A escolha do futuro líder do PSD não é indiferente a Marcelo Rebelo de Sousa, o almoço com Santana Lopes, cuja notícia alguém deixou escapar para os jornais de forma intencional, representou para o primeiro-ministro desastrado uma espécie de bênção. Para muitos militantes do PSD a ascensão ao poder implica que sejam feitas as pazes entre Marcelo e o partido, pelo que o almoço foi entendido por muitos eleitores internos do partido como um sinal, o Presidente prefere Santana.
Mas quererá Marcelo coabitar com Pedro Santana Lopes? O país entratia num novo PREC, o PREC dos abracinhos e beijinhos, com o primeiro-ministro e o Presidente da República a participarem numa corrida aos afetos, o próprio Santana lançou a sua candidatura dizendo que ia dar muitos beijinhos, tal como Marcelo. Os afetos estão na moda, a própria Assunção Cristas já se tinha antecipado a Santana, durante as autárquicas.
Teríamos o país das maravilhas, com o Presidente s ir ao Porto servir refeições aos velhinhos e o Marcelo a reunir o conselho de ministros no meio das gaivotas das Berlengas. Marcelo é um dos políticos portugueses que melhor conhece Santana Lopes e só se não estivesse no seu pleno juízo desejaria coabitar com ele no poder. Se conhece Santana, melhor conhece Rui Rio e dificilmente gostaria de ter como primeiro-ministro alguém que lhe bateu com a porta.
Rui Rio ocuparia melhor o espaço do centro direita que Marcelo considera ser agora seu, uma liderança do PSD por Rui Rio tiraria este partido da quase extrema-direita onde se encontra com a liderança de Passos e dos seus jovens tigres. Se um governo de Santana Lopes acabaria por ser uma paródia que acabaria por se virar contra Marcelo, um governo do bloco central reduziria MArcelo ao estatuto de reformado de Belém.
Com um governo de bloco central Marcelo perderia espaço político, não teria margem para criar fatos políticos, nem mesmo se ardesse o resto do país. Marcelo perderia todo o protagonismo e a sua presidência arrastar-se-ia sem grande chama.
O melhor primeiro-ministro para Marcelo é António Costa, com ou sem geringonça. Desta forma os partidos à direita continuariam a apoiar Marcelo na esperança de receber uma ajuda, enquanto o Presidente ia gerindo a sua imagem à custa do governo. No caso de desgraça Marcelo supende a agenda e vai dar muitos abracinhos e beijinhos. Quando houver sucessos para festejar Marcelo antecipa-se e é ele a dar as boas notícias.