domingo, novembro 05, 2017

SEMANADA

Parece que Pedro Passos Coelho perdeu finalmente a vontade de rir, talvez por se sentir no corredor da mortes dos líderes do PSD, apesar de querer dar ares de que ainda manda no partido. No primeiro debate de um orçamento deste governo passos Coelho foi notícia porque rio até às lágrimas de Mário Centeno. Convencido de que o diabo estava a caminho o l´der do PSD achou que a apresentação do orçamento não passava de um circo em que o ministro das Finanças fazia o papel de palhaço. Agora perdeu a vontade de rir, Mário Centeno tem os dias contados e o relógio com a contagem decrescente que Portas colocou na sede do CDS, parece estar agora colocado na parede do gabinete de Passos Coelho. 

O ministro da Administração Interna não perdeu tempo a fechar uma discoteca depois de terem sido filmadas cenas de violência protagonizados pelos seus seguranças privados. O que não se entende é quantas agressões são necessárias para que a justiça e o ministério se mexam e porque motivo a empresa dos seguranças bandidos continua a operar, pelo que os agressores podem ir para outro lado, distribuir porrada. Portanto, quando se dirigir a instalações do BPI ou dos CTT use capacete, andam por lá seguranças da PSG, uma empresa licenciada pelo ministério da Administração Interna e que tem marginais no seu quadro, devidamente autorizados também pelo ministério da Administração Interna.

A primeira reação do administrador da discoteca Urban foi assumir as responsabilidades, mas pelo caminho desculpablizou os seus energúmenos sugerindo que a vítima era um carteirista que estaria a roubar na zona. O advogado dos energúmenos achou que esta desculpa não bastava e veio com outra tese, a vítima estava quase em coma alcólico e estariam a incomodar os clientes de uma roulote. Isto é, um individuo quase em coma alcoólico incomodou os clientes de uma roulote e ainda teve equilíbrio nas pernas para roubar transentes e resistir à pancadaria dos energúmenos da PSG. Ainda vamos concluir que a culpa foi da vítima, como acham que a pancadaria foi pouca ainda difamam a vítima, gente sem um pingo de vergonha na cara, um exemplo degradante para os gestores e advogados portugueses.

As jornadas parlamentares do PSD serviram para que os candidatos à liderança do PSD dessem graxa à ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, Santana Lopes é agora um defensor ferrenho das políticas seguidas por Passos Coelho, por sua vez Rui Rio deu mais um golpe na sua coluna prestando vassalagem à ex-ministra.

Em tempos ficou famosa a "fonte de Belém", uma forma de Cavaco mandar recados à comunicação social sem ter de assumir as responsabilidades, Fernando Lima dizia aos jornalistas o que Cavaco lhe mandava dizer, mas quando alguma coisa corria mal Cavaco vinha dizer que apenas valia o que ele próprio dizia. Pouco depois de chegar à Presidência da República Marcelo Rebelo de Sousa assegurou que tinham acabado as "fontes de Belém", que só ele falaria. Durante algum tempo não só Marcelo foi o único a falar, como falou pelos cotovelos. Mas, as fontes de Belém deram lugar a algo mais sofisticado, que são "os setores próximos do Presidente da República".