O que seria normal quando está em causa a liderança de um partido que se vai candidatar a governar é que aparecessem candidatos. Desta vez passa-se algo de estranho, ainda não apareceu nenhum e são vários os que vieram dizer que não seriam candidatos. Parece a "fuga das Galinhas". Durante meses falou-se de nomes como os de Montenegro, Pedro Duarte e Paulo Rangel, alguns até estimularam a curiosidade e desenvolveram estratégias que apontavam para uma candidatura, agora fazem bem as contas e fogem que nem galinhas, outros que tomem conta de um galinheiro onde não vai haver milho.
Em mais de 20 anos o PSD não conseguiu qualquer renovação, nada mudou desde a morte de Sá Carneiro e quase no termo da segunda década do século XXI os dirigentes são escolhidos entre o refugo dos primeiros tempos do cavaquismo. São personalidades com a idade de Cavaco Silva que manobram nos bastidores para escolherem o menos mau dos tempos do senhor de Boliqueime. Quando se dizia que o cavaquismo era um eucaliptal que secava tudo à sua volta não se previu que a seguir ao eucaliptal se sucederia um deserto e que agora ter-se-ia que escolher entre camelos.
bastou uma semana para que Assunção Cristas perdesse a oportunidade de se assumir como líder da oposição, a sua presença no debate quinzenal no parlamento que se seguiu às autárquicas mostrou uma líder do PSD incapaz de se demarcar dos temas do discurso de Passos Coelho. Pior do que ela só mesmo o Hugo Soares que pensava que ganhava um debate parlamentar com uma definição jurídica do primeiro anos de um curso de direito.
O PCP teve mais uma grande vitória nas eleições autárquicas, mas desta evz em vez de ser Jerónimo de Sousa a cantar a vitória foi António Costa a chegar a essa brilhante conclusão. Mas a derrota do PCP foi tão óbvia que a liderança do PCP não conseguiu digeri-la, optando por tratar os eleitores como palermas que não souberam votar e por isso se vão arrepender. Nunca um líder do PCP foi tão longe na falta de consideração pela inteligência dos seus concidadãos.
O povo costuma dizer que não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe. Sem o referir Marcelo achou que devia mudar o ditado para declarar, no discurso do 5 de Outubro, que não há sucessos eternos, nem revezes definitivos, uma fórmula fina de plagiar o dito popular. Nunca um dito popular foi título de tanta notícia e análise política.