terça-feira, outubro 10, 2017

Umas no cravo e outras na ferradura



 Jumento do Dia

   
Marcelo Rebelo de Sousa

Se Marcelo está envolvido na escolha do futuro líder do PSD estamos perante algo de muito grave. Depois de ter maltratado passos seria muito questionável se Marcelo escolhesse o futuro líder do seu partido. Será que um dia ir´q querer ser ele a escolher o primeiro-ministro? A popularidade pode levar Marcelo a não resistir à tentação de ir por maus caminhos.

Agora aguardamos que Marcelo almoçe com todos os candidatos, incluindo Rui Rio, com quem se zangou depois deste se ter demitido do cargo de secretário-geral do PSD quando Marcelo era presidente do partido.

Depois do encontro combinado com Teresa Leal Coelho começa a ser óbvio que Marcelo voltou a ter  a mania de inventar fatos políticos.

«Marcelo Rebelo de Sousa e Pedro Santana Lopes reuniram-se esta segunda-feira à hora do almoço, segunda avança a SIC Notícias - uma reunião que acontece numa altura em que o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa está a ponderar se é candidato à presidência do PSD.

A reunião não estava na agenda oficial do Presidente da República, nem houve confirmação oficial. Segundo o semanário Expresso, Santana almoçou em Belém a convite do Presidente, um convite que surgiu antes de o provedor ponderar candidatar-se à liderança do PSD.

Por enquanto existe apenas um candidato a líder dos sociais-democratas, Rui Rio, que apresentará a sua candidatura na quarta-feira em Aveiro, mas esta segunda-feira o jornal Público dá como certa a candidatura de Santana.» [DN]

 A Proposta oportunista de Cristas

Demonstrando uma grande falta de competência a líder do CDS descobriu uma proposta oportunista para o OE, sugere que as horas extras fiquem isentas de impostos. Isto é, quer que as horas extraordinárias sejam tão baratas que em vez de criarem empregos os empregadores apostem no aumento da carga horária, recorrendo a horas extraordinárias.

Cristas não está a ajudar os trabalhadores, está propondo um esquema para os patrões que assim reduzem a fatura nos custos do trabalho, à custa das receitas fiscais e da segurança social.

 Pedro Santana Lopes

Não foi Pedro Santana Lopes que perdeu as eleições contra José Sócrates que consehuiu uma maioria absoluta?

 E se o diabo tivesse vindo?
Uma boa aperte da sociedade portuguesa ainda não se deu conta do que pretendia Passos Coelho, felizmente António Costa não aceitou viabilizar o governo do PAF e Centeno conseguiu desarmadilhar a execução orçamental de 2016. Uma boa parte da receita fiscal de 2016 tinha sido antecipada para 2015 com o objetivo de ajudar Passos a ganhar eleições, Recorrendo aos seus especialistas Passos gastou em 2015 muitas centenas de milhões com que inflacionou as receitas de 2015, graças à retenção de reembolsos do IVA e ao aumento exagerado na retenção na fonte do IRS.

A esquerda e uma boa parte da direita tende a distinguir a Geringonça do governo de Passos pela diferente dose de austeridade ou pela natureza das medidas de austeridade. Quando Passos declarou eu iria mais longe do que a troika estava a referir-se às privatizações e liberalização da economia, para esta frase ficou para a história associada à austeridade.

A austeridade adotada por Passos era muito mais do que uma medida visando o reequilíbrio das contas públicas e os cortes de vencimentos e de pensões no publico e as desvalorização nos salários no setor privado bisavam muito mais do que obter receitas. Todas estas medidas eram definitivas e seriam agravadas num segundo governo, mais do que uma consequência do pedido de resgate, este serviu de cobertura a uma reformatação do país feita sem qualquer mandato político e à margem de qualquer debate público.

O resgate e a cobertura da troika, em especial dos extremistas do BCE, serviram para que Passos desse início a uma reformatação da sociedade que idealiza-a partir da ideia de alguns, como o falecido António Borges, o seu guru económico. Uma vitória sem maioria absoluta era o melhor resultado eleitoral que Passos poderia desejar, esse governo acabaria numa grande crise política e num segundo resgate, de cuja responsabilidade poderia acusar a esquerda.

A consolidação dos cortes de vencimentos e pensões e a adoção de medidas para desvalorizar os salários do setor privado exigia uma situação de exceção. Sem um segundo resgate Passos seria obrigado a acabar por repor vencimentos e pensões, tal como estava no programa do PAF. A luta que travou contra a reposição dos rendimentos durante o primeiro ano do governo de Costa justifica-se porque para Passos o governo de Costa estava destruindo os alicerces de um edifício cuja construção estava a meio, faltava o despedimento em massa de funcionários públicos, a redução do peso do Estado e a adoção de medidas que levassem a reduções salariais no privado, o tal ajustamento que Passos dizia estar por fazer.

Passos queria governar em minoria para gerir a crise e levar o país até à porta do inferno, o diabo viria sob a forma de segundo resgate. Tendo perdido a capacidade de gerir a crise política restou-lhe a esperança de que a receita fiscal de 2016 corresse mal e o país acabasse por ficar sem recursos quando o processo de reembolso do IRS ficasse concluído em Agosto e os dados fossem tornados públicos em Setembro. O diabo estava agendado para o dia da divulgação da execução orçamental. Mas a retoma económica ao longo de 2016 e o rigor financeiro de Centeno condenou Passos Coelho. Deixou de protestar contra as reversões ao perceber que eram irreversíveis, ainda teve a esperança de que algo viesse a correr mal, acabou por se contentar com as vítimas de Pedrógão e acabou por mudar o discurso e fazendo seus os sucessos económicos do governo.



Passos perdeu muito mais do que as autárquicas, perdeu definitivamente a esperança de reformatar o país recorrendo à ao medo, à chantagem da troika e ao apoio de personalidades como o governador do BdP ou a presidente desse órgão absurdo que é o Conselho de Finanças Públicas, um abcesso cá deixado por Passos e pela Troika.

      
 Ao que isto chegou....
   
«Pais e encarregados de educação divulgaram esta segunda-feira fotografias de refeições escolares sem qualidade ou em pouca quantidade, alertando que para alguns alunos estas são as únicas refeições que fazem diariamente.

A denúncia partiu da Federação Regional de Lisboa das Associações de Pais (Ferlap), que recebeu fotografias tiradas por estudantes de escolas de Oeiras, Amadora e Odivelas com imagens como um prato com rissóis que não foram fritos ou com doses claramente insuficientes.

"Há escolas onde é possível contar os grãos de arroz que estão no prato. Na semana passada uma mãe contou que houve uma refeição apenas de arroz com feijão", lamentou o presidente da Ferlap, Isidoro Roque.» [DN]
   
Parecer:

Uma vergonha
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investigue-se.»
  
 A anedota do dia
   
«O Presidente da República confirmou hoje ter recebido o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Pedro Santana Lopes, e disse que o encontro foi sobre "o papel da Misericórdia no sistema económico e financeiro português".

Em declarações aos jornalistas, no final de uma cerimónia na Academia das Ciências de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que o encontro com o antigo primeiro-ministro estava previsto "há cerca de um mês" e que não viu razão para o cancelar.» [DN]
   
Parecer:

Marcelo não só teve muito tempo para falar do tem como isso não explica que o almoço tenha sido tornado público. Além disso a pessoa mais indicada para discutir o tema seria o ministro da tutela e não o provedor.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Marcelo qual vai ser o tema do almoço com Rui Rio, isto se o candidato do Porto aceitar o convite»

 Santana Lopes não se demite?
   
«Pedro Santana Lopes ainda não fechou a decisão sobre uma eventual candidatura à liderança do PSD, mas já está a convidar colaboradores para a sua estrutura de campanha. Ao que o Expresso apurou, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa está “90%” inclinado para uma candidatura contra Rui Rio, e até já fez convites a pessoas de sua confiança para integrarem a futura direção de campanha.

Outro obstáculo para uma candidatura já foi superado: Santana já conversou com António Costa e com o ministro Vieira da Silva, por causa da sua situação na Santa Casa. O Expresso sabe que nem o primeiro-ministro nem o ministro da Solidariedade e Segurança Social (que tem a tutela direta da Misericórdia) levantaram dificuldades. Reconheceram a Santana o “direito cívico” de participar na vida partidária e política. Mas não ficou fechado o que acontecerá em relação ao mandato que Santana ainda está a cumprir na SCML - os estatutos não prevêem a figura da suspensão, apenas a renúncia.» [Expresso]
   
Parecer:

Se for candidato Santana Lopes deve pedir a demissão do cargo de provedor, é uma questão de princípio. Até parece que vai candidatar-se sem correr riscos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: »Exija-se a demissão de Santana Lopes caso se candidate porque o cargo de provedor não é um seguro de vida.»

 Isaltino, o autarca corrupto que os portugueses adoram
   
«Escrito com ironia, o artigo que o “El País” dedica este domingo à grande vitória de “Isaltino, o autarca corrupto que os portugueses adoram”, apresenta aos leitores espanhóis o peculiar e espantoso regresso do político português ao município de Oeiras, após ter sido condenado e preso por crimes relacionados com o mesmo cargo e para o qual foi reeleito nas recentes autárquicas.

“Alguém que pusesse um pé fora de Lisboa, podia ler em grandes cartazes que Isaltino estava de volta”, refere o artigo, ressalvando que para quem não esteja a par da história o caso pode causar alguma perplexidade. O jornal diz mesmo que a capacidade do político em conseguir reerguer-se desta forma faz parecer tratar-se de um autêntico “Super-Homem”.

“Em 2009, ele foi condenado a sete anos de prisão, a uma multa de quase meio milhão de euros e à perda de cargo público. Em suma, foi condenado por conceder licenças aos construtores e o dinheiro apareceu numa conta na Suíça”, descreve o “El País”, que realça que desde que se candidatou às primeiras eleições municipais, em 1985, Isaltino saiu sempre vitorioso.

“Isaltino, ‘Frauderman’, já tem a maioria absoluta de Oeiras, um município escondido numa bolha imobiliária para felicidade do seu autarca”, refere ainda o artigo, antes de estabelecer um paralelismo com a situação em Moçambique, onde, no mesmo dia em que decorreram as autárquicas em Portugal, a Frelimo, no poder, “decidiu que o partido corrupto não deveria ser condenado ao ostracismo, mas pelo contrário era necessário 'ressocializar'”.

“Isaltino é o grande ressocializado de Portugal”, conclui o artigo. Mas apesar da comparação ser feita com o que se passa em Moçambique, nas entrelinhas fica subentendido que para os políticos espanhóis igualmente condenados a penas de prisão por negócios no ramo imobiliário também poderá haver esperança de uma bem-sucedida ‘reinserção’.» [Expresso]
   
Parecer:

Temos mais um motivo de vergonha.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»