradição a oportunidade de trazer mais doutores para um rebanho depauperado.

Qual tradição? Nada daquilo que se vê agora foi uma tradição e muito menos as praxes em que se misturam treino de comandos com rituais macabros.
   
 Jotas

Com a idade do líder da JSD a minha mãe já tinha quatro filho e o mais velho já começava a ter barba!
 
 Começou o populismo duvidoso

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Outros vão em busca de melhor vida e concorrem a Bruxelas porque dá mais.
 
      
 A abjecção das praxes
   
«É-me pessoalmente repugnante o espectáculo que se pode ver nas imediações das escolas universitárias e um pouco por todo o lado nas cidades que têm população escolar, de cortejos de jovens pastoreados por um ou dois mais velhos, vestidos de padres, ou seja, de “traje académico”, em posturas de submissão, ou fazendo todo o género de humilhações em público, não se sabe muito bem em nome de quê.

Há índios com pinturas de guerra, meninas a arrastarem-se pelo chão, gente vestida de orelhas de burro, prostrações, derrame de líquidos obscuros pela cabeça abaixo, e uma miríade de signos sexuais, e gestos de carácter escatológico ou coprológico, que mostram bem a fixação dos rituais da praxe numa idade erótica que o dr. Freud descreveu muito bem.

Talvez pelas alegrias de ser vexado, o objectivo do coma alcoólico é muito desejado e o mais depressa possível. De um modo geral está quase tudo em adiantado estado de embriaguez, arrastando-se ao fim do dia pelos sítios mais improváveis, bebendo aquelas bebidas como os shots que são o atestado de que não se sabe beber, um álcool forte seja ele qual for, absinto, vodka ou cachaça e um licor ou sumo ultradoce para ajudar a engolir. Os nomes dos shots, do popular “esperma” ao “orgasmo”, passando pelo B-52, “bomba atómica”, "vulcão”, “bomba”, “Singapura”, “broche”, “inferno”, “chupa no grelo”, "Kalashnikov”, “levanta-mortos” ao “vácuo” (muito apropriado), fazem parte da cultura estudantil da Queima e da praxe. Por cima disso tudo, hectolitros de cerveja, a bebida que o nosso diligente ministro da Economia conseguiu retirar da proibição de servir bebidas alcoólicas a menores, um exemplo do que valem as ligações políticas de um gestor no seu sucesso como empreendedor.

A praxe mata, já tem matado, violado e agredido, enquanto todos fecham os olhos, autoridades académicas, autoridades, pais, famílias e outros jovens que aceitam participar na mesma abjecção. Já nem sequer é preciso saber se os jovens que morreram na praia do Meco morreram nalguma patetice da praxe, tanto mais que parece terem andado a seguir uma colher de pau gigante, fazendo várias momices, uma das quais pode ter-lhes custado a vida. Eu escreveria, como já escrevi noutras alturas, o mesmo, houvesse ou não houvesse o caso do Meco. (Aliás, é absurdo e insultuoso para a dignidade de quem morreu o espectáculo de filmes de telemóvel e entrevistas que as televisões têm passado, mas isso é outro rosário, da nossa estupidificação colectiva…)

Tenho contra a praxe todos os preconceitos, chamemos-lhe assim, para não estar a perder tempo, da minha geração. A praxe quando estava na faculdade era vista como uma coisa de Coimbra, um pouco antiquada e parola, de que, felizmente, no Porto e em Lisboa não havia tradição. No Porto, onde estudava, havia um cortejo da Queima das Fitas e a percentagem de estudantes vestidos de padres com capa e batina aumentava por uma semana, mas durante o ano era raro ver tal vestimenta. A situação era variável de escola para escola, mas a participação em actividades ligadas com a praxe era quase nula. Aliás, qualquer ideia de andar a “praxar” os estudantes do primeiro ano era tão exótica como a aparição de um disco voador na Praça dos Leões. Infelizmente muitos anos depois, apareceu uma verdadeira flotilha. Em Lisboa, muito menos, nada. Depois, outro enxame de discos voadores com padres de capa e batina.

Quando se deu a crise em Coimbra em 1969, a contestação à praxe acentuou-se, embora algumas “autoridades” da praxe, como o dux veteranorum, tenham apoiado a luta estudantil. Se em Coimbra a Queima das Fitas foi contestada, porque violava o “luto académico”, no Porto, as tentativas de a manter acabaram em cenas de pancadaria com grelados e fitados até que progressivamente desaparecerem do mapa. Tornava-se então evidente que o nascente conflito sobre a Queima no Porto se tinha tornado politizado entre uma universidade que as autoridades da ditadura cada vez menos controlavam e a tentativa de encontrar, por via da praxe, uma forma de resistência ao movimento associativo e estudantil. As últimas lutas mais importantes no Porto, como a contestação do Festival dos Coros, com as suas prisões em massa, tinham colocado as praxes e a Queima das Fitas do lado do regime e provocaram um longo ocaso das suas manifestações. Até um dia.

Eu participei nessas escaramuças políticas, mas também culturais, e escrevi alguns panfletos, incluindo um, Queimar a Queima, que circulou pelas três universidades em várias versões e edições. Mas, na luta contra a praxe, tornava-se cada vez mais evidente já nessa altura que estava em causa não apenas a conjuntura desses anos de brasa estudantis, mas também uma recusa da visão lúdica e irresponsável da juventude, e que, se se tratava de um rito de passagem, era para a disciplina da ordem e da apatia política. Rallies, touradas, bailes de gala, beija-mão ao bispo na bênção das pastas – tudo acompanhado pelas autoridades académicas muito contentes com a “irreverência” dos “seus” jovens, quando ela se manifestava naquelas formas – eram muito mais uma introdução à disciplina do que o despertar de qualquer consciência crítica. No fundo, o que se pretendia era que houvesse uma “explosão” de inanidades, a que depois se seguiria a disciplina da vida adulta, casamento, emprego, família e filhos, ordem social e hierarquia.

Ao institucionalizar a obediência aos mais absurdos comandos, a humilhação dos caloiros perante os veteranos, a promessa era a do exercício futuro do mesmo poder de vexame, mostrando como o único conteúdo da praxe é o da ordem e do respeito pela ordem, assente na hierarquia do ano do curso. Mas quem respeita uma hierarquia ao ponto da abjecção está a fazer o tirocínio para respeitar todas as hierarquias. Se fores obediente e lamberes o chão, podes vir a mandar, quando for a tua vez, e, nessa altura, podes escolher um chão ainda mais sujo, do alto da tua colher de pau. És humilhado, mas depois vingas-te. 

Nos dias de hoje continua para mim evidente o papel deste tipo de rituais na consolidação de uma vida essencialmente amorfa e conservadora, desprovida de solidariedade e intervenção social e política, subordinada a todos egoísmos e disponível para todas as manipulações. Aliás, a evidente ausência do movimento associativo estudantil da conflitualidade dos dias de hoje e a fácil proliferação das “jotas” nessas estruturas, tanto mais eficaz quanto diminui a participação dos estudantes em qualquer actividade que não seja lúdica (numa recente eleição na Universidade do Porto para um universo de 32000 estudantes participaram 2000, em contraste com uma muito maior mobilização dos professores num processo eleitoral do mesmo tipo), acompanham a generalização da submissão à praxe. De facto, a praxe mata, às vezes o corpo, mas sempre a cabeça.» [Público]
   
Autor:
 
Pacheco Pereira.
   
   
 De unir a esquerda, falavam eles
   
«A ex-deputada Ana Drago anunciou a demissão da Comissão Política do Bloco de Esquerda (BE), este sábado, alegando «uma divergência profunda e fundamental» com a direção do partido relativamente à estratégia que está a ser seguida.

Em causa está o facto de a direção política do BE ter recusado um debate com outros movimentos de esquerda, como o recém-criado Manifesto 3D, a Renovação Comunista e o anunciado partido Livre, para participar num processo de convergência que resultasse numa candidatura única às eleições europeias.» [A Bola]
   
Parecer:

A extrema-esquerda levantou a bandeira da unidade da esquerda e de um partido já se uniu em pelo menos três.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
  
 Como eles mudam!
   
«"Quando se tem uma sociedade que não tem perspetivas de emprego, ou se promove o desenvolvimento no sul do Mediterrâneo e se encontram meios para os trazer para um nível aceitável de consumo e de desenvolvimento que interrompa a pressão sobre a Europa ou, então, a Europa vai ter sempre muitas dificuldades em conviver com esta situação", afirmou Carlos Costa, hoje numa conferência em Lisboa, organizada pela Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE).

O governador do Banco de Portugal respondia a uma interpelação de Manuel Clemente, cardeal patriarca de Lisboa, que participava na mesma conferência.

"Julgo que caímos em algum eurocentrismo na forma de compreender sociedades que estão em estádios diferentes dos nossos. Não sou capaz de imaginar - e com todo o respeito -- como lê alguém de matriz islâmica a realidade social europeia porque eles trabalham com códigos e com descodificadores diferentes dos nossos", disse Carlos Costa.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Afinal o problema não é só e exclusivamente português!
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
     

   
 Riots in Ukraine (link)
   
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 Kirill Trubitsyn
   
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