quarta-feira, outubro 18, 2017

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
Constança Urbano de Sousa

A ministra da Administração Interna dificilmente conseguirá sobreviver à crise que se instalou na sequência dos incêndios do passado domingo e as declarações desastrosas sobre a resiliência das comunidade ou da sua dedicação pessoal que a levou a adiar as férias não a ajudaram nada. Se o conseguir graças à teimosia de António Costa em segura-la no governo há um sério risco de ser o primeiro-ministro a sobreviver á ministra.

É lamentável que tudo o que a Geringonça conquistou seja deitado a perder para que a Dra. Constança possa continuar a ser ministra. Mesmo que o primeiro-ministro insista em que se mantenha no cargo manda o bom senso que se demita.

 Desafio a Miguel Sousa Tavares

Miguel Sousa Tavares tem vindo a ofender sistematicamente todos os funcionários públicos, não perdendo uma oportunidade para dizer mentiras promovendo imagens falsas. Por isso aqui fica um desafio a Sousa Tavares, que torne públicas as suas declarações de rendimentos relativas aos anos que passaram desde 2007, ano anterior à crise financeira internacional, até 2016. Se o fizer também o farei e veremos quem pagou a crise, quem teve cortes de rendimentos ou mesmo em crise aumentou os rendimentos.

Não sei que autoridade tem este senhor para ofender tudo e todos, para falar do que sabe e não sabe. Não sei que exemplos deu ao país, que sacrifícios fez pelo país ou o que o torna num exemplo para o país para falar da forma como fala de outros portugueses.

 PREVISÃO

A prevenção não é importante para situações normais, para tais situações os recursos são suficientes para ocorrer aquilo que são necessidade normais. A prevenção ganha importância quando poderão estar em causa situações anormais, porque são essas as que poderão exigir recursos que se não forem mobilizados com tempo não estarão disponíveis.

Os americanos sabem que nesta época do ano há furacões e os seus meios estão vigilantes, mas quando se forma um furacão no meio do oceano reforçam os recursos disponíveis para poderem prever o nível de perigosidade desse furacão. Para isso enviam aviões com meteorologistas para o olho do furacão, prevêem a sua evolução e percurso, dão instruções às autoridades. Poderão concluir que o furação está acima do normal, mas os meios disponíveis estavam mobilizados, mesmo que se venham a revelar insuficiente.

Neste momento Portugal enfrenta o seu “furacão Irma” com as florestas do norte e centro depois de ateadas por assassinos à solta. Mas no meio do oceano já se está formando outro furacão, se a seca se prolongar é certo que o sul do país enfrentará uma grave crise e muitos agricultores e empresas agrícolas enfrentarão um provável cenário de fome e de falência.

A seca destrói colheitas, destrói sementeiras e aumenta exponencialmente os custos em explorações de regadio que recorrem a energia para obter água nos furos. Muitas explorações que dependiam do abastecimento de água por barragens e represas começam a ficar por sua conta.

Sem chuva o gado criado em pastagem tem de ser alimentado a ração, os criadores são forçados a suportar custos muito superiores ao economicamente viável. Ainda por cima, com muitos criadores a quererem desfazer de parte das suas manadas os preços baixam nos mercados, agravando a sua situação. Os criadores de gado em estábulo, principalmente as explorações leiteiras, dependem normalmente da produção de forragens. Sem chuvas estas ficam pedidas ou são mantidas com rega alimentada por furos, onde a extração de água obriga ao consumo de energia.

Nos finais dos anos 80 registou-se em Portugal uma seca extrema com consequências dramáticas para regiões como o Alentejo, onde nem a tradição da presença do PCP impediu que em muitos concelhos a Igreja tivesse organizado procissões para rezar por chuva. Foram lançadas operações de ajuda alimentar e foram importadas mais de duas centenas de milhares de toneladas de trigo forrageiro e de fardos de palha, para alimentar e manter o gado a custos reduzidos.

É impossível prever as tragédias provocadas pelo clima, mas espero que o governo esteja atento ao que se passa na agricultura pois as secas não apanham ninguém de surpresa e esta dura há tempo suficiente para que todos soubéssemos que este anos seria e continuará a ser um ano terrível.


Não sou nada crente e muito menos dado a rezas e procissões, no creo en brujas pero que las ay, las ay. Assim, espero que o ministro da Agricultura esteja a preparar os meios necessários para enfrentar uma tragédia eminente. Se a falta de chuva se prolongar, as sementeiras de outono ficarão inviáveis e a produção de cereais e de forragem, bem como a criação de gado no centro e sul do país entrarão em colapso.

 Dúvidas que me atormentam

Será que ainda vamos apanhar com outro governo com uma agenda de austeridade brutal em nome da defesa do lugar da ministra da Administração Interna?

 Minifúndio e fim de semana

Coincidência ou não os incêndios do passado domingo ocorreram num domingo e nas regiões onde predomina o minifúndio. Poder-se-á dizer que  nos latifúndios há menos pinheiros ou eucaliptos ou que no domingo as condições atmosféricas foram mais extremas. A verdade é que durante toda a semana as condições atmosféricas foram favoráveis ao aparecimento de incêndios e que nos latifúndios também existem florestas e matos suficientes para a eclosão de incêndios.

Há uma relação evidente entre a presença humana e os incêndios. Há quem associe os incêndios à desertificação mas a verdade é que nas regiões do latifúndio, muito mais desertificadas, não ocorreram incêndios. Diz-se que o abandono dos campos leva a incêndios mas foi nas regiões com mais atividade agrícola que os incêndios ocorreram.

Vale a pena refletir sobre a relação entre a presença humana, as suas atividades económicas e agrícolas e a sua educação com os incêndios. 

      
 Uma entrevista que vale a pena ler
   
«Especialista em Planeamento, Prospectiva e Desenvolvimento Sustentável, Fernando Teigão dos Santos foi assessor do Governo anterior durante três anos e ficou com os cabelos em pé quanto ao funcionamento dos executivos em geral. Acaba de lançar Governar Melhor, livro em que apresenta propostas para “trazer os governos para o século XXI”. A sua máxima é que a reforma do Estado deve começar pela reforma do Governo. E há muito a fazer.» [Público]
   
Parecer:

O entrevista  faz propostas que merecem ser lidas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a leitura.»
  
 Oportunismo
   
«O presidente da bancada do PSD, Hugo Soares, anunciou nesta terça-feira a apresentação de uma iniciativa no parlamento para criar um mecanismo rápido de indemnizações às vítimas dos incêndios do fim de semana. “O grupo parlamentar do PSD dará entrada a um novo diploma para que as vítimas e familiares, aqueles que perderam os seus bens e modo de viver na tragédia deste fim de semana, possam ser imediata e rapidamente ressarcidos pelos seus prejuízos”, afirmou o deputado social-democrata, em declarações aos jornalistas no final da conferência de líderes parlamentares.

Segundo o deputado social-democrata, tratar-se-á de “um mecanismo indemnizatório expedito em que o Estado assume de forma imediata a sua responsabilidade e as pessoas não tenham de esperar meses, anos a fio, pelas decisões dos tribunais”.


“[Será] exatamente igual àquele que tivemos oportunidade de apresentar aquando da tragédia de Pedrógão [Grande], que foi, sem apelo nem agravo, chumbado pela maioria de esquerda parlamentar” na especialidade, disse, referindo-se ao mecanismo extrajudicial para pagamento das indemnizações em cerca de seis meses às vítimas dos fogos de junho, no centro do pais.» [Observador]
   
Parecer:

O PSD acena com dinheiro para promover a revolta, ou o governo cede ou acende-se mais um incêndio, agora em terreno do cavaquistão onde o PSD controla algumas autarquias.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»

 Umas boa notícia que veio da Síria
   
«As milícias curdas e árabes apoiadas pelos Estados Unidos hastearam hoje a sua bandeira no estádio de Raqqa, pondo um fim simbólico a quatro meses de combates para expulsar os jihadistas daquela que consideravam a “capital” do seu autoproclamado califado, relatam testemunhas.

Os combates no local já terminaram, mas as Forças Democráticas Sírias (SDF) estão ainda a tentar desactivar minas existentes no local e a procurar combatentes que possam continuar na zona, contou à Reuters Rojda Felat, comandante daquela coligação. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que conta com uma rede de activistas no país, diz que o Daesh foi já completamente expulso da cidade.

 “Sabemos que há explosivos artesanais e armadilhas nas zonas que o Daesh controlava, por isso as SDF continuam a tentar limpar essas zonas”, afirmou o coronel Ryan Dillon, porta-voz da organização. Na zona terão sido também encontradas armas e documentos destruídos pelos jihadistas em fuga.» [Público]
   
Parecer:

o Isis perdeu o seu ultimo reduto.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Esperemos para ver o que sucede na Líbia, no Afeganistão, no Iémen ou em países africanos para onde poderão fugir os sobreviventes.»