Vale a pena analisar as reacções ao suposto mau comportamento enquanto cidadão por parte do primeiro-ministro. Acusado de não se ter comprovado como um bom cidadão em relação a dívidas à Segurança Social o primeiro-ministro por pagar o que legalmente já não devia e por ensaiar uma manobra com o seu ministro tentando passar para a Administração Pública o ónus do seu comportamento.
O lógico perante uma situação destas seria Passos Coelho provar que procedeu à competente declaração de rendimentos à Segurança Social. Feita esta prova caberia ao ministro do Trabalho provar que a cobrança não foi feita ou que o foi para um endereço fiscal errado. Mas em vez de apresentar provas o primeiro-ministro optou por acusar o Estado e um dos seus dirigentes de incompetência. Ele não foi culpado por não ter pago, o Estado e que foi o culpado de não lhe ter cobrado uma dívida que muito provavelmente desconhecia por nada lhe ter sido declarado.
Quando surgiu o caso Tecnoforma Passos Coelho esperou quase uma semana para saber até onde iria o conhecimento do caso por parte dos jornalistas. Quando o assunto parecia estar esgotado Passos Coelho apareceu a fazer as suas declarações,enquanto, quase em simultâneo, um advogado da Tecnoforma apareceu a corroborar as suas declarações. Desta vez a estratégia foi diferente, apareceu novamente alguém a fazer de cajado, desta vez foi um ministro servil, mas Passos percebeu que não podia esperar.
O PSD também não esperou para atirar caca para a ventoinha e alguns deputados, onde se inclui mesmo um vice-presidente do grupo parlamentar tentaram limpar a imagem do chefe atirando lama sobre a imagem do líder da oposição. Ao recorrerem a estes métodos estalinistas os deputados do PSD não estando declarando a inocência do seu líder, antes pelo contrário, estão dizendo que o seu líder não é um cidadão de bem, mas que o líder da oposição também não o será.
Quem, tenta demonstrar a sua honestidade não combina soluções com subordinados, não põe em causa a competência do Estado e dos seus funcionários, não encomenda manobras sujas ao Amorim, nem mada a RTP encomendar entrevistas imbecis ao director do Diário Económico, muito simplesmente faz aquilo qeu qualquer cidadão comum faz quando tem de provar a sua honestidade, apresenta provas. Neste caso bastaria provar que declarou os rendimentos.
A reação de Passos Coelho, de Mota Soares do Amorim que foi do CDS, passou pelo PND e agora faz o trabalho sujo no PSD e mesmo as explicações atabalhoadas do diário Económico à RTPi só mostram que Passos Coelho em vez de apresentar uma prova da sua inocência, que neste caso até seria muito fácil de produzir, opta por manobras pouco transparentes. Passos Coelho não explicou nada, não provou nada, se mais dúvidas não houvesse…