António Costa parece fazer oposição semana sim, semana não, de vez em quando aparece para fazer algumas críticas quase inofensivas ao governo, depois desaparece ou vai para Badajoz e às vezes até tem os seus momentos PSD, seja nos encontros com o Rui Rio, ou, como agora sucedeu, chegando ao extremo de em nome do interesse nacional dizer bem do governo. Já houve um tempo em que o mesmo António Costa derrubava o Seguro em nome do interesse nacional, porque nesse tempo o interesse nacional não permitia quaisquer acordos e muito menos elogios à situação do país.
E enquanto António Costa discutia com o seu politburo de cotas do PS como inverter uma situação que ele criticou porque pensava estar a falar em mandarim e ninguém se lembrava de o traduzir, eis que Passos Coelho meteu o pé na argola ao ter ignorado que quem trabalha tem descontos para a Segurança Social. Mas se depois de tanta desgraça e situações complicadas enfrentadas por Passos a coligação conseguiu alcançar o PS nas sondagens, não seria de admirar que em próximas sondagens já apareça à frente.
Mais valia que António Costa tivesse comentado a entrevista onde a Procuradora-geral decidiu colocar toda a classe política sob suspeita de corrupção e associação criminosa do que andar a dizer disparates em celebrações do ano da cabra. Em nome de uma confiança cega da justiça o líder da oposição não só permite que a sua velha amiga Paula Teixeira da Cruz insinue que com ele no governo não haverá separação de poderes, como admite que haja procuradoras a chamar a si a tarefa de decidir quem é que é ou não honesto em Portugal.
Depois de ter andado três anos a ofender a Grécia e o povo grego com comentários de baixo nível o governo português teve a resposta que merecia por parte do primeiro-ministro daqueles país. Tsipras disse o que toda a gente já tinha percebido, o governo português fez tudo para inviabilizar qualquer solução para a Grécia porque é isso que convém ao seu discurso político. Agora vemos Passos Coelho reagir como debutante ofendida.