Um dos aspectos mais ridículos da suposta deslocalização do INFERMED de Lisboa para o Porto, que já ninguém percebe muito o que foi, de quem foi a ideia ou qual o papel de autarcas como Rui Moreira e Medina, é que o país perdeu tempo e energia com um exercício de estupidez. Com tanto problema por resolver e andou meio país a discutir a ideia peregrina de que se promoveria o Porto a uma espécie de capital do país nos dias ímpares mudando para lá um ou vários institutos.
Não é nos corredores do Rui Moreira que estão os pobres, não é na falta de um instituto no porto, em Beja ou na Guarda que estão as causas do nosso atraso, da falta de trabalhadores qualificados, do défice de investigação científica ou da pobreza do interior. Também não percebo porque motivo anda o Medina tão envolvido nestes negócios quando entre a minha casa e o emprego tenho de me desviar de uns milhares de buracos na linda calçada portuguesa, que tem direito a monumentos não a manutenção.
Querem discutir a modernização do país, as causas do subdesenvolvimento, o que impede o investimento, o que bloqueia a produtividade? Se são estes os problemas que pretendem discutir, se o problema é o país, deixem o INFARMED descansado, terão muito que fazer, que melhorar em Lisboa ou no Porto, sem terem de andarem atrás dos erros de comunicação, porque um governo que mete uma argolada só para conseguir notícias e depois anda duas semanas a tentar tapar um buraco que não existia gasta as suas energias sem resultados.
Se o ministro da Saúde está mesmo preocupado em melhorar a saúde em Portugal, sabe melhor do que muitos o que fazer. Sabe que há grandes mudanças que exigem recursos, mas que também há grandes mudanças que exigem apenas empenhamento. Há filas de espera, urgências cheias, filas de madrugada nos centros de saúde, legionelas a pairar no ar, salas de espera a abarrotar onde os doentes estão todos ao molho e com fé em Deus. Seria melhor que o ministro gastasse energias resolvendo estes problemas do que a andar armado em promotor de falso desenvolvimento regional.
Não sei de que grandes reformas precisa o país, mas sei de centenas de pequenas reformas, de pequenos arranjos e reparações que poderiam ajudara tirar o país do atraso. Por exemplo, Lisboa não teria mais a ganhar se o Medina reduzisse para metade o tempo de espera por licenças camarárias do que andar armado em Chico esperto em temas que não lhe dizem respeito?
Há muito por fazer, muita tachinha oportunista por eliminar, muita burocracia criada para dar importância a organismos, muitos erros e mecanismos de gestão que emperram o Estado. È por isso que não entendo o porquê de o governo andar a ganhar energia com ficções ou com a vaidade de autarcas populistas, ainda por cima autarcas pouco leais e que ainda há pouco tempo tramaram o partido do governo.
É preciso fazer coisas fazer muitas coisas, trabalhar mais, muito mais e deixar de perder tempo com baboseiras,. colheres de pau e supostos erros de comunicação de quem não parece ter nascido para comunicar.