terça-feira, outubro 17, 2017

UMAS NO CRAVO E OUTRSS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
Constança Urbano de Sousa, ainda ministra da Administração Interna

è lamentável que enquanto portugueses morrem alguém considere que a sua demissão é assunto, perante as perguntas insistentes dos jornalistas o bom senso aconselharia a declarar que aquele era o momento para liderar e preocupar-nos com as vidas alheias. Mas a ministra parece muito preocupada com a sua situação e até refere que não tem férias, sugerindo que está fazendo um grande sacrifício.

Talvez a ministra não saiba que há muita gente que não tem férias, que milhares de bombeiros não tiveram férias para combater os fogos e alguns deles morreram ou ficaram gravemente feridos. Falar do grande sacrifício de não ter tido férias neste momento não passa de argumento de menina bem. O que é isso ao lado dos que morreram, ficaram feridos, viram uma vida de trabalho destruída, ou combater incêndios durante dias a fio alimentados por refeições miseráveis, como se viu opelas fotografias?

«Acho que este não é o momento para a demissão, é o momento para a ação. Ir-me embora seria o caminho mais fácil, ia ter as férias que não tive". Foi assim a resposta de Constança Urbano de Sousa, ministra da Administração Interna, quando questionada sobre se, à luz dos incêndios que começaram este domingo e que já fizeram 27 mortos, ponderava demitir-se.

Foi, aliás, a terceira vez a que respondeu à mesma pergunta, com formulações diferentes, de "tem condições para se manter no cargo?" a "sente-se confortável a manter as suas funções?". Impaciente, a governante respondeu pelas três vezes que a demissão "não iria resolver o problema", lembrando que as suas funções são "naturalmente, extremamente difíceis" e que por isso o caminho "mais fácil" a seguir seria a demissão.

Falando à saída de uma reunião da Comissão Nacional de Proteção Civil na sede da Autoridade Nacional de Proteção Civil, em Carnaxide, Constança Urbano de Sousa tentou dar as respostas sobre o que falhou naquele que já é considerado o pior dia de incêndios do ano e uma situação só comparável ao verão de 2006, apesar de estarmos já a meio de outubro. "O que está a falhar já falha há muito tempo, que é a prevenção estrutural. Não se faz nem de um dia para o outro nem de um ano para o outro. Vai demorar muito até termos uma floresta ordenada", frisou.» [Expresso]

 Constança 2 - 0 Centeno

Quando o país devia estar a discutir o bom momento económico vieram os incêndios e não se falou de outra coisa. Agora que Centeno devia estar a defender o OE vem novamente a Constança e centra as atenções em si. Costa anda com azar.

      
  Prevenção estrutural?
   
«A ministra Constança Urbano de Sousa culpa o “número de ocorrências”, só igualado depois de muito se recuar na memória, “para 2006”, para justificar a dimensão dos incêndios que nos últimos dias têm consumido o país e que transformaram este domingo no "pior dia do ano". São já 31 as vítimas mortais.

“Houve imensas ignições – ignições que não surgem do nada. Não são auto-ignições”, assevera. Questionada sobre a sua origem, a ministra da Administração Interna responde que não se trata “necessariamente de mão criminosa, mas mão negligente, pessoas que fazem queimadas quando é absolutamente proibido fazer, e que fogem do controlo”.

“O país está numa situação de seca extrema, ontem [domingo] tivemos ventos fortíssimos por influência do furacão Ophelia. Tudo isso leva a que os incêndios tenham uma propagação absolutamente extraordinária”, considera Constança Urbano de Sousa, apelando aos cidadãos para que se comportem “em conformidade”.

“Temos de fazer uma reflexão séria sobre a adequação do sistema de protecção civil às novas condições. As novas condições dizem-nos que vamos ter cada vez mais incêndios de enorme proporção. Não só neste país”, continua a ministra, referindo os incêndios na Galiza e na Califórnia para sublinhar que esta não é uma situação exclusivamente portuguesa.» [Público]
   
Parecer:

A questão está em saber se antes do início do verão haviam circunstâncias que permitissem ou não prever o risco de ocorrerem situações como as que aconteceram.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se à ministra.»