domingo, janeiro 05, 2014

Semanada

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Depois de terem prometido o regresso aos mercados e afirmado que não queriam nem mais tempo nem dinheiro a troika direitista que nos governa prepara-se para pedir mais tempo e mais dinheiro. O plano cautelar que o famoso condómino da Quinta da Coelha anunciou no seu choradinho de Ano Novo mais não é do que mais dinheiro do mercado a juros elevados e com o amparo do BCE tendo como contrapartida mais um memorando, desta vez imposto apenas pelo BCE e aceite de boa vontade pela direita portuguesa. A verdade é que esta troika formada pelo barítono, pelo condómino da Quinta da Coelha e pelo irrevogável não vai querer de acordo com regras constitucionais e com a obrigação de cumprir as promessas e explicar as suas medidas, querem continuar com o espantalho da troika para que se possa continuar a ignorar a Constituição.
 
Seguro continua a queimar-se no madeiro de Penamacor, depois de ter desaparecido deixando o PS entregue a figuras secundárias reapareceu para sugerir que se aumente o défice em 0,2%, esquecendo que se todas as suas sugestões para arrumar os problemas no aumento do défice este já iria em 10%. Se para Seguro é fácil arrumar 2% no défice por ser um montante insignificante então porque não encontra outra solução? Nada mais fácil de encontrar uma solução precisamente no mesmo dia em que o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, um autêntico ministro das Finanças do CDS, anunciava o seu sucesso no perdão fiscal, a diferença entre o projectado e o conseguido é mais do que a redução de receita resultante do acórdão do Tribunal Constitucional. Até parece que os brilhantes e belos assessores e braços direitos de Seguro, tal como o próprio, meteram todos férias.
 
A direita cavaquista acaba de dizer que a comunicação social portuguesa é de má qualidade, tão má que a própria direita que detém toda a comunicação social sente a necessidade de criar mais um órgão de comunicação social online. O problema é que enquanto a direita tenta mais votos criando instrumentos de assalto ao poder, a esquerda divide-se e subdivide-se para alimentar a vaidade dos seus dirigentes ou, mais miserável ainda, para levar alguns para o conforto de Estrasburgo, uma cidade onde a Constituição da República parece ter uma interpretação muito próxima de uma direita que a quer ignorar.
 

O país ficou a saber que o conhecido condómino da Quinta da Coelha sabe tanto da tal Constituição que jurou aos portugueses que iria cumprir, defender e fazer cumprir como de siglas inglesas sobre negócios de acções, o que se compreende, se um pobre professor de economia nada percebe de siglas inglesas de termos relativos a acções muito dificilmente saberá que a Constituição está dividida em artigos. Portanto, o condómino da Quinta da Coelha decide com base em pareceres que encomenda o que justifica o batalhão de gente que trabalha no palácio de Belém, aquilo tem mais gente do que a Casa Branca. A partir de agora já se sabe, cada vez que o senhor precisar de tomar um decisão encomenda uma dúzia de pareceres e a coisa funciona assim: o governo decide e sugere ao conhecido condómino a quem deve encomendar os pareceres, depois destes produzidos a decisão é adoptada por maioria, dos pareceres claro.