Pedro, o Lopes, é uma mutação do Pedro, o Passos, ou uma
tentativa de clone de Marcelo? Uma coisa é certa, Pedro, o Lopes, não quer ser
o Pedro Santana Lopes, o tal que insinuava, mandava insinuar ou deixava insinuar
que o rival era ma, não é o mesmo que durante quatro meses esteve à frente de
um governo hilariante e que transformou a governação numa feira ambulante.
Pedro Lopes não tem 60, sofreu uma mutação ou mesmo uma mutação,
foi-lhe extraído o enfant terrible, a irresponsabilidade foi lancetado, com a
iade o vinho a martelo deu lugar ao vintage. Aparece agora como se fosse um
hibrido entre Marcelo Rebelo de Sousa e Pedro passos Coelho. Candidata-se como
um clone do primeiro onde foi injetado o ADN do segundo.
Pedro Lopes considera Passos Coelho o seu herói e os
apoiantes do primeiro-ministro no exílio apoiam-no. Marcelo que tudo fez para
ajudar a derrubar Passos Coelho parece querer agora ser o padrinho daquele que
se assume com os valores do mesmo Passos. Fica-se com a impressão de que o que
move Marcelo não são os valores ou a competência, tudo parece resumir-se a
guerras pessoais.
Marcelo acha que representa a alma do país, Pedro diz ser a
alma do PSD. Marcelo candidata-se para agradecer o que o país lhe deu e Pedro
diz exatamente o mesmo. Santana faz a fusão entre Passos e Marcelo. Santana é o
Passos que Marcelo gozaria de ter visto à frente do PSD, é a mais recente
invenção do Presidente da República.
Marcelo está convencido de que consegue transformar Passos
Coelho em Santana Lopes e deve estar também convencido de que consegue
transformar Santana Lopes em alguém sério, responsável e competente. Ou estará
a destruir definitivamente dois em um, qual é o jogo de um Marcelo que parece
gostar de brincar com coisas sérias?