sábado, maio 31, 2014

Jogos sujos

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Com a candidatura de António Costa à liderança do PS foram abertos os jogos que neste caso são os jogos sujos, uma luta sem quartel em que vale tudo. Não foi preciso muito tempo para que estamos perante uma das mais violentas lutas pelo poder num partido de que há memória na democracia, uma luta onde vale tudo, mostrando que las lutas partidárias sucede o mesmo que nas guerras civis, vale tudo e não há quaisquer regras.
  
O próprio Seguro que durante três anos não fez qualquer oposição ao seu amigo Passos Coelho, limitando-se a esperar que este governo adoptasse todas as medidas com que ele concorda mas não quer assumir, parece que tomou uma espécie de Viagra para políticos, depois de um dia desastroso porque no meio do medo da noite eleitoral decidiu à pressa aprovar uma moção de censura sem a ter lido, correu ao frasco do Viagra e preparou um comentário ao acórdão do tribunal Constitucional e discursou como se fosse o Vladimir Ilitch Ulianov em frente ao Palácio de Inverno.
  
Mas ainda antes disso o país assistiu a manobras sujas que apenas visaram matar a candidatura de António Costa à nascença, tudo quanto foi gente com acesso às televisões e rádios correram para os microfones para desancar em António Costa, cada um à sua maneira. O país ficou a saber que Seguro não é, afinal, tão mole como quer parecer, nem tão nobre na forma de fazer política como tem justificado a sua oposição delicodoce a Passos Coelho.
  
Desde os tempos em que era uma das faces da oposição a José Sócrates, usando para isso os voos da Cia autorizados pro Durão Barroso, quee ninguém via a Ana Gomes tão empertigada. Personagens como bruilhante Dias e Beleza siaram da penumbra e até o Zorrinho, um conhecido apreciador de carros de luxo que deve a sua existência a Sócrates, apareceu a dizer coisas que ninguém percebeu pois o coitado queria apoiar o Seguro sem saber como dizer mal de Costa.
  
Se fosse um mafioso a querer destronar o padrinho o curso normal dos acontecimento seria uma reunião no decuros da qual o candidato ou o padrinho seria eliminado e se isso não sucedesse o padrinho reunia os seus capos e matariam o adversário e todos os seus apoiantes num massacre da noite de São Valentim. Por cá sucedeu o mesmo, também houve uma reunião em que Costa sobreviveu e ouviram-se raladas como se fosse a Noite de São Valentim. 
  
Seguro sabe que enquanto passar a ideia de que sai vitorioso terá o apoio dos seus capos, dos homens que ao longo de quase uma década arregimentou com promessas de acesso ao pote. É natural que com o pote à vista aqueles que se dedicaram ao líder durante anos, alguns há décadas manter-se-ão fiéis ao líder, estão tão envolvidos que se Seguro sair derrotado nem terão condições para mudar de casaca. Mas como Costa não fugiu desta tentativa de massacre vamos assistir ao espectáculo triste de serem os apoiantes de Seguro os primeiros a ataca-lo e a atirar-lhes as culpas. Não aceitarão que depois de tanta dedicação e com a direita a fazer tantas asneiras Seguro foi incapaz de se afirmar. Os mesmos que tentaram massacrar António Costa serão aqueles que irão pendurar Seguro.