sexta-feira, novembro 24, 2017

DESENVOLVIMENTO REGIONAL FEITO ÀS TRÊS PANCADAS

Ainda que muitos rankings dos mais diversos tipos, incluindo os de desenvolvimento, possam ser aldrabados, promovendo países, escolas, universidades e muitos outro tipo de instituições, a verdade é que o desenvolvimento económico e, com este, o desenvolvimento regional só se consegue aumentando a riqueza.

Um país pode transferir empresas e instituições de um lado para outro, bastando para isso ter uns tiques estalinistas, mas a única coisa que consegue é aldrabar as estatísticas, na melhor linha dos planos quinquenais da ex-URSS. Transferia-se o INFARMED para Rabo de Peixe, nos Açores , de uma assentada uma das localidades mais pobres do país era transformada numa Silicon Valley tuga. Mas os pobres de Rabo de Peixe continuariam mais pobre e o próprio país empobreceria com os custos da deslocalização imbecil.

Não se promove o desenvolvimento regional aldrabando os indicadores per-capita de uma cidade, vila ou aldeia, promove-se o desenvolvimento criando riqueza.  Os nossos políticos formados na escola das autarquias aprenderam a esbanjar os recursos desprezando o desenvolvimento económico e na hora de mostrar serviços fazem tudo para fixar serviços que o progresso insiste em eliminar. Parece que agora chegou a moda das deslocalizações.

Se chamar desconcentração ou descentralização a uma mera deslocalização é algo de alguém que tem um QI entre o estúpido e o idiota, dizer que se promove desenvolvimento regional transplantando organismos públicos com um século de existência é uma fraude, é enganar os cidadãos que pagam os custos de uma deslocalização e ainda ficam a pensar que ganharam alguma coisa com isso.

O desenvolvimento económico e social é algo demasiado sério para que seja tarefa de idiotas, politiqueiros e comentadores de futebol. Não vale a pena gastar os recursos públicos com obras de fachada, como medidas autárquicas eleitoralistas e depois ir destruir o que ficou por destruir para manipular a estatísticas de rendimento per capita, de emprego qualificado, de população residente.

Com estes políticos formados na escola das autarquias o Estado vai ser um regabofe, com cada artista a exigir a deslocalização de um instituto para o seu concelho. Quando gastarem todos os institutos, vão quere direções-gerais e quando esgotarem estas exigirão  direções de serviços, divisões. Não me admiraria nada que um dia destes um autarca de Freixo de Espada à Cinta exigisse a deslocalização para aquela vila do Forte do Bugio ou, como a igreja local é do estilo Manuelino e ali ao lado há o lago da Congida,  reivindique a deslocalização do Museu de Marinha.

Em vez de criar riqueza através do investimento os nossos brilhantes governantes descobriram uma nova modalidade de inventar riqueza, a deslocalização de organismos públicos. Por este andar vamos ter uma capital por duodécimos, em Janeiro é no Porto, em Fevereiro é em Belver, em Março é em Alcoutim e por aí adiante.